04/12/2014 15h31 - Atualizado em
23/09/2015 13h42
Fórum de saúde vai debater a importância da intersetorialidade no combate à violência

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) promove na próxima terça-feira (09), em Vitória, o Fórum Estadual Intersetorial de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Violências. O evento será realizado no auditório do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – em frente ao planetário – a partir das 8h30.
A referência técnica da Vigilância Estadual de Prevenção de Violências e Acidentes, Edleusa Cupertino, explica que a área de Saúde, atendendo à legislação, faz a vigilância da violência contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos. No caso do homem adulto, a vigilância da violência é feita somente nos casos de violência sexual e violência intrafamiliar, que podem ocorrer no âmbito das relações afetivas e consanguíneas.
Segundo Edleusa, dentro desse contexto, as discussões que serão realizadas no fórum buscam fortalecer a intra e a intersetorialidade das ações de combate à violência, estimulando a parceria entre diferentes pastas públicas, serviços privados, movimentos sociais e até religiosos. “O Ministério da Saúde propõe que se busque a intra e a intersetorialidade porque a vítima de violência precisa não só do cuidado de saúde, mas do suporte de diversos outros serviços, principalmente considerando o conceito de saúde atual da Organização Mundial de Saúde”, diz a referência técnica.
De acordo com Edleusa, a intersetorialidade ocorre hoje de forma pontual, mais entre algumas pastas e menos entre outras. Ainda de acordo com a referência técnica, o Ministério da Saúde tem firmado acordo com outros oito ministérios para institucionalizar a ação conjunta e garantir o compartilhamento das responsabilidades no que diz respeito ao cuidado integral das vítimas de violência.
“Discutimos recentemente num seminário intersetorial sobre notificação de violências e rede de atenção e proteção às pessoas em situação de violências, em Brasília, a proposta de que o formulário que a Saúde usa seja único para coleta de informações em casos de violência a partir de 2015. Esse formulário contempla informações de diversos setores, como saúde, assistência social e direitos humanos, e seria aplicado à vítima pelo órgão que prestar o primeiro atendimento, se tornando porta de entrada da pessoa na rede de proteção e cuidados”, explica.
Segundo Edleusa, o objetivo é manter todas as informações em um banco de dados único, o Sinan (Sistema de Informação de Agravos e Notificação), que já é disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Essa junção, além de dar mais segurança ao dado, diminuirá inclusive o custo do controle das informações, uma vez que, no modelo atual, cada órgão precisa investir na coleta e na manutenção dos dados em plataformas que não se comunicam.
Notificação
A referência técnica da Vigilância Estadual de Prevenção de Violências e Acidentes lembra que é dever de todo profissional de saúde notificar casos de violência, mesmo que sejam apenas suspeitas. “A notificação não tem conotação de denúncia. Ela deve ser feita e o profissional tem que prestar orientações à vítima e encaminhá-la para outros serviços na sequência do atendimento quando for necessário”, enfatiza.
Edleusa comenta que a atitude do profissional que atende a vítima de violência faz toda a diferença no tratamento desses casos. Quando o profissional notifica à Saúde, a vítima tem a oportunidade de receber o cuidado necessário tanto da parte da Saúde quanto dos demais serviços, que podem ser acionados pela Saúde. “Do contrário, em vez de ficar no banco de dados da violência, a vítima vai entrar para o banco de dados da mortalidade”, diz.
A referência técnica comenta que em alguns agravos, como a violência sexual e tentativas de suicídio, a notificação deve ser imediata, isto é, até 24 horas após o evento, pois há medicações e intervenções a serem feitas para evitar gravidez indesejada, algumas doenças sexualmente transmissíveis e até infecção pelo vírus HIV.
De acordo com Edleusa, estudos apontam que as pessoas nem sempre morrem na primeira tentativa de suicídio, portanto, sendo notificada, a Saúde pode cuidar para que essa pessoa seja acompanhada e seu sofrimento seja tratado, evitando que ela atente novamente contra a própria vida.
Programação
Manhã
8h30 – Recepção dos Convidados – Coffee break
9h – Abertura: História da Vigilância de Acidentes e Violência no Espírito Santo – 15min – Maria Cirlene Caser - Vigilância Epidemiológica Estadual
09h15 – Mesa Redonda 1: Rede de Atenção/Notificação de Violências
Moderador: Maria Cirlene Caser – Vigilância Epidemiológica Estadual
Tema: Legislação Atualizada no Enfrentamento da Violência (20min) – Palestrante: Edleusa G. F. Cupertino, referência estadual em Acidentes e Violência
Tema: Notificação de Violências – Prática de Notificação (20min) – Palestrante: Solange Drumond Lanna, coordenadora do Nuprevi/Vitória
10h10 – Debate
10h30 – Mesa Redonda 2: Cuidados às Vítimas de Violência no ES
Moderador: Sandra Fagundes, referência estadual de DST/Aids
Tema: Profilaxia das DSTs e Gestação em Situações de Violência Sexual (40min) – Palestrante: dra. Bettina Moulin Lima
Tema: Abortamento Legal – Hospital São José de Colatina (20min) – Palestrante: Dayana Chieppe
Hucam e o novo Pavivis (20min) – Palestrante: dra. Chiara Musso
12h– Debate
12h20 – Almoço
Tarde
14h – Mesa Redonda 3: Saúde, Estado Presente, Segurança Pública e Ministério Público – Moderador: Gilsa Pimenta Rodrigues, gerente de Vigilância em Saúde da Sesa
Tema: Avanços da Saúde no ES (20min) – Palestrante: dr. Tadeu Marino
Avanços do Estado Presente (20min) – Palestrante: Alvaro Farjardo Tema: Análise dos Dados do Ciodes (20 min) – Palestrante: Cel. Gustavo Debortoli
Tema: Avanços do pós Lei Maria da Penha (20min) – Palestrante: dra. Catarina (Ministério Público)
Tema: Dados do Ministério da Saúde (20min) – Palestrante: Eneida dos Anjos
15h – Debate
15h20 – Mesa Redonda 4: Suicídio no ES – Problema de Saúde Pública – Moderador: Edleusa G. F. Cupertino, referência técnica estadual
Tema: Epidemiologia do Suicídio no Mundo e no Brasil (30 min) –Palestrante: Maria Carmen Viana (CEPEP/Ufes e CEPES)
Tema: Religiosidade e Espiritualidade como fator de Prevenção do Suicídio (30min) – Palestrante: Attilio Provedel (NECE/Ufes)
Tema: Apoio a Perdas Irreparáveis (API) e os Cuidados Diante do Luto por Suicídio (30min) – Palestrante: Daniela Reis e Silva (ATEFES/API)
16h50 – Debate
17h10 – Avaliação, encerramento, agradecimentos
17h15 – Café de encerramento
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Dannielly Valory/Juliana Rodrigues/Kárita Iana/Marcos Bonn
Texto: Juliana Rodrigues
julianarodrigues@saude.es.gov.br
Tels.: 3345-8074/3345-8137/9969-8271/9983-3246/9943-2776
asscom@saude.es.gov.br
A referência técnica da Vigilância Estadual de Prevenção de Violências e Acidentes, Edleusa Cupertino, explica que a área de Saúde, atendendo à legislação, faz a vigilância da violência contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos. No caso do homem adulto, a vigilância da violência é feita somente nos casos de violência sexual e violência intrafamiliar, que podem ocorrer no âmbito das relações afetivas e consanguíneas.
Segundo Edleusa, dentro desse contexto, as discussões que serão realizadas no fórum buscam fortalecer a intra e a intersetorialidade das ações de combate à violência, estimulando a parceria entre diferentes pastas públicas, serviços privados, movimentos sociais e até religiosos. “O Ministério da Saúde propõe que se busque a intra e a intersetorialidade porque a vítima de violência precisa não só do cuidado de saúde, mas do suporte de diversos outros serviços, principalmente considerando o conceito de saúde atual da Organização Mundial de Saúde”, diz a referência técnica.
De acordo com Edleusa, a intersetorialidade ocorre hoje de forma pontual, mais entre algumas pastas e menos entre outras. Ainda de acordo com a referência técnica, o Ministério da Saúde tem firmado acordo com outros oito ministérios para institucionalizar a ação conjunta e garantir o compartilhamento das responsabilidades no que diz respeito ao cuidado integral das vítimas de violência.
“Discutimos recentemente num seminário intersetorial sobre notificação de violências e rede de atenção e proteção às pessoas em situação de violências, em Brasília, a proposta de que o formulário que a Saúde usa seja único para coleta de informações em casos de violência a partir de 2015. Esse formulário contempla informações de diversos setores, como saúde, assistência social e direitos humanos, e seria aplicado à vítima pelo órgão que prestar o primeiro atendimento, se tornando porta de entrada da pessoa na rede de proteção e cuidados”, explica.
Segundo Edleusa, o objetivo é manter todas as informações em um banco de dados único, o Sinan (Sistema de Informação de Agravos e Notificação), que já é disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Essa junção, além de dar mais segurança ao dado, diminuirá inclusive o custo do controle das informações, uma vez que, no modelo atual, cada órgão precisa investir na coleta e na manutenção dos dados em plataformas que não se comunicam.
Notificação
A referência técnica da Vigilância Estadual de Prevenção de Violências e Acidentes lembra que é dever de todo profissional de saúde notificar casos de violência, mesmo que sejam apenas suspeitas. “A notificação não tem conotação de denúncia. Ela deve ser feita e o profissional tem que prestar orientações à vítima e encaminhá-la para outros serviços na sequência do atendimento quando for necessário”, enfatiza.
Edleusa comenta que a atitude do profissional que atende a vítima de violência faz toda a diferença no tratamento desses casos. Quando o profissional notifica à Saúde, a vítima tem a oportunidade de receber o cuidado necessário tanto da parte da Saúde quanto dos demais serviços, que podem ser acionados pela Saúde. “Do contrário, em vez de ficar no banco de dados da violência, a vítima vai entrar para o banco de dados da mortalidade”, diz.
A referência técnica comenta que em alguns agravos, como a violência sexual e tentativas de suicídio, a notificação deve ser imediata, isto é, até 24 horas após o evento, pois há medicações e intervenções a serem feitas para evitar gravidez indesejada, algumas doenças sexualmente transmissíveis e até infecção pelo vírus HIV.
De acordo com Edleusa, estudos apontam que as pessoas nem sempre morrem na primeira tentativa de suicídio, portanto, sendo notificada, a Saúde pode cuidar para que essa pessoa seja acompanhada e seu sofrimento seja tratado, evitando que ela atente novamente contra a própria vida.
Programação
Manhã
8h30 – Recepção dos Convidados – Coffee break
9h – Abertura: História da Vigilância de Acidentes e Violência no Espírito Santo – 15min – Maria Cirlene Caser - Vigilância Epidemiológica Estadual
09h15 – Mesa Redonda 1: Rede de Atenção/Notificação de Violências
Moderador: Maria Cirlene Caser – Vigilância Epidemiológica Estadual
Tema: Legislação Atualizada no Enfrentamento da Violência (20min) – Palestrante: Edleusa G. F. Cupertino, referência estadual em Acidentes e Violência
Tema: Notificação de Violências – Prática de Notificação (20min) – Palestrante: Solange Drumond Lanna, coordenadora do Nuprevi/Vitória
10h10 – Debate
10h30 – Mesa Redonda 2: Cuidados às Vítimas de Violência no ES
Moderador: Sandra Fagundes, referência estadual de DST/Aids
Tema: Profilaxia das DSTs e Gestação em Situações de Violência Sexual (40min) – Palestrante: dra. Bettina Moulin Lima
Tema: Abortamento Legal – Hospital São José de Colatina (20min) – Palestrante: Dayana Chieppe
Hucam e o novo Pavivis (20min) – Palestrante: dra. Chiara Musso
12h– Debate
12h20 – Almoço
Tarde
14h – Mesa Redonda 3: Saúde, Estado Presente, Segurança Pública e Ministério Público – Moderador: Gilsa Pimenta Rodrigues, gerente de Vigilância em Saúde da Sesa
Tema: Avanços da Saúde no ES (20min) – Palestrante: dr. Tadeu Marino
Avanços do Estado Presente (20min) – Palestrante: Alvaro Farjardo Tema: Análise dos Dados do Ciodes (20 min) – Palestrante: Cel. Gustavo Debortoli
Tema: Avanços do pós Lei Maria da Penha (20min) – Palestrante: dra. Catarina (Ministério Público)
Tema: Dados do Ministério da Saúde (20min) – Palestrante: Eneida dos Anjos
15h – Debate
15h20 – Mesa Redonda 4: Suicídio no ES – Problema de Saúde Pública – Moderador: Edleusa G. F. Cupertino, referência técnica estadual
Tema: Epidemiologia do Suicídio no Mundo e no Brasil (30 min) –Palestrante: Maria Carmen Viana (CEPEP/Ufes e CEPES)
Tema: Religiosidade e Espiritualidade como fator de Prevenção do Suicídio (30min) – Palestrante: Attilio Provedel (NECE/Ufes)
Tema: Apoio a Perdas Irreparáveis (API) e os Cuidados Diante do Luto por Suicídio (30min) – Palestrante: Daniela Reis e Silva (ATEFES/API)
16h50 – Debate
17h10 – Avaliação, encerramento, agradecimentos
17h15 – Café de encerramento
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Dannielly Valory/Juliana Rodrigues/Kárita Iana/Marcos Bonn
Texto: Juliana Rodrigues
julianarodrigues@saude.es.gov.br
Tels.: 3345-8074/3345-8137/9969-8271/9983-3246/9943-2776
asscom@saude.es.gov.br