01/08/2007 10h28 - Atualizado em 23/09/2015 09h54

Convênio busca aprimoramento no combate à malária

Um convênio assinado pelo Laboratório Central (Lacen), por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), visa à colaboração mútua para a investigação dos casos de malária autóctone no Estado. Essa união inclui apoio logístico, coleta de amostras, testes, diagnósticos, estratégias de inquérito e notificação, tratamento e acompanhamento dos pacientes, entre outros procedimentos.

A malária é classificada em autóctone, ou seja, que se contrai dentro do próprio Estado (nativa), e a importada, que é contraída fora do Estado de origem. Pode-se citar, como exemplo, os poucos casos confirmados em Barra de São Francisco, que são considerados importados, já que há um grande índice de pessoas que viajam para Rondônia. A malária nativa é responsável por 20 a 30 casos anuais no Espírito Santo. Pouco se conhece a respeito da sua transmissão, dos vetores envolvidos e dos fatores de risco para indivíduos suscetíveis.

“O Lacen é responsável pelos exames de malária no Estado, porém, há necessidade de descentralização desse procedimento para haver uma maior autonomia dos municípios, buscando agilidade nos resultados laboratoriais. Esse processo já esta em fase de implantação”, disse o coordenador Estadual de Malária, Evandro Tamanini. Ele informa que ainda neste mês haverá treinamento de técnicos para expansão do projeto.

Pesquisa

Em março de 2007, a revista Malaria Journal publicou o trabalho que fala sobre os aspectos da doença e seu ciclo de transmissão em áreas de alta incidência no País. Este trabalho teve a participação de diversas instituições estrangeiras, inclusive de técnicos do Lacen. Trata-se de um estudo da cadeia de transmissão da doença nativa no Espírito Santo para o estabelecimento de intervenção. Foram avaliados 55 pacientes e 1.777 habitantes, entre abril de 2001 e março de 2004, em nove municípios da região montanhosa do Estado.

Também foram avaliados mosquitos (anofelíneos) e macacos. Os resultados dos testes sorológicos e moleculares, associados à baixa incidência de casos, presença de indivíduos assintomáticos e separação geográfica dos pacientes, sugeriram a existência de reservatório símio (macaco) na região pesquisada.

O convênio possibilita ampliar o conhecimento das peculiaridades da doença, e o trabalho publicado pode gerar ações efetivas de intervenção para diminuir a incidência de casos. “Os casos que existem na região montanhosa são isolados de parasitemia baixa sem risco de surto ou transmissão para população”, ressalta Arnídio Fernandes Coitinho, coordenador do setor de malária do Lacen.

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