15/09/2011 05h19 - Atualizado em 23/09/2015 13h31

Espírito Santo zera fila de transplantes de córnea

A fila para quem aguarda por uma córnea no Espírito Santo, que já chegou a ultrapassar 300 pacientes, não existe mais. No começo deste mês, as últimas quatro pessoas da lista receberam doação por meio da Central de Captação de Órgãos da Secretaria de Estado da Saúde (CNCDO). Todas passaram pelo transplante - o último deles realizado nesta semana. Como resultado, 16 córneas excedentes puderam ser ofertadas à Central Nacional de Transplantes (CNT), que as encaminhou para Goiás.

O feito coloca o Estado entre os três do Brasil onde não há espera por córnea. Isso foi possível, entre outros fatores, graças aos esforços do Governo do Espírito Santo na área, como a inauguração do Banco de Olhos do Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), que recebeu investimento de R$ 300 mil. O recurso foi usado para equipar o setor com refrigeradores para manutenção de tecidos, cabine de segurança biológica, centrífuga para avaliação sanguínea e microscópios.

Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde repassa R$ 1,3 milhão por ano para o Hospital Evangélico de Vila Velha, para custeio, incluindo os procedimentos de captação e transplantes. Há que destacar ainda os investimentos na capacitação das equipes das Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) dos hospitais. Os treinamentos são promovidos pela CNCDO e abrangem profissionais envolvidos no processo de doação.

Dados

O Espírito Santo já chegou a ter 325 pacientes aguardando por doação de córnea. Entretanto, a quantidade de pessoas na lista foi diminuindo à medida que a quantidade de transplantes aumentava. Em 2009, foram realizados 131 procedimentos; em 2010, foram 159 e em 2011, 193, nos seis primeiros meses. Em julho deste ano, a fila era de apenas 37 e em setembro, chegou a zero. Agora, quem precisar do tecido, não precisará aguardar.

O desempenho do Estado rendeu-lhe a quinta posição no ranking nacional quando se calcula o número de transplantes de córnea por milhão de população (com 86,6%). Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a informações é relativa ao primeiro semestre de 2011 e não leva em conta, portanto, o fim da lista de receptores do tecido.

Córnea

A córnea é um tecido – e não um órgão – localizado na porção mais anterior do globo ocular. Sua transparência é um dos fatores responsáveis por uma boa visão. No transplante, uma córnea que perdeu esta característica é substituída por outra saudável. E, diferentemente dos órgãos – fígado, rim, pâncreas – a captação da córnea é mais fácil e menos restrita, pois pode ser feita em pessoas com morte cerebral ou mesmo em ocasiões em que o coração já parou de bater.

Além disso, o processo de captação é feito por um técnico especializado, e não por médico. A vida útil de cada tecido no banco de olhos é de até 14 dias. Hoje, criou-se no Espírito Santo condições para ter mais córneas disponíveis. Quando há indicação de transplante a CNCDO é notificada e, se não houver demanda interna, o excedente é disponibilizado à Central Nacional de Transplantes (CNT), que a encaminha de acordo com a necessidade dos estados.



Hospitais credenciados para realizar transplante de córnea

- Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM)
- Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV)
- Centro de Cirurgia Ocular do Espírito Santo
- Hospital Mata da Praia
- Instituto Oftalmológico Santa Luzia

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Texto: Marcos Bonn
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