28/11/2007 06h50 - Atualizado em
23/09/2015 13h18
Fórum debate violência relacionada à Aids em mulheres
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio da Coordenação Estadual de DST/Aids, realizará o Fórum Estadual de Discussão sobre “Violência relacionada à Aids em Mulheres e Crianças”, no dia 30 deste mês, no auditório do Diário da Imprensa Oficial (DIO).
O Fórum terá a presença de representantes das secretarias estaduais da Educação; Segurança Pública e Defesa Social; Justiça; Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, da Defensoria Pública, do Ministério Público Estadual e da Universidade Federal do Espírito Santo.
O evento é direcionado a profissionais da saúde que atuam na atenção às mulheres vítimas de violência. O foco dos debates será o planejamento e a execução de ações para melhorar a qualidade da atenção à saúde da população que sofre esse tipo de agravo.
A expectativa é de que cerca de cem pessoas, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais, participem do Fórum, que faz parte da programação do Dia Mundial da Luta Contra a Aids (01 de dezembro). A violência sexual é um dos principais motivos de crescimento do índice de infecção por HIV entre as mulheres.
As inscrições para o Fórum já estão abertas e podem ser feitas na Coordenação Estadual de DST/Aids, nos telefones 3137-2415 ou 3137-2477.
Violência contra a mulher
A violência contra a mulher é definida como qualquer conduta que cause sofrimento físico, sexual ou psicológico. Ela representa um grave risco à saúde e aumenta as chances de infecção por doenças sexualmente transmissíveis e por HIV/Aids.
Segundo dados da Coordenação Estadual de DST/Aids da Sesa, de 1985 a 1991, as mulheres representavam 11,6% dos infectados pelo vírus HIV no Espírito Santo. Em 2005, esse número aumentou para 41,9%.
Para Sandra Fagundes, coordenadora de DST/Aids do Estado, esse número é assustador. “Quase metade dos infectados são do sexo feminino. Muitas dessas mulheres são vítimas de violência sexual e muitas vezes praticada por parentes”, disse.
Na grande maioria das vezes as mulheres não têm coragem de pedir aos seus parceiros que usem preservativos na hora do ato sexual. “Esse pedido gera violência. Os homens acham que estão sendo traídos por causa disso e batem em suas companheiras”, explicou Sandra Fagundes.
Sandra disse que as vítimas dificilmente procuram a Delegacia ou os serviços de saúde após a violência. “Isso aumenta o problema. Se o tratamento começar logo após o ato violento, as chances de infecção pelo HIV caem para menos de 1%”, esclareceu.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a violência sexual atinja 12 milhões de pessoas a cada ano no mundo. Esse tipo de prática violenta pode levar à gravidez indesejada ou a doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a infecção pelo HIV.
O crescimento da epidemia entre mulheres
A realidade sobre a epidemia da Aids está mudando nos últimos anos. Quando a doença chegou ao Brasil, na década de 1980, a média era de um caso em mulheres para cada 26 infectados. Atualmente, essa proporção é de 1,5 caso em homens para uma mulher infectada, segundo o Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde (MS).
De acordo com o MS, os fatores que contribuem para esse novo perfil da epidemia são a desigualdade na relação de poder entre homens e mulheres, a falta de negociação das mulheres quanto infecção pelo HIV, a discriminação racial, étnica e da orientação sexual, e a violência doméstica e sexual contra mulheres, adolescentes e crianças.
Política Nacional
Em março deste ano, o Ministério da Saúde lançou o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e Outras DSTs, já que a atenção à violência doméstica e sexual é uma das prioridades da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
O Plano representa a consolidação de uma política para o enfrentamento da epidemia de Aids e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis entre as mulheres. Para combater a feminização da epidemia é preciso que diversos órgãos trabalhem em conjunto.
Para o MS, os profissionais de saúde estão em posição estratégica para o diagnóstico e a atuação no problema da violência sexual e doméstica. “A maior parte das mulheres entra em contato com profissionais de saúde em algum momento da vida, e eles são capazes de identificar as vítimas e encaminhá-las aos serviços especializados”, explicou Sandra Fagundes.
O Fórum Estadual de Discussão sobre “Violência relacionada à Aids em Mulheres e Crianças” é gratuito e, apesar de ter como foco os profissionais da área de saúde, será aberto aos demais interessados no tema.
A Aids no mundo
De acordo com o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e Outras DST:
- 76% de todas as mulheres HIV positivas vivem na África Sub-Saariana, onde as mulheres representam 59% dos adultos vivendo com HIV. Na África Sub-Saariana, cerca de 3 a cada 4 pessoas jovens (74%), entre 15 e 24 anos, vivendo com HIV são do sexo feminino.
- No Caribe, 51% dos adultos vivendo com HIV são mulheres, enquanto nas Bahamas e em Trinidade e Tobago, as estatísticas são 59% e 56%, respectivamente.
- Estima-se que 90% das pessoas vivendo com HIV, em todo o mundo, não sabem que estão infectadas, e menos de 10% das mulheres grávidas fizeram teste de HIV.
- Nos locais que estão entrando em colapso sob o impacto da Aids, são principalmente as mulheres – incluindo as mais velhas – que assumem os cuidados aos doentes.
- Menos de 1 a cada 5 mulheres casadas em Bangladesh tinham ouvido falar da Aids.
- No Sudão, apenas 5% das mulheres sabiam que a utilização de preservativos poderia prevenir a infecção por HIV. Mais de 2/3 das mulheres nunca tinham visto ou ouvido falar sobre preservativos.
- Estudos na África do Sul e Tanzânia mostram que mulheres que sofreram violência eram até 3 vezes mais propensas a estar infectadas por HIV que mulheres que não haviam sofrido violência.
Confira a programação do Fórum:
08h30 - Abertura
09 horas - Rede de Atenção Integral à Vítima de Violência Sexual no Espírito Santo: Assistência bio-psico-social, jurídica e de saúde às mulheres, às crianças e aos adolescentes submetidos à violência sexual
10 horas - Atenção às Mulheres que Sofreram Violência Sexual:
- Organização da Atenção
- Normas gerais de atendimento
- Apoio Psicossocial
- Fluxo de atendimento
11 horas - Coffee-break
11h15 - Infecção pelo HIV após situações de exposição sexual
12 horas - Almoço
14 horas - Profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis Não Virais em situações de violência sexual
15 horas - Considerações Gerais para Uso de Profilaxia para Hepatite B em casos de violência sexual
16 horas - Coffee-break
16h15 - Atendimento às Mulheres com Gravidez Decorrente de Violência Sexual
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Daniele Bolonha
danielebolonha@saude.es.gov.br
Texto: Rovena Storch
rovenadamasceno@saude.es.gov.br
Tels.: (27) 3137-2378 / 2307 / 9969-8271 / 9943-2776 / 9983-3246
asscom@saude.es.gov.br
O Fórum terá a presença de representantes das secretarias estaduais da Educação; Segurança Pública e Defesa Social; Justiça; Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, da Defensoria Pública, do Ministério Público Estadual e da Universidade Federal do Espírito Santo.
O evento é direcionado a profissionais da saúde que atuam na atenção às mulheres vítimas de violência. O foco dos debates será o planejamento e a execução de ações para melhorar a qualidade da atenção à saúde da população que sofre esse tipo de agravo.
A expectativa é de que cerca de cem pessoas, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais, participem do Fórum, que faz parte da programação do Dia Mundial da Luta Contra a Aids (01 de dezembro). A violência sexual é um dos principais motivos de crescimento do índice de infecção por HIV entre as mulheres.
As inscrições para o Fórum já estão abertas e podem ser feitas na Coordenação Estadual de DST/Aids, nos telefones 3137-2415 ou 3137-2477.
Violência contra a mulher
A violência contra a mulher é definida como qualquer conduta que cause sofrimento físico, sexual ou psicológico. Ela representa um grave risco à saúde e aumenta as chances de infecção por doenças sexualmente transmissíveis e por HIV/Aids.
Segundo dados da Coordenação Estadual de DST/Aids da Sesa, de 1985 a 1991, as mulheres representavam 11,6% dos infectados pelo vírus HIV no Espírito Santo. Em 2005, esse número aumentou para 41,9%.
Para Sandra Fagundes, coordenadora de DST/Aids do Estado, esse número é assustador. “Quase metade dos infectados são do sexo feminino. Muitas dessas mulheres são vítimas de violência sexual e muitas vezes praticada por parentes”, disse.
Na grande maioria das vezes as mulheres não têm coragem de pedir aos seus parceiros que usem preservativos na hora do ato sexual. “Esse pedido gera violência. Os homens acham que estão sendo traídos por causa disso e batem em suas companheiras”, explicou Sandra Fagundes.
Sandra disse que as vítimas dificilmente procuram a Delegacia ou os serviços de saúde após a violência. “Isso aumenta o problema. Se o tratamento começar logo após o ato violento, as chances de infecção pelo HIV caem para menos de 1%”, esclareceu.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a violência sexual atinja 12 milhões de pessoas a cada ano no mundo. Esse tipo de prática violenta pode levar à gravidez indesejada ou a doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a infecção pelo HIV.
O crescimento da epidemia entre mulheres
A realidade sobre a epidemia da Aids está mudando nos últimos anos. Quando a doença chegou ao Brasil, na década de 1980, a média era de um caso em mulheres para cada 26 infectados. Atualmente, essa proporção é de 1,5 caso em homens para uma mulher infectada, segundo o Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde (MS).
De acordo com o MS, os fatores que contribuem para esse novo perfil da epidemia são a desigualdade na relação de poder entre homens e mulheres, a falta de negociação das mulheres quanto infecção pelo HIV, a discriminação racial, étnica e da orientação sexual, e a violência doméstica e sexual contra mulheres, adolescentes e crianças.
Política Nacional
Em março deste ano, o Ministério da Saúde lançou o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e Outras DSTs, já que a atenção à violência doméstica e sexual é uma das prioridades da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
O Plano representa a consolidação de uma política para o enfrentamento da epidemia de Aids e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis entre as mulheres. Para combater a feminização da epidemia é preciso que diversos órgãos trabalhem em conjunto.
Para o MS, os profissionais de saúde estão em posição estratégica para o diagnóstico e a atuação no problema da violência sexual e doméstica. “A maior parte das mulheres entra em contato com profissionais de saúde em algum momento da vida, e eles são capazes de identificar as vítimas e encaminhá-las aos serviços especializados”, explicou Sandra Fagundes.
O Fórum Estadual de Discussão sobre “Violência relacionada à Aids em Mulheres e Crianças” é gratuito e, apesar de ter como foco os profissionais da área de saúde, será aberto aos demais interessados no tema.
A Aids no mundo
De acordo com o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e Outras DST:
- 76% de todas as mulheres HIV positivas vivem na África Sub-Saariana, onde as mulheres representam 59% dos adultos vivendo com HIV. Na África Sub-Saariana, cerca de 3 a cada 4 pessoas jovens (74%), entre 15 e 24 anos, vivendo com HIV são do sexo feminino.
- No Caribe, 51% dos adultos vivendo com HIV são mulheres, enquanto nas Bahamas e em Trinidade e Tobago, as estatísticas são 59% e 56%, respectivamente.
- Estima-se que 90% das pessoas vivendo com HIV, em todo o mundo, não sabem que estão infectadas, e menos de 10% das mulheres grávidas fizeram teste de HIV.
- Nos locais que estão entrando em colapso sob o impacto da Aids, são principalmente as mulheres – incluindo as mais velhas – que assumem os cuidados aos doentes.
- Menos de 1 a cada 5 mulheres casadas em Bangladesh tinham ouvido falar da Aids.
- No Sudão, apenas 5% das mulheres sabiam que a utilização de preservativos poderia prevenir a infecção por HIV. Mais de 2/3 das mulheres nunca tinham visto ou ouvido falar sobre preservativos.
- Estudos na África do Sul e Tanzânia mostram que mulheres que sofreram violência eram até 3 vezes mais propensas a estar infectadas por HIV que mulheres que não haviam sofrido violência.
Confira a programação do Fórum:
08h30 - Abertura
09 horas - Rede de Atenção Integral à Vítima de Violência Sexual no Espírito Santo: Assistência bio-psico-social, jurídica e de saúde às mulheres, às crianças e aos adolescentes submetidos à violência sexual
10 horas - Atenção às Mulheres que Sofreram Violência Sexual:
- Organização da Atenção
- Normas gerais de atendimento
- Apoio Psicossocial
- Fluxo de atendimento
11 horas - Coffee-break
11h15 - Infecção pelo HIV após situações de exposição sexual
12 horas - Almoço
14 horas - Profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis Não Virais em situações de violência sexual
15 horas - Considerações Gerais para Uso de Profilaxia para Hepatite B em casos de violência sexual
16 horas - Coffee-break
16h15 - Atendimento às Mulheres com Gravidez Decorrente de Violência Sexual
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Daniele Bolonha
danielebolonha@saude.es.gov.br
Texto: Rovena Storch
rovenadamasceno@saude.es.gov.br
Tels.: (27) 3137-2378 / 2307 / 9969-8271 / 9943-2776 / 9983-3246
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