14/05/2013 13h37 - Atualizado em 23/09/2015 13h37

ES fornece insulina especial para cerca de 500 diabéticos

O Espírito Santo é um dos poucos estados no País a adotar um protocolo de fornecimento de insulinas especiais para ajudar pacientes diabéticos que não se adaptaram às insulinas convencionais. Os medicamentos, de alto custo, estão beneficiando cerca de 500 pacientes e o gasto mensal da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) chega a R$ 108 mil por mês.

Somente no ano passado, 162 pessoas com diabetes passaram a fazer uso das insulinas especiais, chamadas de glargina e detemir. A diabetes é uma doença crônica que acomete a produção de insulina. É esse hormônio o responsável pela quantidade de glicose no sangue.

Cerca de 80% dos diabéticos se adapta bem às insulinas tradicionais distribuídas pelas unidades de saúde municipais. Por outro lado, há um grupo que sofre com um quadro de instabilidade e que é beneficiado especificamente com as insulinas especiais - modificadas em laboratório para obter benefícios de ação prolongada.

“A diferença mais evidente é que a insulina especial se tornou mais uniforme e constante e com isso mantém nível plasmático sem variações, evitando hipoglicemia, que é um dos principais fatores de complicação na diabetes tipo 1, podendo levar à perda de consciência, convulsão e morte em casos acentuados”, explica o endocrinologista Perseu Seixas de Carvalho, da Secretaria de Estado da Saúde.

Ele destaca que o custo com o tratamento é alto, mas totalmente bancado pelo Governo do Espírito Santo. A diferença de preço entre as insulinas análogas e as tradicionais chega a 4.000%.

Protocolo

“A diferença de custo é muito maior que a do benefício proporcionado na maioria dos casos, por isso, há um protocolo específico para identificar os pacientes que realmente precisam desse tipo de medicação e a Secretaria de Estado da Saúde faz o monitoramento do tratamento para acompanhar os benefícios proporcionados”, esclarece o endocrinologista.

Apesar dos estudos indicarem superiorida¬de das insulinas especiais quanto à redução do risco de hipoglicemia, ainda não é possível afirmar que haja diferença entre as insulinas análogas e tradicionais no que se refere ao controle glicêmico. Por isso, a primeira opção no tratamento de diabetes tipo 2 e, na maioria dos casos, no diabetes tipo 1, ainda é de disponibilizar insulinas convencionais.

Números

Em 2012, foram abertos 265 processos de solicitação de uso dessas novas medicações. Desses, 103 foram indeferidos. “Os indeferimentos ocorrem quando os médicos indicam a glargina e o determir como primeira opção de tratamento, sem que o paciente tenha sido submetido antes à insulinoterapia convencional ou não estava cumprindo a terapia de forma adequada”, explica.

Perseu Seixas ressalta que o tratamento da diabetes implica na adoção de uma série de medidas, medicamentosas ou não. “O bom desempenho não depende só isoladamente do controle regular da glicemia, é preciso que o paciente pratique atividade física, tenha uma dieta alimentar equilibrada, ele tem que aderir ao tratamento”.

Por isso, a Sesa se preocupa em se certificar de que o tratamento está sendo feito de forma adequada, de que o paciente está cumprindo as recomendações médicas e que não abandonou o tratamento.

Serviço

– As insulinas glargina e determir fazem parte da lista de medicações fornecidas pelas Farmácias Cidadãs Estaduais. Para ter acesso, é preciso passar por consulta com um endocrinologista e ter um encaminhamento para abertura do processo que será avaliado por médico perito da Sesa.

– Hoje, a Sesa custeia R$ 108.441,30 por mês na compra de 558 frascos de glargina 10 ml e 39 ampolas de 10 ml da insulina determir.


Diferença de custo

– O preço das insulinas convencionais NPH e Regular é de R$ 4,58 cada frasco de 10 ml. Essas insulinas são custeadas pelo Ministério da Saúde e são disponibilizadas nas unidades básicas municipais. Por ano, são distribuídos 210.316 frascos no Estado. O gasto do MS é de R$ 963 mil por ano.

– A insulina especial glargina custa R$ 190,60 a ampola de 10 ml e a determir, R$ 53,50 cada frasco de 3 ml. A diferença chega a 4.000% sobre o custo das insulinas convencionais.

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