Foi a partir da iniciativa do médico Adauto Junqueira Botelho que, em 1954, foi inaugurado o Hospital Colônia do Estado, batizado com seu nome. O hospital foi classificado pelo Ministro da Saúde na época, Miguel Couto Filho, como modelo para o Ministério da Saúde, por se tratar de uma instituição moderna e aparelhada, com todos os recursos técnicos para tratamento de doentes mentais.

Mineiro da cidade de Leopoldina, Adauto Botelho nasceu em 12 de maio de 1895, filho de Francisco de Andrade Botelho e de Maria Nazareth Junqueira Botelho. Formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em dezembro de 1916, onde deu aula posteriormente.

Também lecionou na Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro, foi diretor do Sanatório Botafogo, membro titular da Academia Nacional de Medicina, onde sucedeu ao professor Juliano Moreira, diretor do Serviço Nacional de Doenças Mentais.

Elaborou com os médicos Og de Almeida e Silva e Alkindar Monteiro Junqueira os estatutos da Sociedade Brasileira de Radiologia e Eletrologia, com sede na cidade do Rio de Janeiro, no início da década de 1930.

Na mesma década, junto com outros profissionais da área de psiquiatria como Heitor Carrilho, Olympio Gomes, Ernane Lopes, Afrânio Peixoto, Jurandyr Manfredini e Henrique Roxo, Adauto Botelho escreveu para o Arquivos do Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro, periódico considerado pioneiro por abordar temas referentes à psiquiatria forense. Além de artigos científicos, o Arquivos publicava laudos, jurisprudências, pareceres, juízos das varas criminais e outros documentos de natureza jurídica e pericial.

Este periódico integra os Archivos Brasileiros de Psychiatria, Neurologia e Sciencias Affins, publicações não-correntes encontradas na biblioteca de Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz. O primeiro volume data de abril de 1905, tendo sido a primeira vez que, no Brasil, alienistas escreveram sobre doenças e atividades psiquiátricas.

A impressão era feita pelos internos nas oficinas tipográficas do Hospício Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro. Mais tarde, Adauto Botelho, além de escrever para o periódico que passa a ser chamado de Arquivos do Serviço Nacional de Doenças Mentais, tornou-se seu editor.

Em 1938, o médico assumiu a direção da Assistência aos Alienados e criou o Centro Psiquiátrico de Engenho de Dentro, para onde eram transferidos os pacientes do Hospício Nacional de Alienados, que saiu da Praia Vermelha em função da Urca ser um bairro residencial. Foi também o primeiro diretor do Serviço Nacional de Doenças Mentais, criado em 1941, onde permaneceu por 15 anos.

Adauto Botelho foi um grande incentivador dos novos rumos que a psicanálise tomou a partir dos anos 40. O médico morreu em 4 de fevereiro de 1963 mas seu nome é lembrado em várias instituições psiquiátricas por todo o Brasil.


Hospital Colônia Adauto Botelho

A criação do Hospital Colônia em Cariacica foi uma iniciativa de Adauto Botelho, na época, diretor do Serviço Nacional de Saúde Mental. Sensibilizado com as condições de tratamento ao doente mental, viabilizou a construção do hospital psiquiátrico com um acordo firmado entre o Governo do Estado e a União.

As obras foram iniciadas durante o governo de Carlos Lindenberg, em 1949. A inauguração foi no dia 24 de abril de 1954, às 14 horas, e além da presença de Adauto Botelho, contou com o comparecimento do ministro da Saúde, Miguel Couto Filho, do diretor do Departamento de Saúde do Espírito Santo Jones dos Santos Neves, do primeiro diretor da instituição, o médico Alaor de Queiroz Araújo, de representantes da Câmara Municipal de Vitória, parlamentares estaduais, federais e municipais, secretários de Estado, militares, autoridades eclesiásticas e representantes de todas as classes sociais.


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