02/12/2009 12h12 - Atualizado em 23/09/2015 13h26

Hospitais do Estado adotam novo sistema de atendimento de urgência até o fim do ano

Esta quarta-feira (02) marca a mudança no sistema de atendimento dos hospitais da rede de saúde pública capixaba. A partir desta data, até 31 de dezembro, todas as unidades hospitalares da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), especializadas em urgência e emergência, passarão a acolher os pacientes por meio de uma metodologia nova, na qual os usuários serão atendidos de acordo com os casos mais graves.

O anúncio foi feito pelo secretário da Saúde Anselmo Tozi, durante um evento que teve a participação do governador Paulo Hartung e de dois convidados: o diretor do Departamento de Emergência do Hospital Universitário de Milão, na Itália, Osvaldo Chiara e o gerente de Urgência e Emergência da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, Welfane Cordeiro, especialistas na área.

Os hospitais abrangidos pela nova metodologia são o São Lucas, Dório Silva, Infantis de Vila Velha e Vitória, Antônio Bezerra de Faria, Silvio Avidos, Arnizaut Roberto Silvares, além do Centro de Atendimento Psiquiátrico Aristides Alexandre Campos. Todas estas unidades terão em funcionamento o Acolhimento por Classificação de Risco por meio de uma ferramenta chamada de Protocolo de Manchester.



Este protocolo é um conjunto de diretrizes reconhecido internacionalmente que prioriza o atendimento a pacientes de acordo com a gravidade de cada caso. Ou seja, o sistema busca organizar o fluxo de acesso aos serviços de saúde por meio da definição de prioridades, determinação do tempo de espera para o atendimento médico e definição do modelo de observação, de acordo com a gravidade atribuída.

Como funciona



Por meio deste protocolo, cada pessoa que dá entrada no pronto-socorro é avaliada por um profissional, que o classifica em uma cor. A vermelha significa emergência absoluta, com risco imediato de perder a vida; a alaranjada, muito urgente, e risco imediato de perda de função de órgãos ou membros; a amarela, urgente, ou condição que pode se agravar sem atendimento; a verde, pouco urgente, com atendimento prioritário unidades de saúde; e a azul, não urgente, com agendamento nestas unidades.



“A pessoa é recebida, faz uma ficha, logo em seguida aguarda um pouco e é avaliada pela equipe de acolhimento, que faz a escuta, avalia situações de risco, classifica o risco e orienta a pessoa em quanto tempo será atendida. A experiência do Dório Silva mostrou que cerca de 80% dos pacientes que chegavam ao pronto-socorro precisavam de um atendimento na unidade básica de saúde”, explicou o secretário da Saúde Anselmo Tozi.

De acordo com Tozi, aqueles pacientes que, por ventura, não sejam classificados como casos de urgência, serão reencaminhados às unidades de saúde já com consultas marcadas. “Em Serra, a equipe do Dório Silva já foi classificada como multiplicadora, já capacitou profissionais de todas as unidades de saúde e prontos-atendimentos do município, que também já estão começando aos poucos a implantar este método”, lembrou.

O secretário ressaltou o porquê da escolha deste método: “no mundo todo há essa busca desordenada por serviço de urgência. O protocolo que estamos implantando a partir de hoje acaba com aquela coisa da exclusão, de que as pessoas não são ouvidas. Neste caso, contratamos profissionais que foram treinados e bem capacitados para avaliar as situações que colocam a vida das pessoas em risco”.

E completou: “O hospital de urgência é para atender situações mais graves. O que acontecia no modelo tradicional é que muitas vezes as pessoas que não apresentavam gravidade acabavam sendo atendidas devido à pressão. Não se conseguia dar o atendimento no tempo certo para salvar a vida porque quando há uma situação de emergência, o tempo é crucial, se não for feito o atendimento em um determinado tempo, está pessoa pode morrer ou ter uma sequela muito mais grave do que a inicial”.



Para o diretor do Departamento de Emergência do Hospital Universitário de Milão, na Itália, Osvaldo Chiara, o mais importante desde sistema de Acolhimento com Classificação de Risco é o que ele proporciona ao profissional do hospital entender o nível de urgência com o qual está lidando quando chega um paciente. “Esse é o ponto fundamental para organizar o sistema de urgência”, disse o especialista.



Segundo ele, o que se observa atualmente em diversas ocasiões é que as salas de espera geralmente ficam muito cheias porque nela são colocados pacientes dos mais variados graus de gravidade. Na Europa, onde esta metodologia foi criada, ela resolveu grande parte deste problema, concluiu Chiara.



O governador Paulo Hartung afirmou que era com muita alegria que celebrava mais um passo na organização do Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito Santo. Hartung lembrou que em 2003, quando assumiu o Governo, o maior problema do setor no Estado era gerencial. “O nosso maior desafio no início do primeiro mandato era em relação à gestão da saúde pública. Não era nem a falta de dinheiro, que foi aparecendo ao longo dos últimos anos. Estamos investindo maciçamente para aperfeiçoar nossa gestão e fico muito feliz em celebrar mais esse avanço na prestação dos serviços de saúde à população capixaba”, afirmou.



Hartung ressaltou que desde o início do primeiro mandato o Governo tem trabalhado para reestruturar todo o setor de saúde no Espírito Santo. “Com muito trabalho, planejamento e organização reconquistamos as condições necessárias para oferecer serviços de qualidade ao cidadão, desde o atendimento básico até o atendimento de maior complexidade”, pontuou, lembrando que o Governo vem sendo parceiro das prefeituras, na estruturação de uma rede de atenção primária, e dos hospitais filantrópicos, o que consequentemente torna mais eficiente o atendimento na rede própria.



O governador frisou que Acolhimento com Classificação de Risco, que está sendo estendido para toda a rede hospitalar, começou como um projeto piloto no Hospital Dório Silva, na Serra. “É com muita satisfação que vemos uma experiência piloto ser transformada em uma política pública de Governo, com reflexos diretos na melhoria do atendimento à população. Isso é fruto, sobretudo, do trabalho das equipes técnicas, que se debruçaram sobre esse projeto”, salientou.

Para implantar o Acolhimento com Classificação de Risco, a Secretaria de Estado da Saúde está investindo R$ 5,8 milhões anualmente. Este recurso abrange o treinamento de 222 profissionais que atuarão na rede hospitalar do Estado adotando esta nova metodologia.

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