18/12/2008 08h12 - Atualizado em 23/09/2015 13h23

Exame preliminar confirma duas primeiras mortes por leptospirose no Estado e Sesa alerta para cuidados para evitar a doença

A equipe de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou as duas primeiras mortes, confirmadas por meio de exames preliminares, de dois pacientes com leptospirose. As vítimas são: um jovem de 14 anos, morador de Vila Velha, cujo óbito ocorreu no dia 10 de dezembro; e um senhor de 63 anos, morador de Vitória, que faleceu no último domingo (14).

Após os resultados obtidos no Laboratório Central (Lacen) da Sesa, amostras de sangue dos pacientes foram encaminhadas para exames de microaglutinação e imunohistoquímica, em unidades do Ministério da Saúde (MS) em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Os exames conclusivos sobre a causa da morte das vítimas devem ser divulgados em até 30 dias.

Segundo o responsável técnico pelo controle de leptospirose da Sesa, Maxwell Marchito de Freitas, não foi constatada uma explosão de casos após o período de chuvas. Mas as comunidades com áreas de alagamento devem ficar em alerta para os sinais da doença.

Freitas explica que há uma série de protocolos, indicados pelo MS, que devem ser adotados quando uma pessoa apresenta os primeiros sintomas da doença. A princípio, o paciente deve relatar ao médico se teve contato com águas ou lama de chuva, ou se esteve em alguma outra situação de risco, como nadar em rios contaminados com esgoto.

“Ao constatar a suspeita de leptospirose, o médico deve solicitar um exame de sangue no Lacen. Porém, antes mesmo de receber o resultado, o médico deve começar a tratar o paciente suspeito, pois a leptospirose pode evoluir”, comenta Freitas.

Exames

O Lacen realiza o teste, chamado Elisa, nas primeiras duas amostras coletadas do doente. A primeira, colhida a partir do 7º dia em que a pessoa apresentou sintomas. Já a segunda amostra é coletada de 15 a 21 dias após a primeira coleta.

Após a confirmação, o material é encaminhado para fora do Estado, para passar por outras análises, que são a microaglutinação e o exame imunohistoquímico. “O exame feito no Lacen é preliminar, mas já é considerado pelo MS. Os demais exames representam um padrão ouro para o diagnóstico preciso”, explicou Freitas.

Isso porque a análise mais aprofundada pode confirmar se o paciente teve uma reação cruzada com outros agravos, que possuem sintomas semelhantes aos da leptospirose, como ocorre com a febre maculosa, dengue hemorrágica e malária. “O exame por microaglutinação, que é feito em Belo Horizonte, é definitivo”, comenta Freitas.

Dados

Desde o início de novembro, quando começaram a ocorrer as chuvas mais intensas, foram confirmados premilinarmente 25 casos de leptospirose no Espírito Santo, com dois óbitos. Os casos foram registrados nos municípios de: Cariacica (04), Pedro Canário (02), Itaguaçu (01), Vila Velha (06), Santa Maria de Jetibá (02), Muniz Freire (01), Alegre (02), Serra (01), Laranja da Terra (01), Marechal Floriano (01), Castelo (01), Itapemirim (01), Vitória (01) e Baixo Guandu (01).

Destes 25 casos de leptospirose, quatro foram confirmados por meio de aglutinação, um exame realizado fora do Estado.

É importante também acompanhar a evolução da doença no Estado. Veja no quadro abaixo os números da doença ao longo dos últimos anos:







A doença

A leptospirose é uma doença que pode ocorrer em locais onde não há saneamento e onde há muito acúmulo de água. É uma zoonose em que os animais são hospedeiros primários, essenciais para a persistência dos focos da infecção, e os seres humanos são hospedeiros acidentais, terminais, pouco eficientes para dar continuidade à bactéria.

É possível adotar alguns cuidados para evitar a doença, como usar calçados ao caminhar por locais em que há sujeira, principalmente perto de redes de esgoto, evitar contato com roedores e com água de chuva. Nos pontos onde ocorrem alagamentos há o perigo da leptospirose.

“Por isso, não se deve andar descalço, principalmente nos bairros onde não há saneamento. Onde houve área alagada, é preciso usar protetor nos pés, como sacos plásticos. As pessoas devem evitar as situações de risco. Não se deve deixar entulhos em terrenos. Ainda é preciso ter cuidado com o tipo de água que está sendo ingerida. Isso vale tanto para a área urbana quanto para a área rural”, explica Freitas.

Caso apareça algum sintoma, após ter tido contato com ratos ou com água de chuva, a pessoa deve procurar o serviço médico. Os sinais de doença são: febre alta repentina e contínua, dor de cabeça e no corpo, diarréia, náusea, dores abdominais e na panturrilha. Quando há agravamento da doença, surgem sintomas como ecterícia (amarelamento da pele), hemorragia e insuficiência renal.

É bom observar que doenças como dengue, febre maculosa, hepatite, malária e doenças de chagas podem ter sintomas semelhantes aos da leptospirose, portanto é preciso procurar o serviço médico o mais rápido o possível.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Ana Paula Costa/Jucilene Borges/Marcos Bonn/Raquel d’Ávila/Syria Luppi
Texto: Ana Paula Costa
anamiranda@saude.es.gov.br
Tels.: 3137-2378 / 3137-2307 / 9969-8271 / 9943-2776 / 9983-3246
asscom@saude.es.gov.br

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard