16/07/2012 10h59 - Atualizado em
23/09/2015 13h34
Hospital Infantil de Vitória é referência em oncologia pediátrica
Crianças e adolescentes com câncer de todo o Estado e também do Sul da Bahia e Leste de Minas Gerais encontram no Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (Hinsg) um serviço de referência para o tratamento desta doença que, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), pode apresentar 230 novos casos por ano no Espírito Santo.
Somente no ano passado, o setor de Oncologia do Hinsg realizou 6.019 consultas, 5.766 aplicações de quimioterapia e 743 internações. Atualmente, em torno de 550 crianças e adolescentes com até 18 anos estão em tratamento e/ou acompanhamento no serviço. O acompanhamento é feito durante cinco anos após o término do tratamento, já que este é o período em que o câncer pode voltar (recidiva).
A enfermaria de Oncologia tem 15 leitos de internação e passou recentemente por uma reestruturação, que trouxe melhorias, como reforma dos banheiros, instalação de boxes individuais por leito, pintura, instalação de armários modulados e readequação de toda a rede de gases, essas duas últimas feitas com o apoio da Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (Acacci). Com a readequação, as crianças e seus acompanhantes passaram a ter mais conforto e privacidade. Além disso, o objetivo foi reduzir riscos de infecções hospitalares entre os pacientes internados. A reforma unificou ainda o setor com o de Hematologia, totalizando 19 leitos.
Já o ambulatório de onco-hematologia, também conhecido como hospital-dia, possui sete leitos e três cadeiras do papai. No local, crianças e adolescentes em acompanhamento realizam consultas e recebem medicação (quimioterapia). A equipe de profissionais que integra o serviço inclui médicos de diversas especialidades, enfermeiros, farmacêuticos, assistentes sociais, psicóloga, dentista, técnicos de enfermagem e pessoal de apoio.
Tipos de câncer
Segundo a médica oncologista pediátrica do Hinsg, Gláucia Perini Zouain Figueiredo, os três tipos de câncer mais comuns em crianças são, segundo dados nacionais, as leucemias (30%), os linfomas (20%) e os tumores do sistema nervoso central (15%). Ela explica que o câncer na criança e adolescente está universalmente categorizado em doze grandes grupos e 47 subgrupos. Apenas o tratamento local para retinoblastomas (no olho) e transplantes de medula óssea não são oferecidos no Espírito Santo. Esses casos, sendo o primeiro bastante raro, são encaminhados para São Paulo, por meio do programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
Gláucia destaca que as chances de cura estão relacionadas ao nível de desenvolvimento dos países e, para isso, são fundamentais o diagnóstico precoce, a existência de um centro de referência de qualidade (como é o HINSG) e a integração destes centros aos protocolos clínicos multicênicos. “Todos os tratamentos são traçados por grupos cooperativos que estudam tipos de tumores no Brasil e no exterior. São esses grupos que criam e aperfeiçoam os protocolos de tratamento, que devem ser seguidos pelos hospitais para, assim, obter melhores resultados”, explica Gláucia.
Pacientes
As mães das crianças que passam pelo Hinsg elogiam o atendimento ofertado na unidade. A auxiliar de biblioteca Patrícia de Andrade Leal Souza, 34, está com seu filho Rafael, 1, em tratamento devido a um tumor no cérebro descoberto em abril deste ano. Após passar por cirurgia para retirada do tumor, Rafael encontra-se internado desde maio em tratamento quimioterápico.
“Tenho um bom plano de saúde, mas foi a própria médica do plano que recomendou o tratamento no Infantil, já que meu filho também tem hidrocefalia e o hospital conta com especialistas diversos para o caso dele. Aqui temos tido toda a atenção da equipe e nunca faltou um medicamento ou material para o Rafael”, relata Patrícia.
Um diagnóstico de leucemia linfóide aguda levou Sabrina, 5, a iniciar um tratamento oncológico em meados de 2010. Sua mãe, a dona de casa Rita Matos Pinto, 30, conta que após seis meses de tratamento e longas internações, sua filha teve alta. Porém, em janeiro deste ano o câncer voltou e agora Sabrina precisa se submeter a sessões de quimioterapia até que consiga uma medula compatível para fazer um transplante.
Moradora de Jaguaré, Rita precisou se mudar para Vitória durante o primeiro tratamento da filha e, atualmente, de volta ao município de origem, vem à capital de oito em oito dias para acompanhamento. “Sempre me atenderam muito bem, desde os médicos até as assistentes sociais”, ressalta a mãe.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce é um dos fatores determinantes para o sucesso do tratamento do câncer, segundo a médica oncologista pediátrica do Hinsg, Gláucia Perini. Por isso, ela orienta os pais que fiquem atentos aos sinais e sintomas, que são comuns a outras doenças da Pediatria. Entre eles estão: febre de origem indeterminada por mais de oito dias, palidez e cansaço (sinais de anemia), manchas roxas pelo corpo sem relação com trauma, vômitos e dor de cabeça principalmente pela manhã, caroço em qualquer lugar do corpo, ínguas que não doem, mancha branca no olho e dores no corpo.
“Muitos destes sinais e sintomas podem ser originados de outras doenças que são mais comuns em pediatria do que o câncer, mas, quando associados, devem servir de alerta e investigados pelo médico para descartar hipóteses de doenças mais graves, chegar a um diagnóstico mais preciso e tratar o quanto antes”, alerta Gláucia.
Ela ressalta ainda a importância do profissional de saúde da atenção primária na observação destes primeiros sintomas e lembrou que um projeto de capacitação para diagnóstico precoce do câncer infantil junto aos profissionais do Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) vem sendo realizado no Estado. “São estes profissionais, do nível da atenção primária, que se deparam com estas crianças, sendo eles os responsáveis, na maioria das vezes, pela identificação inicial dos sinais e sintomas do câncer” completa Gláucia. Inicialmente, três municípios da Região Serrana capixaba - Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Santa Teresa – vem recebendo essa capacitação.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Alessandra Fornazier/Anny Giacomin/Jucilene Borges/Marcos Bonn
Texto: Alessandra Fornazier
alessandrafornazier@saude.es.gov.br
Tels.: 3137-2378 / 3137-2307 / 9983-3246 / 9969-8271 / 9943-2776
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Somente no ano passado, o setor de Oncologia do Hinsg realizou 6.019 consultas, 5.766 aplicações de quimioterapia e 743 internações. Atualmente, em torno de 550 crianças e adolescentes com até 18 anos estão em tratamento e/ou acompanhamento no serviço. O acompanhamento é feito durante cinco anos após o término do tratamento, já que este é o período em que o câncer pode voltar (recidiva).
A enfermaria de Oncologia tem 15 leitos de internação e passou recentemente por uma reestruturação, que trouxe melhorias, como reforma dos banheiros, instalação de boxes individuais por leito, pintura, instalação de armários modulados e readequação de toda a rede de gases, essas duas últimas feitas com o apoio da Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (Acacci). Com a readequação, as crianças e seus acompanhantes passaram a ter mais conforto e privacidade. Além disso, o objetivo foi reduzir riscos de infecções hospitalares entre os pacientes internados. A reforma unificou ainda o setor com o de Hematologia, totalizando 19 leitos.
Já o ambulatório de onco-hematologia, também conhecido como hospital-dia, possui sete leitos e três cadeiras do papai. No local, crianças e adolescentes em acompanhamento realizam consultas e recebem medicação (quimioterapia). A equipe de profissionais que integra o serviço inclui médicos de diversas especialidades, enfermeiros, farmacêuticos, assistentes sociais, psicóloga, dentista, técnicos de enfermagem e pessoal de apoio.
Tipos de câncer
Segundo a médica oncologista pediátrica do Hinsg, Gláucia Perini Zouain Figueiredo, os três tipos de câncer mais comuns em crianças são, segundo dados nacionais, as leucemias (30%), os linfomas (20%) e os tumores do sistema nervoso central (15%). Ela explica que o câncer na criança e adolescente está universalmente categorizado em doze grandes grupos e 47 subgrupos. Apenas o tratamento local para retinoblastomas (no olho) e transplantes de medula óssea não são oferecidos no Espírito Santo. Esses casos, sendo o primeiro bastante raro, são encaminhados para São Paulo, por meio do programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
Gláucia destaca que as chances de cura estão relacionadas ao nível de desenvolvimento dos países e, para isso, são fundamentais o diagnóstico precoce, a existência de um centro de referência de qualidade (como é o HINSG) e a integração destes centros aos protocolos clínicos multicênicos. “Todos os tratamentos são traçados por grupos cooperativos que estudam tipos de tumores no Brasil e no exterior. São esses grupos que criam e aperfeiçoam os protocolos de tratamento, que devem ser seguidos pelos hospitais para, assim, obter melhores resultados”, explica Gláucia.
Pacientes
As mães das crianças que passam pelo Hinsg elogiam o atendimento ofertado na unidade. A auxiliar de biblioteca Patrícia de Andrade Leal Souza, 34, está com seu filho Rafael, 1, em tratamento devido a um tumor no cérebro descoberto em abril deste ano. Após passar por cirurgia para retirada do tumor, Rafael encontra-se internado desde maio em tratamento quimioterápico.
“Tenho um bom plano de saúde, mas foi a própria médica do plano que recomendou o tratamento no Infantil, já que meu filho também tem hidrocefalia e o hospital conta com especialistas diversos para o caso dele. Aqui temos tido toda a atenção da equipe e nunca faltou um medicamento ou material para o Rafael”, relata Patrícia.
Um diagnóstico de leucemia linfóide aguda levou Sabrina, 5, a iniciar um tratamento oncológico em meados de 2010. Sua mãe, a dona de casa Rita Matos Pinto, 30, conta que após seis meses de tratamento e longas internações, sua filha teve alta. Porém, em janeiro deste ano o câncer voltou e agora Sabrina precisa se submeter a sessões de quimioterapia até que consiga uma medula compatível para fazer um transplante.
Moradora de Jaguaré, Rita precisou se mudar para Vitória durante o primeiro tratamento da filha e, atualmente, de volta ao município de origem, vem à capital de oito em oito dias para acompanhamento. “Sempre me atenderam muito bem, desde os médicos até as assistentes sociais”, ressalta a mãe.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce é um dos fatores determinantes para o sucesso do tratamento do câncer, segundo a médica oncologista pediátrica do Hinsg, Gláucia Perini. Por isso, ela orienta os pais que fiquem atentos aos sinais e sintomas, que são comuns a outras doenças da Pediatria. Entre eles estão: febre de origem indeterminada por mais de oito dias, palidez e cansaço (sinais de anemia), manchas roxas pelo corpo sem relação com trauma, vômitos e dor de cabeça principalmente pela manhã, caroço em qualquer lugar do corpo, ínguas que não doem, mancha branca no olho e dores no corpo.
“Muitos destes sinais e sintomas podem ser originados de outras doenças que são mais comuns em pediatria do que o câncer, mas, quando associados, devem servir de alerta e investigados pelo médico para descartar hipóteses de doenças mais graves, chegar a um diagnóstico mais preciso e tratar o quanto antes”, alerta Gláucia.
Ela ressalta ainda a importância do profissional de saúde da atenção primária na observação destes primeiros sintomas e lembrou que um projeto de capacitação para diagnóstico precoce do câncer infantil junto aos profissionais do Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) vem sendo realizado no Estado. “São estes profissionais, do nível da atenção primária, que se deparam com estas crianças, sendo eles os responsáveis, na maioria das vezes, pela identificação inicial dos sinais e sintomas do câncer” completa Gláucia. Inicialmente, três municípios da Região Serrana capixaba - Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Santa Teresa – vem recebendo essa capacitação.
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Texto: Alessandra Fornazier
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