08/04/2008 08h50 - Atualizado em 23/09/2015 13h20

Internações por queimaduras: Hospital Infantil registra aumento de 10% neste primeiro trimestre

No primeiro trimestre deste ano, o número de crianças internadas no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), em Vitória, subiu de 40 para 44, se comparado ao igual período de 2007. Pode parecer pouco, mas o aumento de 10% é expressivo se for levado em consideração que todos os atendimentos de queimados realizados no hospital são evitáveis.

As escaldaduras, ou acidentes relacionados com algum tipo de líquido quente, como água, café, feijão, arroz, óleo, mingau ou leite, por exemplo, respondem, até a primeira semana de abril, por 30 internações. Geralmente, esse tipo de lesão acontece na cozinha e acomete o público infantil que tem entre 1 e 4 anos de idade.

De acordo com a coordenadora do CTQ do HINSG, Drª Júlia Souza Oliveira, as crianças em idade pré-escolar ainda são muito dependentes dos pais ou cuidadores e, por esse motivo, os acompanham a locais nem sempre adequados. Os responsáveis, muitas vezes, desconhecem os riscos.

Das 52 internações realizadas até o começo deste mês, 25 são referentes a meninos e meninas com até 4 anos de idade. A coordenadora conta que, nessa faixa etária, elas se tornam vítimas de uma situação sobre a qual não têm conhecimento. “A queimadura é uma conseqüência de um acidente”, explica a Drª. Júlia.

Depois das escaldaduras, as queimaduras causadas por choque elétrico e álcool têm sido as mais comuns. No entanto, sempre aparecem casos que têm alguma relação com produtos inflamáveis, como gasolina, pólvora e plástico, além de outras situações que envolvem incêndios em casa, fogueiras e brasas.

Números

Segundo a médica, ao longo do ano, um paciente infantil é internado a cada dois ou três dias, o que totaliza 12 ou 13 pessoas por mês. No período de férias escolares, esse número sobe para mais de 20. Durante o ano, o número de internações fica entre 150 e 200, média registrada em todo o Brasil em locais de atendimento específico para pacientes infantis.

Se comparado aos países desenvolvidos – onde os investimentos são voltados à prevenção, que é o melhor modo de evitar queimaduras – trata-se de uma estatística alta. “Uma vez causado o dano, o tratamento é complicado. Prevenir gasta menos e proporciona uma qualidade de vida melhor”, diz a coordenadora, já que muitas vezes os pacientes ficam com seqüelas graves.



Para isso, é preciso que sejam realizadas campanhas de esclarecimento que atinjam todos os envolvidos. Muitas vezes os problemas sociais dificultam o trabalho. No entanto, “a criança, quando em idade escolar, leva a informação para casa e orienta seus pais e cuidadores”, ressalta a médica.

Como proceder diante de uma queimadura

A pele humana é composta por três camadas: superficial, média e profunda. O tipo de queimadura está relacionado à profundidade da lesão. As queimaduras de 1º grau deixam a pele vermelha e são causadas pelo sol, por exemplo.

As de 2º grau podem ser motivadas também pelo sol, mas desde que surjam bolhas. Este tipo de ferimento acomete as camadas superficial e intermediária do tecido epitelial. Já queimaduras de 3° grau, as mais graves, são as mais profundas e, às vezes, atingem o osso, o que exige enxertos para reparar os danos.

Qualquer que seja o tipo de queimadura e o tipo de material causador do ferimento, o local acometido deve ser lavado com água fria corrente para diminuir a temperatura. Água gelada deve ser evitada porque também pode queimar a pele.

Após o resfriamento, a lesão deve ser envolvida por um pano limpo e a criança encaminhada ao Pronto-Socorro do Hospital Infantil de Vitória ou para o Dório Silva, em Serra, caso se trate de um adulto.

Ambas as instituições, que pertencem à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), são referências estadual no tratamento de queimados. Jogar água sanitária ou passar pó de café, pasta de dente ou maisena na queimadura só agrava o ferimento.

Dicas para evitar queimaduras

- Crianças devem ficar longe do fogão, de preferência fora da cozinha. Os pais devem ficar atentos às atividades dos filhos;

- Os cabos das panelas devem ser virados para a parte de dentro do fogão e, se for ferver ou fritar algum alimento, é preferível usar as bocas do fundo do fogão. Isso diminui o risco de a criança esbarrar nas panelas;

- As tomadas devem ser tapadas e os fios desencapados e os famosos “gatos” evitados, pois podem ser a causa de incêndios e curtos-circuitos;

- Materiais inflamáveis devem ser mantidos à distância das crianças ou, de preferência, evitados pelos pais. É preferível trocar o álcool líquido pelo mesmo produto em gel, pois este é menos inflamável;

- As crianças devem ser orientadas durante as brincadeiras. Soltar pipas perto de fios de alta tensão, além de causar queimaduras muito graves, pode levar a pessoa à morte. Os campos abertos e sem postes são os locais adequados para isso.

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