24/04/2014 13h50 - Atualizado em 23/09/2015 13h40

Frutas e legumes: cardiologista da Sesa indica dieta apropriada para evitar e tratar a hipertensão

Você sabia que comer várias porções de frutas e verduras durante o dia pode ajudar a combater a hipertensão arterial, um dos problemas de saúde mais graves da atualidade? Isso porque os alimentos que contêm potássio, substância que atua como anti-hipertensivo, reduzem a retenção de sal no organismo. Neste sábado (26) é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Controle da Hipertensão, e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) chama a atenção para o problema que gerou só no passado quase 1.987 internações no Estado, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Como a doença tem avançado sobre a população, a preocupação também cresce entre os especialistas que vem indicando uma dieta especial para hipertensos: a Dash (Diet Approaches to Stop Hypertension, ou, em tradução livre, dieta apropriada para parar a hipertensão), que além de ajudar a controlar a pressão arterial também ajuda a emagrecer, o que é uma vantagem importante, já que o sobrepeso e a obesidade estão entre fatores de risco para a doença.

Entre os profissionais adeptos dessa dieta como a mais indicada para prevenir e controlar a doença está a cardiologista da Sesa Simone Fialho P. P. Martins. Segundo ela, a prevenção e o controle da hipertensão passam necessariamente pela mudança de estilo de vida, de preferência a partir da infância: fazer atividade física e ter uma dieta equilibrada pode ajudar e muito a diminuir os riscos de saúde causados pela pressão alta.

Simone, que há 20 anos realiza atendimentos pelo SUS, observa que cresce a cada dia o número de pacientes que chegam ao seu consultório já com diagnóstico de hipertensão, com sobrepeso ou obesidade e dificuldade para controlar a pressão. Para ela, boa parte da causa do problema está na resistência da população em realizar o tratamento adequado, que não é só medicamentoso.

“A maioria dos remédios para hipertensão o governo fornece gratuitamente, por meio das unidades de saúde e farmácias populares. O tratamento não surte efeito quando o paciente não segue as recomendações médicas: tem de emagrecer, caminhar, fazer atividade aeróbica, parar de fumar, adotar novos hábitos alimentares, comer mais frutas e verduras. Enfim, o paciente precisa mudar de atitude e isso é difícil, por isso as complicações têm crescido”, alerta.

A médica observa que a resistência está relacionada a hábitos pouco saudáveis adquiridos ainda na infância e, por isso, a hipertensão está deixando de ser uma doença de idosos para atingir também os mais jovens. “As comidas industrializadas, os churrascos de final de semana com grande ingestão de sal e bebida alcoólica, além do tabagismo, são fatores de risco”, destaca.

A automedicação, tomar anti-inflamatório sem orientação médica também pode provocar alterações na pressão.

Quando o tratamento não surte efeito, o paciente pode ter sérias complicações entre elas acidente vascular cerebral (derrame), doenças coronarianas (angina, infarto), problemas renais (insuficiência renal e até diálise), doença vascular periférica que pode levar até a amputação de membros e à morte.

“A melhor forma de prevenir e tratar e mudar o estilo de vida”, conclui a médica.

Dieta ao estilo Dash (dietary approches to stop hypertension).

– Importante impacto na redução da pressão arterial. Um alto grau de adesão reduziu em 14% o desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica.
– Os benefícios têm sido associados ao alto consumo de potássio, magnésio e cálcio.
– Potencializa o efeito de orientações nutricionais para emagrecimento, reduzindo os biomarcadores de risco cardiovascular.
– Alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Ex: carne magra, aves e peixes. Usar em pequena quantidade.
– Muitas frutas e hortaliças, aproximadamente 8 a 10 porções/dia (1 porção = 1 concha média).
– Incluir 2 ou 3 porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia.
– Preferir os alimentos integrais.
– Diminuir ou evitar o consumo de doces e bebidas com açúcar
– Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de 4 a 5 porções/semana (1 porção = 1/3 de xícara ou 40g de castanhas, 2 colheres de sopa ou 14 g de sementes, ou ½ xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas).
– Reduzir a adição de gorduras. Utilizar margarina light e óleos vegetais insaturados (azeite, soja, milho, canola).
– Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar também molhos e caldos prontos, além dos produtos industrializados.

Orientação para quem já é hipertenso

– Tome os remédios do jeito exato que foi prescrito pelo médico.
–Não perca nenhuma dose e nem pare de tomar o remédio se for beber no fim-de-semana.
– Evite tomar remédios por conta própria como anti-inflamatórios, corticóides e outros.
– Caso esteja com dificuldades para tomar os medicamentos peça ao seu médico para prescrever remédios associados e em dose única.
– Lembre-se que a hipertensão arterial não tem cura, mas tem controle. E o tratamento é para o resto da vida.
– Decida mudar seu estilo de vida. Assuma o cuidado com a sua doença.
– Visite um médico periodicamente.

Saiba mais

Pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra a parede dos vasos. Quando esta força é maior do que o normal se denomina hipertensão.

Conceito de hipertensão:

PA sistólica (máxima) ≥ 140 mmHg e/ou PA diastólica (mínima) ≥ 90mmHg em medidas de consultório, validado por medidas repetidas, em condições ideais, em pelo menos três ocasiões.

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