11/06/2014 06h41 - Atualizado em
23/09/2015 13h41
Copa no Brasil: Sesa alerta torcedores sobre o risco do estresse para o coração
No país do futebol, que tem cinco títulos mundiais conquistados e que exporta craques, alguém duvida que será difícil segurar a emoção durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo, principalmente com a chance de chegar ao hexa disputando em casa? Mas saiba que esse clima de expectativa e ansiedade é um forte fator de risco para internações por problemas cardiológicos. Segundo especialistas, o estresse causado por assistir partidas de futebol pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares, principalmente em portadores de doenças coronarianas.
Portanto, se você é um apaixonado por futebol e se exalta durante as partidas: cuidado. Fique atento a sintomas como falta de ar, dor no peito, sudorese fria, tontura, palpitação, mal-estar que não consiga definir, palidez exacerbada e até um eventual desmaio. Esses sintomas são as principais queixas cardiológicas registradas em serviços de urgência e emergência por torcedores apaixonados. A qualquer um desses sinais, procure um serviço de saúde perto de sua casa.
Segundo a cardiologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Simone Fialho, já há estudos científicos que comprovam o aumento de atendimentos em prontos-socorros por queixas cardiológicas, após partidas de Copa do Mundo e lembra que esse é um assunto que desperta interesse internacional, já que as 64 partidas são assistidas por milhões de pessoas no planeta.
Um dos estudos apontou um aumento de 25% na incidência de infarto do miocárdio relacionado a jogo Inglaterra x Argentina, na Copa de 1998. No Brasil, uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) mostrou crescimento de até 16% no número de internações em hospitais por problemas cardíacos durante as partidas do Brasil na Copa do Mundo, ao contabilizar dados durante os últimos quatro campeonatos mundiais.
Complicações
A médica explica que o risco de complicações ocorre porque muitas pessoas desconhecem ter doenças que são fatores de risco.
“As pessoas que têm maior risco são as hipertensas, diabéticas, com colesterol alto, obesas e sedentárias porque têm tendência a ter uma doença cardiovascular. Muitas pessoas não sabem que são hipertensas, por exemplo, e podem sofrer um pico hipertensivo (elevação da pressão arterial) desencadeado por descarga de adrenalina durante uma partida decisiva. É preciso que as pessoas estejam atentas aos sinais de complicação e busquem um serviço de saúde”, alerta.
A dica vale também para quem já sabe que tem fator de risco. Mas longe de tirar o gostinho de quem quer curtir as partidas, a médica orienta as pessoas portadoras de doenças que são fatores de risco para eventos cardiológicos que tomem sua medicação na dose e nos horários corretos, conforme orientação de seu especialista. E mais: evitar os excessos de sal e gordura.
“O brasileiro adora assistir às partidas junto com os amigos, bebendo cerveja e comendo churrasco, salgadinhos, torresmo. Tudo isso, em excesso, pode ter conseqüências ruins para o organismo. Além disso, nunca se deve deixar de tomar o medicamento que ajuda a controlar a pressão arterial para poder beber. Pelo contrário, deve-se tomar o remédio conforme prescrito”, destaca a médica.
Simone Fialho diz que dá para participar da festa sem exageros. A dica é moderar na comida, na bebida e na dose de emoção para que o organismo suporte melhor a descarga de adrenalina, que na realidade funciona como uma reação normal do corpo a uma situação de perigo ou estresse: as veias e artérias se contraem, o coração passa a bater mais rápido e com mais força, necessitando de maior esforço para levar oxigênio ao restante do corpo.
Para concluir, a orientação da médica é optar por comidas mais leves, saladas e frutas, e procurar evitar bebida alcoólica. Se beber, intercale com copos de água para ajudar na hidratação. “Por último, controle as expectativas, respire fundo e aproveite o melhor da partida, porque depois que ela termina a vida continua”.
Curiosidades
– Durante a Copa do Mundo de Futebol em 1998, as admissões à Emergência por infarto do miocárdio aumentaram na Inglaterra por dois dias após a eliminação deste país para a Argentina nos pênaltis.
– Na Copa Européia, em 1996, a Holanda perdeu sua classificação também nos pênaltis, tendo se observado aumento importante de morte por infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral em homens; este aumento não foi observado em mulheres. E, independente da causa, a mortalidade súbita na Suíça cresceu durante o período da Copa do Mundo de 2002 quando comparada com o ano anterior.
– Outro estudo encontrou aumento de 63% na incidência de morte súbita cardiovascular na Suíça durante a Copa do Mundo de 2002.
– E o que dizer do estresse emocional chamado de positivo, a alegria da vitória? Os dados mostram que este não causa aumento de risco, talvez até o oposto. Por exemplo, no dia em que a França ganhou do Brasil na final da Copa do Mundo de 1998, o número de mortes por infarto do miocárdio na população masculina francesa sofreu uma redução significativa.
Sinais de alerta
- Palpitações
- Tontura
- Dor no peito
- Mal-estar geral
- Ansiedade excessiva
Obs: Na constatação desses sinais, procure atendimento médico
Fontes: Cardiologista da Sesa, Simone Fialho e Revista Brasileira de Cardiologia
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Maria Angela Siqueira
mariaperini@saude.es.gov.br
Dannielly Valory/Kárita Iana/Marcos Bonn/Maria Ângela Siqueira
Tels.: (27) 3345-8074/3345-8137/99969-8271/99943-2776/99983-3246
asscom@saude.es.gov.br
Portanto, se você é um apaixonado por futebol e se exalta durante as partidas: cuidado. Fique atento a sintomas como falta de ar, dor no peito, sudorese fria, tontura, palpitação, mal-estar que não consiga definir, palidez exacerbada e até um eventual desmaio. Esses sintomas são as principais queixas cardiológicas registradas em serviços de urgência e emergência por torcedores apaixonados. A qualquer um desses sinais, procure um serviço de saúde perto de sua casa.
Segundo a cardiologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Simone Fialho, já há estudos científicos que comprovam o aumento de atendimentos em prontos-socorros por queixas cardiológicas, após partidas de Copa do Mundo e lembra que esse é um assunto que desperta interesse internacional, já que as 64 partidas são assistidas por milhões de pessoas no planeta.
Um dos estudos apontou um aumento de 25% na incidência de infarto do miocárdio relacionado a jogo Inglaterra x Argentina, na Copa de 1998. No Brasil, uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) mostrou crescimento de até 16% no número de internações em hospitais por problemas cardíacos durante as partidas do Brasil na Copa do Mundo, ao contabilizar dados durante os últimos quatro campeonatos mundiais.
Complicações
A médica explica que o risco de complicações ocorre porque muitas pessoas desconhecem ter doenças que são fatores de risco.
“As pessoas que têm maior risco são as hipertensas, diabéticas, com colesterol alto, obesas e sedentárias porque têm tendência a ter uma doença cardiovascular. Muitas pessoas não sabem que são hipertensas, por exemplo, e podem sofrer um pico hipertensivo (elevação da pressão arterial) desencadeado por descarga de adrenalina durante uma partida decisiva. É preciso que as pessoas estejam atentas aos sinais de complicação e busquem um serviço de saúde”, alerta.
A dica vale também para quem já sabe que tem fator de risco. Mas longe de tirar o gostinho de quem quer curtir as partidas, a médica orienta as pessoas portadoras de doenças que são fatores de risco para eventos cardiológicos que tomem sua medicação na dose e nos horários corretos, conforme orientação de seu especialista. E mais: evitar os excessos de sal e gordura.
“O brasileiro adora assistir às partidas junto com os amigos, bebendo cerveja e comendo churrasco, salgadinhos, torresmo. Tudo isso, em excesso, pode ter conseqüências ruins para o organismo. Além disso, nunca se deve deixar de tomar o medicamento que ajuda a controlar a pressão arterial para poder beber. Pelo contrário, deve-se tomar o remédio conforme prescrito”, destaca a médica.
Simone Fialho diz que dá para participar da festa sem exageros. A dica é moderar na comida, na bebida e na dose de emoção para que o organismo suporte melhor a descarga de adrenalina, que na realidade funciona como uma reação normal do corpo a uma situação de perigo ou estresse: as veias e artérias se contraem, o coração passa a bater mais rápido e com mais força, necessitando de maior esforço para levar oxigênio ao restante do corpo.
Para concluir, a orientação da médica é optar por comidas mais leves, saladas e frutas, e procurar evitar bebida alcoólica. Se beber, intercale com copos de água para ajudar na hidratação. “Por último, controle as expectativas, respire fundo e aproveite o melhor da partida, porque depois que ela termina a vida continua”.
Curiosidades
– Durante a Copa do Mundo de Futebol em 1998, as admissões à Emergência por infarto do miocárdio aumentaram na Inglaterra por dois dias após a eliminação deste país para a Argentina nos pênaltis.
– Na Copa Européia, em 1996, a Holanda perdeu sua classificação também nos pênaltis, tendo se observado aumento importante de morte por infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral em homens; este aumento não foi observado em mulheres. E, independente da causa, a mortalidade súbita na Suíça cresceu durante o período da Copa do Mundo de 2002 quando comparada com o ano anterior.
– Outro estudo encontrou aumento de 63% na incidência de morte súbita cardiovascular na Suíça durante a Copa do Mundo de 2002.
– E o que dizer do estresse emocional chamado de positivo, a alegria da vitória? Os dados mostram que este não causa aumento de risco, talvez até o oposto. Por exemplo, no dia em que a França ganhou do Brasil na final da Copa do Mundo de 1998, o número de mortes por infarto do miocárdio na população masculina francesa sofreu uma redução significativa.
Sinais de alerta
- Palpitações
- Tontura
- Dor no peito
- Mal-estar geral
- Ansiedade excessiva
Obs: Na constatação desses sinais, procure atendimento médico
Fontes: Cardiologista da Sesa, Simone Fialho e Revista Brasileira de Cardiologia
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Maria Angela Siqueira
mariaperini@saude.es.gov.br
Dannielly Valory/Kárita Iana/Marcos Bonn/Maria Ângela Siqueira
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