Com fortes dores no abdome, obstrução intestinal, náuseas e vômito, José Luis Henriquez Sanches, de 60 anos, deu entrada no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, durante a madrugada. O diagnóstico: íleo biliar, uma enfermidade rara, tratada apenas com cirurgia. “Cinco dias antes eu estava sentindo muitas dores, parecia um balão de tão inchado e não conseguia mais ir ao banheiro”, conta o aposentado. O caso mereceu a atenção da equipe médica, que se reuniu em sessão clínica para discutir o assunto.

Na literatura, íleo biliar é uma enfermidade rara e consiste na comunicação anormal entre a vesícula e o tubo digestivo. A partir desse contato, é possível que um volumoso cálculo biliar migre para o intestino, provocando a sua obstrução. O tratamento, em todos os casos, é cirúrgico, e só é possível diagnosticar a obstrução com exames de imagem. “O diagnóstico e o tratamento que apresentamos ao paciente só foi possível porque a unidade é referência em abdome agudo, ou seja, nós temos conhecimento dos principais sintomas clínicos e conseguimos fechar o diagnóstico com precisão e rapidez graças aos exames de imagem realizados”, explicou o médico radiologista Octávio Galvão.

Ele relata que, ainda hoje, é elevado o número de sequelas e mortes por causa da doença, chegando a atingir 18% dos pacientes acometidos. “O nível de mortalidade ainda é alto justamente por causa do diagnóstico tardio, o que pode provocar também complicações para outras partes do organismo”, explica o médico.

O paciente atendido no Jayme, logo na sua admissão, passou por radiografia e tomografia computadorizada. Com o diagnóstico fechado, os médicos decidiram interná-lo e operá-lo imediatamente. A cirurgia de enterotomia transcorreu bem e foi possível a retirada de um cálculo biliar. “Logo que eu me recuperei da cirurgia foi um alívio. Já não sentia mais dores e a recuperação foi ótima”, disse José Luis Sanches.


Diagnóstico por Imagem

O parque tecnológico do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves possui o que há de mais moderno no que se refere a diagnóstico por imagem. Os equipamentos são operados por uma equipe multiprofissional composta por médicos radiologistas, técnicos de radiologia e enfermeiros. No mês de janeiro foram realizados 8.870 exames e, em fevereiro, o número chegou a 7.460. Outro diferencial é a informatização. Todos os processos do hospital são informatizados, assim, os exames ficam disponíveis em meio digital.

O médico radiologista Libório Mule Junior explica que o parque tecnológico é um dos diferenciais da instituição. O investimento em equipamentos, em programas de análises e mão de obra qualificada têm resultado em imagens cada vez mais perfeitas e detalhadas, o que garante diagnósticos e tratamentos precisos.

“O hospital tem à disposição equipamentos para raio-X, ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética, ecocardiograma e ecodoppler, exames mais usados na medicina e responsáveis por indicar lesões ou alguma área suspeita de anormalidade. São úteis ainda para mostrar a localização de uma lesão ou indicar o quão avançada ela está. É possível também utilizar os exames de imagem para tratamentos menos invasivos, atingindo diretamente a lesão ou ainda para fazer o monitoramento da região atingida”, explica o médico radiologista Libório Mule Junior.


Sessão Clínica

As sessões clínicas acontecem todos os meses e abordam variados temas. A apresentação dos casos clínicos é de responsabilidade da especialidade da turma de residência médica. Os médicos que participam do programa de residência do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves preparam aula sobre determinados assuntos que trabalharam nas unidades de atendimento. Para o diretor técnico da instituição, Eric Teixeira Gaigher, as sessões clínicas são momentos de interação entre as especialidades.

“Desde o início do ano, a direção técnica do Hospital Dr. Jayme vem realizando todo mês uma sessão clínica. Um momento de aprendizado, de troca de experiências com casos reais. Acreditamos no crescimento clínico da equipe com ações que englobam todos os profissionais da área médica”, enfatizou o diretor técnico do hospital.

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