07/12/2011 09h31 - Atualizado em
23/09/2015 13h32
Estado registra primeiro transplante de fígado realizado entre pessoas vivas
Pela primeira vez em 35 anos foi realizado no Espírito Santo um transplante de fígado entre pessoas vivas. A cirurgia se caracteriza basicamente por retirar uma parte do órgão do doador para transplantá-la no receptor. A Central Notificação e Captação de Órgãos da Secretaria de Estado da Saúde (CNCDO) homologou o procedimento, que foi executado no Hospital Meridional, em Cariacica, nesta terça-feira (06).
O paciente é um bebê diagnosticado com um problema congênito no fígado e o doador foi o próprio pai. Devido à alta complexidade, o procedimento é indicado em último caso. “A cirurgia durou cerca de 15 horas, cerca de 1/3 do fígado de um pai herói e corajoso foi retirado e colocado na sua filha de 13 meses. Apesar de haver risco, em transplantes pediátricos ainda é aceito pelo risco x benefício. Para o bebê era uma questão de vida ou morte, afirma o médico da CNCDO, João de Siqueira Neto.
No transplante comum de fígado o órgão do doador já em morte cerebral - e após autorização da família - é implantado integralmente no receptor, mas isso é muito difícil de ser feito entre doadores infantis. No inter-vivos, a parte esquerda do órgão é retirada e ela passa substituir o fígado da criança. “É uma cirurgia bem delicada. Os vasos sanguíneos são religados com auxílio de microscópios. A parte transplantada não fica no formato exato de um fígado normal, mas acompanha o crescimento da pessoa e desempenha totalmente as funções”, explica o especialista.
O doador geralmente recebe alta em até quatro dias (o fígado se regenera aos poucos). O transplantado necessita de mais tempo para recuperação, entretanto o prognóstico é bom, e o paciente pode levar uma vida normal fazendo o uso de remédios (imunossupressores) que diminuem a rejeição do novo órgão. A fase mais crítica é o período pós-transplante, quando o receptor toma uma dose maior destes medicamentos, que acabam comprometendo um pouco mais o sistema imunológico, ficando mais suscetível a infecções.
A cirurgia foi feita totalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e representa um avanço na área no ES, onde em 2005 foi feito o primeiro transplante de fígado. Além de haver compatibilidade entre o doador e o receptor, é necessária toda uma estrutura voltada para o procedimento inter-vivos, além de uma equipe de profissionais altamente especializada. Independentemente do tipo de transplante de fígado, os pacientes precisam ser cadastrados pela Central de Órgãos do Estado.
“Acho ainda que vale a pena ressaltar a profissionalização do setor de transplantes, a alta competência dos profissionais e principalmente a seriedade e transparência do programa de transplantes do Brasil”, conclui João de Siqueira Neto.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Alessandra Fornazier/Fabricio Fernandes/Jucilene Borges/Marcos Bonn
Texto: Marcos Bonn
marcosbonn@saude.es.gov.br
Tels.: 3137-2378 / 3137-2307 / 9983-3246 / 9969-8271 / 9943-2776
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O paciente é um bebê diagnosticado com um problema congênito no fígado e o doador foi o próprio pai. Devido à alta complexidade, o procedimento é indicado em último caso. “A cirurgia durou cerca de 15 horas, cerca de 1/3 do fígado de um pai herói e corajoso foi retirado e colocado na sua filha de 13 meses. Apesar de haver risco, em transplantes pediátricos ainda é aceito pelo risco x benefício. Para o bebê era uma questão de vida ou morte, afirma o médico da CNCDO, João de Siqueira Neto.
No transplante comum de fígado o órgão do doador já em morte cerebral - e após autorização da família - é implantado integralmente no receptor, mas isso é muito difícil de ser feito entre doadores infantis. No inter-vivos, a parte esquerda do órgão é retirada e ela passa substituir o fígado da criança. “É uma cirurgia bem delicada. Os vasos sanguíneos são religados com auxílio de microscópios. A parte transplantada não fica no formato exato de um fígado normal, mas acompanha o crescimento da pessoa e desempenha totalmente as funções”, explica o especialista.
O doador geralmente recebe alta em até quatro dias (o fígado se regenera aos poucos). O transplantado necessita de mais tempo para recuperação, entretanto o prognóstico é bom, e o paciente pode levar uma vida normal fazendo o uso de remédios (imunossupressores) que diminuem a rejeição do novo órgão. A fase mais crítica é o período pós-transplante, quando o receptor toma uma dose maior destes medicamentos, que acabam comprometendo um pouco mais o sistema imunológico, ficando mais suscetível a infecções.
A cirurgia foi feita totalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e representa um avanço na área no ES, onde em 2005 foi feito o primeiro transplante de fígado. Além de haver compatibilidade entre o doador e o receptor, é necessária toda uma estrutura voltada para o procedimento inter-vivos, além de uma equipe de profissionais altamente especializada. Independentemente do tipo de transplante de fígado, os pacientes precisam ser cadastrados pela Central de Órgãos do Estado.
“Acho ainda que vale a pena ressaltar a profissionalização do setor de transplantes, a alta competência dos profissionais e principalmente a seriedade e transparência do programa de transplantes do Brasil”, conclui João de Siqueira Neto.
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