02/11/2007 10h19 - Atualizado em 23/09/2015 13h18

Equipe que investiga malária símia no Estado realiza a última expedição à Região Serrana

O estudo e investigação sobre a malária símia, que está sendo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em convênio com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), vai promover a sexta e última expedição aos municípios de Santa Teresa e Santa Maria de Jetibá, a partir deste sábado (03).

O objetivo é recolher amostras de sangue de pelo menos dois espécimes de macacos barbados para concluir a pesquisa.

Desde maio de 2007, cinco excursões formadas por veterinários, infectologistas, biólogos, farmacêuticos e técnicos em vigilância ambiental já foram realizadas nos dois municípios. Eles conseguiram realizar exames biométricos e colher amostras de sangue de oito símios do gênero Alouatta, popularmente conhecido como macaco barbado.

Os resultados dos exames de cinco primatas analisados já foram liberados. Eles apontaram que três estavam infectados com a malária, sendo que em dois foi identificada a presença de DNA do Plasmodium vivax, que é o protozoário que causa a malária mais comum entre seres humanos.

Para capturar os macacos são utilizados dardos anestésicos. Eles são alvejados e na queda são protegidos por uma rede. Após a imobilização do símio é feita a coleta de sangue e exame biométrico, e quando o efeito do anestésico cessa, o animal é solto na mata. Cada excursão tem a duração de 10 dias.

A conclusão da pesquisa vai permitir um posicionamento adequado da Vigilância Ambiental da Sesa, tanto logístico quanto orçamentário, no que diz respeito às prioridades de controle da malária no Estado e, consequentemente, eliminar a doença. O resultado do estudo vai apontar, também, se existe alguma conexão entre os casos de malária símia com os que ocorrem em seres humanos.

A pesquisa foi motivada quando as autoridades de saúde perceberam que as peculiaridades dos casos no Estado eram sempre as mesmas. As pessoas infectadas são, na maioria, homens jovens, que residem em ambiente rural na região de montanhas, com residências fixadas bem próximas às áreas de Mata Atlântica.

Embora 99% dos casos incidentes de malária estejam localizados na Região Amazônica, a doença extra-Amazônica ocorre em duas situações: introdução por pessoas doentes oriundas da Amazônia e casos autóctones residuais, ou seja, naqueles em que são naturais de seu próprio ambiente.

Confirmações

De acordo com o técnico de vigilância ambiental da Sesa, Altemar Rodrigues Marques, anualmente o Espírito Santo registra casos de malária em seu território, que variam de 15 a 30 confirmações. “A malária que predomina na Região Serrana do Estado é a autóctone, que é desprovida de gravidade. Os casos são isolados, não havendo risco de surto”, explicou Marques.

A malária autóctone está relacionada a bolsões preservados de Mata Atlântica. Ela é identificada, sempre em baixa freqüência, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina.

A doença se apresenta com sinais e sintomas de longa duração, entre os quais destacam-se a febre alta, na maioria das vezes a cada 48 horas, cefaléia (dor de cabeça) e calafrios.

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