22/10/2007 15h53 - Atualizado em
23/09/2015 10h01
Dengue diminui na Grande Vitória e migra para o interior
Apesar de o número de casos de dengue ter diminuído Grande Vitória desde o ano passado, a Coordenação Estadual de Controle de Dengue alerta que ainda não há nada a comemorar, por dois motivos. O primeiro é que esse decréscimo de notificações se deve a um motivo fortuito, que não deve ser entendido como um método de controle da doença. E o segundo está relacionado à migração da enfermidade para o interior do Espírito Santo.
Por ter enfrentado grandes epidemias da doença nos últimos anos, a população da Grande Vitória está menos exposta à transmissão da dengue. Os capixabas da capital e redondezas já adquiriram imunidade contra os três tipos da doença que circulam no Brasil e no Estado: a Den-1, Den-2 e Den-3.
Contudo, isso não quer dizer que essas pessoas estejam livres da moléstia. Uma dengue reincidente pode ser ainda pior, pois pode causar Febre Hemorrágica por Dengue (FHD), a manifestação mais agressiva da enfermidade.
Uma pesquisa divulgada recentemente aponta que a população sabe como se pega dengue e como evitá-la, mas o estudo mostra que uma questão cultural impede que as pessoas se movimentem. A diminuição de casos de dengue não está relacionada às ações de controle e prevenção. A população ainda continua desatenta, aponta o trabalho.
Migração
Esse fator, aliado à suscetibilidade à doença apresentada pela população do interior, está contribuindo para que a dengue migre para outras regiões do Espírito Santo.
Bom Jesus do Norte é o melhor exemplo disso. De janeiro a setembro de 2006 o município apresentou seis casos da enfermidade enquanto que, no mesmo período deste ano, o número de notificações subiu para 857. O mesmo aconteceu com Piúma, que sofreu um aumento de 634 constatações: 74 contra 708.
No entanto, desde o ano passado outros municípios capixabas já vêm apresentando esse quadro. Em Nova Venécia, por exemplo, o número de ocorrências da doença aumentou de 1.041 para 1.079.
A tendência é que, a partir do verão, que começa oficialmente no dia 21 de dezembro, o número de notificações aumente mais ainda, pois o grande volume de água da chuva e a alta umidade, que são típicos desta estação, criam condições ideais para que o Aedes aegipty se reproduza.
As características do inseto também ajudam: um mosquito pode se desenvolver, do ovo até a fase adulta, em até sete dias, e seus ovos podem sobreviver por 18 meses em um local seco. Uma das preocupações do Programa Estadual de Controle de Dengue é que a doença foi banalizada no Brasil, apesar de apresentar risco certo de letalidade.
Neste ano, já foram constatados 32 casos suspeitos de FHD, com um óbito confirmado. A dengue hemorrágica representa um risco tanto para aqueles que já foram contaminados pelo tipo comum de dengue, quanto para as pessoas que nunca foram acometidas por ela.
Ações de combate à dengue
Para controlar a proliferação da enfermidade no Estado, a Coordenação de Controle da Dengue da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) finaliza, na sexta-feira (26), um levantamento que vai identificar o índice de infestação predial da doença no Espírito Santo.
O resultado deverá ser disponibilizado no início de novembro e será utilizado como base para apontar as atividades do Governo no combate ao mosquito transmissor da moléstia. O levantamento teve início na última semana.
Os dados serão obtidos por meio de uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Saúde (MS) chamada de Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que mostra um quadro real da infestação da dengue em regiões e bairros. Nove cidades do Estado estão realizando o levantamento: Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Linhares, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
A Coordenação Estadual trabalha em conjunto com as cidades e tem a função de capacitar, supervisionar e assessorar os técnicos municipais. As prefeituras são responsáveis por desenvolver as ações de campo e controle da enfermidade junto aos cidadãos.
Orientações
A população pode ajudar no controle, seguindo regras básicas, como retirar a água dos pratos de vasos de plantas ou de xaxins e das bromélias ou plantas que acumulem líquido; fechar bem os sacos de lixo; e deixar sempre fechados os ralos de cozinha, banheiro, sauna e ducha.
Os principais sintomas da dengue clássica são dor de cabeça, dor nos olhos, febre muito alta (passando até de 40 graus), dor nos músculos e nas juntas, manchas avermelhadas por todo o corpo, falta de apetite e fraqueza. Os sintomas da dengue hemorrágica são todos os da dengue clássica, com acréscimo de vômito, dores abdominais e desmaios.
Municípios que tiveram um aumento significativo de casos de dengue:
Município jan./set. - 2006 jan./set. - 2007
Alegre: 31 - 104
Anchieta: 59 - 116
Apiacá: 01 - 58
Bom Jesus do Norte: 06 - 857
Castelo: 07 - 171
Colatina: 106 - 295
Marataízes: 16 - 148
Nova Venécia: 1.041 - 1.079
Pedro Canário: 14 - 197
Piúma: 74 - 708
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Daniele Bolonha
danielebolonha@saude.es.gov.br
Texto: Bernardo Aguirre/Marcos Bonn
marcosbonn@saude.es.gov.br
(27) 3137-2378/2307/9969-8271/9943-2776
Por ter enfrentado grandes epidemias da doença nos últimos anos, a população da Grande Vitória está menos exposta à transmissão da dengue. Os capixabas da capital e redondezas já adquiriram imunidade contra os três tipos da doença que circulam no Brasil e no Estado: a Den-1, Den-2 e Den-3.
Contudo, isso não quer dizer que essas pessoas estejam livres da moléstia. Uma dengue reincidente pode ser ainda pior, pois pode causar Febre Hemorrágica por Dengue (FHD), a manifestação mais agressiva da enfermidade.
Uma pesquisa divulgada recentemente aponta que a população sabe como se pega dengue e como evitá-la, mas o estudo mostra que uma questão cultural impede que as pessoas se movimentem. A diminuição de casos de dengue não está relacionada às ações de controle e prevenção. A população ainda continua desatenta, aponta o trabalho.
Migração
Esse fator, aliado à suscetibilidade à doença apresentada pela população do interior, está contribuindo para que a dengue migre para outras regiões do Espírito Santo.
Bom Jesus do Norte é o melhor exemplo disso. De janeiro a setembro de 2006 o município apresentou seis casos da enfermidade enquanto que, no mesmo período deste ano, o número de notificações subiu para 857. O mesmo aconteceu com Piúma, que sofreu um aumento de 634 constatações: 74 contra 708.
No entanto, desde o ano passado outros municípios capixabas já vêm apresentando esse quadro. Em Nova Venécia, por exemplo, o número de ocorrências da doença aumentou de 1.041 para 1.079.
A tendência é que, a partir do verão, que começa oficialmente no dia 21 de dezembro, o número de notificações aumente mais ainda, pois o grande volume de água da chuva e a alta umidade, que são típicos desta estação, criam condições ideais para que o Aedes aegipty se reproduza.
As características do inseto também ajudam: um mosquito pode se desenvolver, do ovo até a fase adulta, em até sete dias, e seus ovos podem sobreviver por 18 meses em um local seco. Uma das preocupações do Programa Estadual de Controle de Dengue é que a doença foi banalizada no Brasil, apesar de apresentar risco certo de letalidade.
Neste ano, já foram constatados 32 casos suspeitos de FHD, com um óbito confirmado. A dengue hemorrágica representa um risco tanto para aqueles que já foram contaminados pelo tipo comum de dengue, quanto para as pessoas que nunca foram acometidas por ela.
Ações de combate à dengue
Para controlar a proliferação da enfermidade no Estado, a Coordenação de Controle da Dengue da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) finaliza, na sexta-feira (26), um levantamento que vai identificar o índice de infestação predial da doença no Espírito Santo.
O resultado deverá ser disponibilizado no início de novembro e será utilizado como base para apontar as atividades do Governo no combate ao mosquito transmissor da moléstia. O levantamento teve início na última semana.
Os dados serão obtidos por meio de uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Saúde (MS) chamada de Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que mostra um quadro real da infestação da dengue em regiões e bairros. Nove cidades do Estado estão realizando o levantamento: Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Linhares, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.
A Coordenação Estadual trabalha em conjunto com as cidades e tem a função de capacitar, supervisionar e assessorar os técnicos municipais. As prefeituras são responsáveis por desenvolver as ações de campo e controle da enfermidade junto aos cidadãos.
Orientações
A população pode ajudar no controle, seguindo regras básicas, como retirar a água dos pratos de vasos de plantas ou de xaxins e das bromélias ou plantas que acumulem líquido; fechar bem os sacos de lixo; e deixar sempre fechados os ralos de cozinha, banheiro, sauna e ducha.
Os principais sintomas da dengue clássica são dor de cabeça, dor nos olhos, febre muito alta (passando até de 40 graus), dor nos músculos e nas juntas, manchas avermelhadas por todo o corpo, falta de apetite e fraqueza. Os sintomas da dengue hemorrágica são todos os da dengue clássica, com acréscimo de vômito, dores abdominais e desmaios.
Municípios que tiveram um aumento significativo de casos de dengue:
Município jan./set. - 2006 jan./set. - 2007
Alegre: 31 - 104
Anchieta: 59 - 116
Apiacá: 01 - 58
Bom Jesus do Norte: 06 - 857
Castelo: 07 - 171
Colatina: 106 - 295
Marataízes: 16 - 148
Nova Venécia: 1.041 - 1.079
Pedro Canário: 14 - 197
Piúma: 74 - 708
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Daniele Bolonha
danielebolonha@saude.es.gov.br
Texto: Bernardo Aguirre/Marcos Bonn
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