07/01/2008 05h33 - Atualizado em 23/09/2015 13h19

Cuidados com a pele devem ser intensificados durante o verão

Com a chegada do verão, que começou oficialmente dia 21 de dezembro, a exposição ao sol aumenta. O calor intenso faz com que as pessoas freqüentem mais as praias e piscinas e pratiquem esportes ao ar livre. Mas o sol em excesso pode causar dados irreversíveis à pele.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as pessoas recebem 80% do sol necessário para prejudicar a pele até os vinte anos de idade, pela falta de cuidados e proteção. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta a população para a atenção com a epiderme neste verão.

A exposição indevida ao sol está relacionada ao câncer de pele e ao envelhecimento precoce da pele, sem falar que, de forma aguda, pode causar graves queimaduras e até a desidratação. Por tudo isso, proteger-se do sol é extremamente importante e deve ser um costume iniciado na infância, a partir dos seis meses de idade, e mantido por toda a vida.

Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais forte na Terra, as pessoas de todos os tipos de pele devem estar atentas e se protegerem quando estão expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do tipo de pele I e II, ou seja: pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros.

Pessoas que possuem queimaduras solares, incapacidade para bronzear, pintas e parentes com histórico de câncer de pele, devem se proteger bem do sol. Além do uso do protetor solar, é preciso buscar áreas sombreadas nas praias e usar camisetas e chapéus de abas largas.

Cuidados com o sol

Segundo a coordenadora Estadual de Dermatologia Sanitária da Sesa, e ex-presidente da seção capixaba da SBD, Rita Rocha, usar boné só protege a face. “O boné não protege o pescoço e a orelha. Desprotegidas, são áreas de risco para carcinomas e envelhecimento precoce”, ressaltou. O ideal é que as pessoas usem chapéus com abas largas, que protejam toda a cabeça.


A exposição solar entre 10 e 16 horas precisa ser evitada. “Esse é o período de radiação mais intensa, então é o horário mais perigoso”, explica Rita Rocha. De acordo com as orientações da SBD, as barracas de praia devem ser feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas feitas de nylon deixam 95% da radiação passar.

O uso dos bronzeadores, com ou sem FPS, é absolutamente contra-indicado quando se vai ao sol, mesmo que o bronzeado seja obtido de maneira gradual, ao longo do verão. A médica alerta: nunca ceda à tentação do bronzeamento artificial. “Poucas sessões proporcionam risco de câncer de pele”, adverte.

Outra orientação importante é a reaplicação dos filtros solares a cada duas horas e que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15. “Mesmo as pessoas que estão trabalhando ou caminhando até o ponto de ônibus devem utilizar o protetor”, lembra a coordenadora.

Câncer de pele

Um dos problemas mais comuns, causados pelo excesso de sol, é o carcinoma basocelular, que costuma aparecer em áreas do corpo mais expostas ao sol, como o rosto. “Existe o fator genético para o aparecimento da lesão cancerígena, como a pele clara. Mas um fator muito importante é o efeito cumulativo que o sol tem na pele”, disse.

Rita Rocha lembra que pessoas ruivas e de olhos azuis, biotipo que geralmente possui muitas sardas, têm uma forte tendência a desenvolver o melanoma cutâneo, um tipo de câncer de pele maligno. “Esse tipo pode aparecer até mesmo após a pessoa pegar sol excessivamente apenas uma vez”, falou.

Envelhecimento precoce

O envelhecimento precoce também está diretamente relacionado com a "dose de sol" acumulada ao longo dos anos. A radiação solar afeta a produção de colágeno, que é a substância que mantém a elasticidade e a juventude da pele. “Temos que lembrar que o envelhecimento cutâneo precoce não tem volta”, adverte Rita Rocha. Além do sol, cigarro, agrotóxicos, estresse e poluição também ajudam no processo de desgaste da epiderme.

Alto índice de radiação solar

“Quanto mais próximo da Linha do Equador, maior o índice de radiação solar”, informa Rita. É possível saber qual o tipo de radiação a que a população está exposta acessando o site da SBD (www.sbd.org.br). A homepage possui um indicador do índice ultravioleta que mostra a radiação por cidade. “Aqui em Vitória, o índice está quase sempre em ‘muito alto’ ou ‘extremo’. Isso deveria ser noticiado nas rádios, para as pessoas se prevenirem”, aconselha a dermatologista da Sesa.

Para melhorar o bronzeado ou para dar início a esse processo, muitas vezes as pessoas recorrem a cabines de bronzeamento artificial, o que é totalmente contra-indicado. “Ela dá efeito cumulativo de radiação violeta. Ela só deve ser utilizada para o tratamento de doenças como vitiligo e psoríase”, afirma Rita Rocha. Já o óleo bronzeador também é contra-indicado. Ele tem o efeito contrário do protetor, ou seja, ele amplifica o efeito do sol.

Rita ressalta que os filtros solares devem ser usados todos os dias, de janeiro a janeiro, e não somente nos meses de verão, quando for à praia ou à piscina. O protetor deve ser aplicado sempre 20 minutos antes da exposição ao sol, de modo bem homogêneo. Vale lembrar, também, que bloqueadores solares não anulam o efeito da radiação e que o sol em altas doses é perigoso mesmo com proteção solar.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Daniele Bolonha
danielebolonha@saude.es.gov.br
Texto: Rovena Storch
rovenadamasceno@saude.es.gov.br
Tels.: (27) 3137-2378 / 2307 / 9969-8271 / 9943-2776 / 9983-3246
asscom@saude.es.gov.br
2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard