22/08/2007 15h57 - Atualizado em 23/09/2015 10h01

Falta de informação pode aumentar o número de casos de rubéola entre os homens

Apesar de estar disponível nos postos de saúde municipais do Espírito Santo, a Vacina Tríplice Viral – contra a rubéola, sarampo e caxumba – ainda é discriminada por parte da população masculina. Segundo especialistas, muitos homens deixam de tomá-la porque pensam que é destinada somente para as mulheres. Entretanto, essa falta de informação pode aumentar o número de notificações da doença entre o sexo masculino.

De acordo com assessor do Ministério da Saúde (MS) no Estado para Assuntos de Rubéola, Síndrome de Rubéola Congênita e Sarampo, Weslei Seibel, o estigma de que a vacinação contra a rubéola seria destinada apenas para o sexo feminino teria surgido em 2001, durante uma campanha de vacinação destinada às mulheres em idade fértil, período que compreende dos 17 aos 29 anos.

Essa campanha foi realizada no mesmo ano do penúltimo surto da doença no Estado e tinha o objetivo de eliminar a circulação do vírus entre as mulheres e, conseqüentemente, prevenir a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que se manifesta em recém-nascidos. Isso acabou gerando a falsa idéia de que a vacinação contra rubéola seria somente para mulheres. "Como reflexo da situação, é possível que o número de casos da enfermidade entre os homens possa aumentar, explica Weslei.

Sintomas

As Secretarias Municipais de Saúde são as responsáveis pela vacinação e por notificar a Sesa sobre os casos constatados em seus postos de saúde. Mulheres gestantes e pessoas com suspeita da doença não devem tomar a vacina. Os sintomas são: febre, manchas avermelhadas na pele e aparecimento de ínguas, sobretudo na região do pescoço.

A Vacina Tríplice Viral foi implantada em 1995 para crianças de 1 a 11 anos de idade. A partir de 2004, ela foi estendida para ambos os sexos a fim de eliminar especificamente a enfermidade e não só a SRC. No mesmo ano, foi criada também a dose de reforço da vacina, para crianças entre 4 e 6 anos.

A intenção do MS é de eliminar a doença no Brasil até 2010, diz a coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Martha Casagrande. Em 2008, será realizada outra campanha de vacinação, que deverá abranger homens e mulheres que tenham entre 20 e 39 anos. Hoje, a vacina é indicada para mulheres de 1 a 49 anos e homens entre 1 e 39 anos de idade.

No Espírito Santo, o último caso confirmado da enfermidade foi no dia 30 de julho. Tecnicamente, isso indica que até que se passem 90 dias após a última notificação comprovada (nesse caso, até o fim de outubro), o Estado ainda estará em período de surto, fala Weslei Seibel.

Vale lembrar que surto nada mais é do que casos além do esperado de uma doença que não tem série histórica em um determinado local. Pode ser que aconteçam surtos representados por dois casos de alguma moléstia, por exemplo. Neste ano, no Espírito Santo, foram 30 casos confirmados. Desse total, 14 notificações aconteceram entre o sexo masculino e 16 entre o sexo feminino.

Em 2006, o Espírito Santo teve apenas um caso de rubéola, em Vila Velha. Por causa deste passado histórico e do acontecido recentemente, o MS considerou como surto. Entretanto, não é caso para causar pânico na população, informa o Ministério.

Distribuição dos casos confirmados por município
Cariacica - 2
Vargem Alta - 1
Guarapari - 2
Vitória - 8
Santa Tereza - 1
Serra - 7
Piúma - 1
Itapemirim - 1 (gestante no segundo trimestre de gravidez)
Apiacá - 1
Conceição da Barra - 1
Iconha - 1
Vila Velha - 3
Muqui - 1

Em relação à faixa etária
0 a 4 anos - 3 (10%)
5 a 11 anos - 0
20 a 29 anos - 14 (46,66%)
30 a 39 anos - 6 (20%)
40 a 49 anos - 7 (23,33%)

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