29/07/2013 12h43 - Atualizado em 23/09/2015 13h38

Hortoterapia ajuda na recuperação de pacientes internados

Criado há um ano, o projeto de hortoterapia do Hospital Estadual de Atenção Clínica (Heac), em Cariacica, tem sido mais uma ferramenta para ajudar na recuperação de pessoas internadas por conta de transtornos mentais e uso abusivo de álcool e outras drogas. A iniciativa tira o paciente do ambiente hospitalar, na medida em que estimula a ressocialização e o aprendizado.

A idealizadora do projeto é a terapeuta ocupacional, Simone Itaboraí, com o apoio da diretoria e funcionários. “A hortoterapia é voltada para pacientes que deram entrada pelo pronto-socorro e foram internados em surto psicótico, mas que já estão em tratamento e estabilizados. A permanência destes pacientes é de um período de 15 até 20 dias”. Ao longo desse tempo, além dos cuidados médicos, o paciente também tem a opção de participar do projeto.

Segundo Simone, a ideia surgiu de uma atividade praticada anos atrás por funcionários do então Hospital Adauto Botelho. “Nessa época, havia pequenas hortas nas enfermarias para dar uma ocupação aos pacientes que moravam aqui. Com a mudança do perfil de atendimento, passamos a cultivar uma horta em um espaço maior na parte da frente do que agora é Heac. Neste projeto, o foco principal é o paciente”, afirma.

Para manter a horta, a terapeuta ocupacional conta com a ajuda dos servidores, Edson Júnior Cristino Fidelis, Amarildo de Souza da Silva e Isaías Silva.

Benefícios

Além de um terreno maior, a hortoterapia surgiu com uma proposta mais ampliada. Pelo menos uma vez por semana, Simone junta um grupo de até seis pacientes para colher as hortaliças. Eles são os responsáveis por fazer os amarrados (maços). “Os pacientes fazem amarrados de couve, alface, cebolinha, coentro, alecrim, almeirão, manjericão, salsinha, orégano e vendem por um preço módico, de R$ 0,50, para os servidores do Hospital”, explica.

Depois, eles se reúnem novamente para fazer a contabilidade. O resultado da venda fica com o Heac, mas em nome dos pacientes que participaram. Mesmo sendo pouco, eles podem usar o dinheiro para benefício próprio. De acordo com a diretora administrativa do Hospital, Magda Lamborghini, a inclusão social pelo trabalho é um dos itens contemplados pela Lei da Reforma Psiquiátrica (10.216/2001), que dispõe sobre a proteção das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial na área.



“O paciente deve ser incluído pelo trabalho na sociedade e nós aplicamos essa metodologia aqui, baseada na Reforma Psiquiátrica. Isso é importante porque os pacientes não são isolados tanto das famílias quanto da comunidade”, salienta a diretora administrativa.

Entretanto, o mais importante de todo esse processo é a avaliação que a terapeuta ocupacional faz dos pacientes, fora do consultório, como se fosse uma atividade do dia a dia.

“Durante essa atividade, posso avaliar terapeuticamente como está o paciente, observo a coordenação, cognição e, emoção, e principalmente, a interação e comportamento dos pacientes com os demais fora das enfermarias e pátios, como se fosse o dia a dia deles, o que é muito positivo”, finaliza a terapeuta ocupacional, Simone Itaboraí.

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