Internações por queimaduras: Hospital Infantil registra aumento de 10% neste primeiro trimestre
As escaldaduras, ou acidentes relacionados com algum tipo de líquido quente, como água, café, feijão, arroz, óleo, mingau ou leite, por exemplo, respondem, até a primeira semana de abril, por 30 internações. Geralmente, esse tipo de lesão acontece na cozinha e acomete o público infantil que tem entre 1 e 4 anos de idade.
De acordo com a coordenadora do CTQ do HINSG, Drª Júlia Souza Oliveira, as crianças em idade pré-escolar ainda são muito dependentes dos pais ou cuidadores e, por esse motivo, os acompanham a locais nem sempre adequados. Os responsáveis, muitas vezes, desconhecem os riscos.
Das 52 internações realizadas até o começo deste mês, 25 são referentes a meninos e meninas com até 4 anos de idade. A coordenadora conta que, nessa faixa etária, elas se tornam vítimas de uma situação sobre a qual não têm conhecimento. “A queimadura é uma conseqüência de um acidente”, explica a Drª. Júlia.
Depois das escaldaduras, as queimaduras causadas por choque elétrico e álcool têm sido as mais comuns. No entanto, sempre aparecem casos que têm alguma relação com produtos inflamáveis, como gasolina, pólvora e plástico, além de outras situações que envolvem incêndios em casa, fogueiras e brasas.
Números
Segundo a médica, ao longo do ano, um paciente infantil é internado a cada dois ou três dias, o que totaliza 12 ou 13 pessoas por mês. No período de férias escolares, esse número sobe para mais de 20. Durante o ano, o número de internações fica entre 150 e 200, média registrada em todo o Brasil em locais de atendimento específico para pacientes infantis.
Se comparado aos países desenvolvidos – onde os investimentos são voltados à prevenção, que é o melhor modo de evitar queimaduras – trata-se de uma estatística alta. “Uma vez causado o dano, o tratamento é complicado. Prevenir gasta menos e proporciona uma qualidade de vida melhor”, diz a coordenadora, já que muitas vezes os pacientes ficam com seqüelas graves.

Para isso, é preciso que sejam realizadas campanhas de esclarecimento que atinjam todos os envolvidos. Muitas vezes os problemas sociais dificultam o trabalho. No entanto, “a criança, quando em idade escolar, leva a informação para casa e orienta seus pais e cuidadores”, ressalta a médica.
Como proceder diante de uma queimadura
A pele humana é composta por três camadas: superficial, média e profunda. O tipo de queimadura está relacionado à profundidade da lesão. As queimaduras de 1º grau deixam a pele vermelha e são causadas pelo sol, por exemplo.
As de 2º grau podem ser motivadas também pelo sol, mas desde que surjam bolhas. Este tipo de ferimento acomete as camadas superficial e intermediária do tecido epitelial. Já queimaduras de 3° grau, as mais graves, são as mais profundas e, às vezes, atingem o osso, o que exige enxertos para reparar os danos.
Qualquer que seja o tipo de queimadura e o tipo de material causador do ferimento, o local acometido deve ser lavado com água fria corrente para diminuir a temperatura. Água gelada deve ser evitada porque também pode queimar a pele.
Após o resfriamento, a lesão deve ser envolvida por um pano limpo e a criança encaminhada ao Pronto-Socorro do Hospital Infantil de Vitória ou para o Dório Silva, em Serra, caso se trate de um adulto.
Ambas as instituições, que pertencem à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), são referências estadual no tratamento de queimados. Jogar água sanitária ou passar pó de café, pasta de dente ou maisena na queimadura só agrava o ferimento.
Dicas para evitar queimaduras
- Crianças devem ficar longe do fogão, de preferência fora da cozinha. Os pais devem ficar atentos às atividades dos filhos;
- Os cabos das panelas devem ser virados para a parte de dentro do fogão e, se for ferver ou fritar algum alimento, é preferível usar as bocas do fundo do fogão. Isso diminui o risco de a criança esbarrar nas panelas;
- As tomadas devem ser tapadas e os fios desencapados e os famosos “gatos” evitados, pois podem ser a causa de incêndios e curtos-circuitos;
- Materiais inflamáveis devem ser mantidos à distância das crianças ou, de preferência, evitados pelos pais. É preferível trocar o álcool líquido pelo mesmo produto em gel, pois este é menos inflamável;
- As crianças devem ser orientadas durante as brincadeiras. Soltar pipas perto de fios de alta tensão, além de causar queimaduras muito graves, pode levar a pessoa à morte. Os campos abertos e sem postes são os locais adequados para isso.
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