30/10/2007 08h58 - Atualizado em 23/09/2015 10h01

“Doenças silenciosas” respondem por 76% das mortes no País

O IV Seminário Estadual de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (DANTs), promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), vai debater, até esta quarta-feira (31), na Assembléia Legislativa, temas relativos à prevenção e ao monitoramento de doenças não-transmissíveis, entre elas diabetes, hipertensão, câncer, doenças cardiovasculares e agravos, que são as enfermidades que mais mataram em 2005. Cerca de 75% dos óbitos no País foram provocados por essas doenças e agravos.

Na abertura do evento, nesta segunda-feira (29), cerca de 200 profissionais da área de saúde de todo o Estado acompanharam a palestra, ministrada pelo técnico da Coordenação Nacional de DANTs do Ministério da Saúde, Lenildo de Moura, que discutiu os ‘Desafios na abordagem das DANTs no Mundo e no Brasil’.

Conhecidas como “doenças silenciosas”, as doenças não-transmissíveis estão associadas a diversos fatores de risco como tabagismo, álcool, alimentação inadequada e falta da atividade física, além dos fatores não modificáveis – sexo, idade e herança genética.

O técnico do Ministério da Saúde, Lenildo de Moura, afirmou que as doenças não-transmissíveis têm importância pela magnitude, alto custo e mortalidade que causam. “São doenças que atingem um grande número de pessoas, são causadas por diversos fatores que se acumulam ao longo dos anos e custam alto, tanto para os familiares quanto para a saúde pública”, explica.





Lenildo Moura alerta que é preciso desenvolver ações de prevenção à saúde para reduzir os fatores de risco. Câncer, doenças cardiovasculares e causas externas, como acidentes, violências em geral, queimaduras e quedas podem ser evitadas com conscientização. Segundo dados do Ministério da Saúde, eliminando os fatores de risco é possível evitar em 80% as doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e AVC, e 40% dos cânceres.

A chefe do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Simone Daher, considera o debate de extrema importância para a difusão das políticas públicas nessa área. “É muito importante que o trabalho seja feito em parceria com os municípios, para que as doenças não-transmissíveis sejam vistas como relevantes em todas as esferas públicas”, afirma.

O coordenador da área de DANTs na Sesa, Romildo Andrade, destaca que é possível prevenir essas doenças adotando hábitos saudáveis de vida. “Controlando alguns dos fatores de risco – tabagismo, álcool, alimentação inadequada e inatividade física – temos mais chances de evitá-las”, disse. Segundo Romildo Andrade o maior envolvimento dos técnicos das vigilâncias municipais é fundamental para que as ações de prevenção cheguem a toda a população capixaba.

No Espírito Santo, dados da Sesa apontam que, no ano de 2005, as DANTs contribuíram com 74,7% dos óbitos e com algo em torno de 70% das internações na rede do SUS estadual.

As DANTS no Brasil e no mundo

O Espírito Santo foi um dos pioneiros no País a desenvolver projetos para o monitoramento das doenças cardiovasculares. Lenildo Moura considera o Estado um exemplo a ser seguido na área de Vigilância Epidemiológica. “A Vigilância Estadual é um modelo desejável para o Ministério da Saúde, já que integra todas as áreas relacionadas às DANTs: hipertensão/diabetes, câncer e nutrição. O Estado está avançando e implementando de fato essa Vigilância”, afirma.

Um dos primeiros programas nacionais para DANTs foi relacionado à assistência aos portadores de hipertensão, diabetes, câncer e programa de tabagismo, em 1999. O próximo passo foi instalar a Política Nacional de Alimentação e Nutrição, derivada da alta incidência de obesidade na população brasileira.

Em 2005 foi implantada a Estratégia Global para a Alimentação Saudável e Atividade Física. Em 2006 foi incorporada a Política Nacional de Promoção à Saúde. Neste ano estão sendo finalizadas as diretrizes para o Cuidado Integral das DANTs, Promoção de Saúde e Vigilância.

Além de impactar a saúde pública, as DANTs também influenciam as áreas socioeconômicas mundiais. Estima-se uma redução entre 0,5% e 1% do PIB no Brasil, Índia, Canadá, China, Inglaterra, Paquistão, Nigéria, e de 1 a 5 % na Rússia, entre 2005 e 2015, se não forem adotadas medidas de cuidado integral dessas doenças, segundo informações da Organização Mundial da Saúde. Informações no site www.saude.es.gov.br e pelo telefone (27) 3137-2491 e (27) 3137-2311.



Confira a programação

30 de outubro
10h30 – Informes das ações desenvolvidas em Vigilância das DANTs no âmbito municipal
Representantes dos municípios
12 horas – Intervalo
14 horas – Monitoramento das causas externas
Município de Vitória
15h30 – Apresentação do Projeto Sentinela
Apresentação das experiências dos municípios de Vitória e Serra
16h30 – Lanche

31 de outubro
8h30 - Emprego dos sistemas de informação disponíveis para monitoramento da morbi-mortalidade
Enfermeiro Lenildo de Moura
9h30 - Vigilância de fatores de risco para doenças não-transmissíveis em um município do Estado de Goiás – Brasil. Projeto Mega-Countries
Enfermeiro Lenildo de Moura
10h30 – Epidemiologia das DANTs
Emprego dos sistemas de informação disponíveis
Enfermeiro Lenildo de Moura
12 horas – Intervalo
14 horas – Encontro dos Núcleos de Prevenção da Violência
Apresentação da proposta da realização do diagnóstico situacional da violência e acidentes
Pactuação para a instalação do Fórum Permanente dos Núcleos de Prevenção de Violência
16 horas – Encerramento

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
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Texto: Lorena Fraga
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