02/06/2014 07h53 - Atualizado em
23/09/2015 13h41
Governo lança livro sobre a história do Hospital Pedro Fontes nesta segunda (02)
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A história do Hospital Estadual Dr. Pedro Fontes, antiga colônia que abrigava os portadores de hanseníase – que eram isolados e internados compulsoriamente em hospitais-colônias até a década de 80 – é contada em livro, que será lançado pelo Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), na próxima segunda-feira (02), na Biblioteca Pública Estadual, na Enseada do Suá, a partir das 19h30.
De autoria das assistentes sociais e ex-funcionárias do hospital, Dora Martins Cypreste e Alda Vieira, o livro, intitulado “Hospital Dr. Pedro Fontes – antiga colônia de Itanhenga” faz um resgate da história da hanseníase no mundo, no Brasil e no Espírito Santo. Relata ainda a vivência dos pacientes desde a época do isolamento compulsório até os dias atuais e a transição para a nova política de controle da doença em nível ambulatorial – sem isolamento –, uma vez que hoje há tratamento e cura.
“Há relatos reais e emocionantes de pacientes que foram isolados e afastados do convívio da família, dos filhos e da sociedade em geral por mais de 60 anos e também há depoimentos de servidores que contribuíram no processo de transição para uma nova política de tratamento e ressocialização dos pacientes”, destaca Dora, que trabalhou por 14 anos na instituição, atuando quatro deles como diretora-geral.
Localizado no município de Cariacica, o Hospital Dr. Pedro Fontes foi inaugurado em 1937 destinado ao isolamento dos portadores de hanseníase, à época. Atualmente, congrega usuários curados da doença, seus familiares e alguns funcionários da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), que ainda moram lá.
Tratamento
Muitos ex-internos são portadores de sequelas, muitas delas irreversíveis, fruto da falta de um tratamento eficaz, na época. A poliquimioterapia, um coquetel de cinco medicamentos para tratamento da hanseníase só foi implantada no Espírito Santo por volta dos anos 90, garantindo a cura para todos os casos independentemente da sua forma clínica.
“O Espírito Santo foi pioneiro na política de transformação desse hospital tornando-se referência para outros estados que abrigam ex-doentes remanescentes do isolamento compulsório, perfazendo um total de 33 hospitais-colônia distribuídos em todo o país. Muitos desses hospitais estão sendo reestruturados e transformados em serviços de saúde de acordo com a necessidade de cada região”.
Segundo Dora, este é o primeiro livro que se aprofunda sobre a história do Hospital Dr. Pedro Fontes, contada a partir dos relatos de quem vivenciou o dia a dia na instituição. “Depoimento contundente é o da ex-interna Ebes Grossman, que chegou ao Pedro Fontes com 12 anos de idade e enfrentou todos os preconceitos e ainda hoje aos 62 anos de idade ainda reside nessa comunidade. Ebes venceu todas as amarras da vida, lutou, aprendeu a cuidar de outros internos e se tornou servidora pública hoje aposentada da Sesa”, relata Dora.
Segundo ela, também há histórias de mães que nunca conviveram com seus filhos, pois ao nascerem estes eram separados dos pais e levados para o Educandário Alzira Bley, prédio vizinho construído especialmente para esta finalidade. Os poucos contatos que mantinham com a família era somente no Natal e no Dia das Mães, mesmo assim, através de um portão que os separava, sem qualquer toque físico.
“Com o advento de recursos científicos e tecnológicos a hanseníase entra em uma nova fase e as políticas de controle da doença passam por transformações tanto do ponto de vista social, quanto operacional e científico. A partir desta década, o Ministério da Saúde começou um trabalho de reestruturação social em todas as colônias reconhecendo os doentes como cidadãos com direito ao exercício de sua cidadania e melhor qualidade de vida”, pontuou.
Quem quiser conhecer um pouco mais da história do Hospital Dr. Pedro Fontes, poderá ter acesso ao livro junto à Biblioteca Estadual. A primeira edição, lançada pela Secult com apoio do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), terá cerca de mil exemplares, que serão distribuídos gratuitamente.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Dannielly Valory/Kárita Iana/Marcos Bonn/Maria Ângela Siqueira
Texto: Maria Angela Siqueira
mariaperini@saude.es.gov.br
Tels.: 3345-8074/3345-8137/9969-8271/9983-3246/9943-2776
asscom@saude.es.gov.br
De autoria das assistentes sociais e ex-funcionárias do hospital, Dora Martins Cypreste e Alda Vieira, o livro, intitulado “Hospital Dr. Pedro Fontes – antiga colônia de Itanhenga” faz um resgate da história da hanseníase no mundo, no Brasil e no Espírito Santo. Relata ainda a vivência dos pacientes desde a época do isolamento compulsório até os dias atuais e a transição para a nova política de controle da doença em nível ambulatorial – sem isolamento –, uma vez que hoje há tratamento e cura.
“Há relatos reais e emocionantes de pacientes que foram isolados e afastados do convívio da família, dos filhos e da sociedade em geral por mais de 60 anos e também há depoimentos de servidores que contribuíram no processo de transição para uma nova política de tratamento e ressocialização dos pacientes”, destaca Dora, que trabalhou por 14 anos na instituição, atuando quatro deles como diretora-geral.
Localizado no município de Cariacica, o Hospital Dr. Pedro Fontes foi inaugurado em 1937 destinado ao isolamento dos portadores de hanseníase, à época. Atualmente, congrega usuários curados da doença, seus familiares e alguns funcionários da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), que ainda moram lá.
Tratamento
Muitos ex-internos são portadores de sequelas, muitas delas irreversíveis, fruto da falta de um tratamento eficaz, na época. A poliquimioterapia, um coquetel de cinco medicamentos para tratamento da hanseníase só foi implantada no Espírito Santo por volta dos anos 90, garantindo a cura para todos os casos independentemente da sua forma clínica.
“O Espírito Santo foi pioneiro na política de transformação desse hospital tornando-se referência para outros estados que abrigam ex-doentes remanescentes do isolamento compulsório, perfazendo um total de 33 hospitais-colônia distribuídos em todo o país. Muitos desses hospitais estão sendo reestruturados e transformados em serviços de saúde de acordo com a necessidade de cada região”.
Segundo Dora, este é o primeiro livro que se aprofunda sobre a história do Hospital Dr. Pedro Fontes, contada a partir dos relatos de quem vivenciou o dia a dia na instituição. “Depoimento contundente é o da ex-interna Ebes Grossman, que chegou ao Pedro Fontes com 12 anos de idade e enfrentou todos os preconceitos e ainda hoje aos 62 anos de idade ainda reside nessa comunidade. Ebes venceu todas as amarras da vida, lutou, aprendeu a cuidar de outros internos e se tornou servidora pública hoje aposentada da Sesa”, relata Dora.
Segundo ela, também há histórias de mães que nunca conviveram com seus filhos, pois ao nascerem estes eram separados dos pais e levados para o Educandário Alzira Bley, prédio vizinho construído especialmente para esta finalidade. Os poucos contatos que mantinham com a família era somente no Natal e no Dia das Mães, mesmo assim, através de um portão que os separava, sem qualquer toque físico.
“Com o advento de recursos científicos e tecnológicos a hanseníase entra em uma nova fase e as políticas de controle da doença passam por transformações tanto do ponto de vista social, quanto operacional e científico. A partir desta década, o Ministério da Saúde começou um trabalho de reestruturação social em todas as colônias reconhecendo os doentes como cidadãos com direito ao exercício de sua cidadania e melhor qualidade de vida”, pontuou.
Quem quiser conhecer um pouco mais da história do Hospital Dr. Pedro Fontes, poderá ter acesso ao livro junto à Biblioteca Estadual. A primeira edição, lançada pela Secult com apoio do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), terá cerca de mil exemplares, que serão distribuídos gratuitamente.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Dannielly Valory/Kárita Iana/Marcos Bonn/Maria Ângela Siqueira
Texto: Maria Angela Siqueira
mariaperini@saude.es.gov.br
Tels.: 3345-8074/3345-8137/9969-8271/9983-3246/9943-2776
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