26/07/2007 07h17 - Atualizado em 23/09/2015 09h54

Hospital São Lucas (HSL) oferece alternativa às cirurgias neurovasculares

A embolização, um procedimento mais simples e eficaz do que as cirurgias neurovasculares tradicionais, tem sido a opção oferecida pelo Hospital São Lucas (HSL) a determinados pacientes. Ela começou a ser mais utilizada há aproximadamente um ano, quando o neurocirurgião Leandro Barbosa voltou do doutorado que fez na Universidade de São Paulo (USP), onde manteve contato com especialistas da área.

Atualmente, o procedimento ainda não é realizado no Hospital São Lucas. Mas ele é comprado (via licitação) e feito em hospitais particulares. No primeiro semestre deste ano, o São Lucas já desembolsou quase R$ 600 mil em 26 operações. Entretanto, até o fim deste ano, a unidade contará com um aparelho de hemodinâmica portátil que possibilitará a realização das cirurgias no próprio hospital. Isso contribuirá para que o tratamento seja estendido a mais pacientes.

Esse tratamento endovascular é um método cirúrgico minimamente invasivo feito por meio de cateterismo. Ele é indicado para a resolução de lesões cerebrovasculares (que envolvem os vasos do cérebro), tais quais os acidentes vasculares cerebrais (AVCs), aneurismas e a má-formação das veias e artérias da massa craniana. Este procedimento é uma alternativa para as pessoas que necessitam de uma cirurgia neurológica aberta, no entanto, ele é muito menos traumático.

De acordo com o médico Leandro Barbosa, se comparada às intervenções neurovasculares tradicionais, a embolização oferece algumas vantagens. A principal delas é que, por se tratar de um procedimento minimamente invasivo, ela pode ser realizada em pacientes com danos neurológicos que se encontram praticamente em qualquer fase, até mesmo quando o quadro clínico do paciente não é dos melhores. Justamente o contrário acontece nas operações abertas.

As pessoas submetidas à embolização sofrem menos risco de morte, têm o pós-operatório abreviado (geralmente dois dias) e voltam às atividades do dia-a-dia em pouco tempo. “Teve um paciente meu que voltou ao trabalho uma semana após a cirurgia”, conta Leandro. O índice de seqüelas é bem menor, assim como o custo social, uma vez que o enfermo fica pouco tempo parado.

Apesar de não ser o único hospital da rede estadual que proporciona este tipo de intervenção, o HSL é o que mais tem demandas de pessoas com danos neurológicos. Os hospitais Dório Silva (HDS) e Infantil (HINSG) também oferecem a embolização, mas em menor número, explica Leandro Barbosa.

Mais sobre a embolização

Para realizar esse procedimento, o médico utiliza um cateter de 1,5m, que é introduzido em uma artéria que passa pela região da virilha do paciente. Por meio de um aparelho de hemodinâmica que dispõe de um visor, o especialista direciona o cateter até o local da lesão, onde o problema é tratado com a colocação de materiais médicos, como, por exemplo, molas, stents e colas.

No caso de aneurismas, o cateter preenche o local onde o vaso sangüíneo se encontra dilatado e o ocupa com uma mola. Em algumas ocorrências de má-formação, é realizado o mesmo método, só que no lugar da mola é utilizada uma cola que obstrui todos os vasos defeituosos.

No Brasil, devido ao alto custo, o índice de tratamento de lesões via embolização fica entre 10% e 15%. Já na Europa, onde ela já é amplamente difundida, cerca de 90% dos problemas são resolvidos por esse método, ressalta Leandro, que junto com o cirurgião Derval Pimentel são os responsáveis pelas cirurgias do Hospital São Lucas.

A embolização surgiu na década de 1960 e os constantes avanços tecnológicos na área médica têm permitido aos especialistas significativos avanços no tratamento de danos neurovasculares. Leandro compara que um procedimento contra uma má-formação de vasos do cérebro, há dois anos, curava aproximadamente 15% dos enfermos. Hoje, esse índice chega a quase 50%, graças ao surgimento de um material médico.

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