O Estado conta com um laboratório de referência na execução de exames para complementação de diagnóstico de doenças de notificação compulsória e de interesse em saúde pública. Trata-se do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Sesa). Somente no ano passado, foram feitos no local 110.542 exames médicos.

Por ser referência, o Lacen coordena toda a rede de laboratórios que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – são 114 ao todo, capacitando os profissionais que neles atuam. O diretor do Lacen, Luiz Carlos Pedrosa Valle, explica que os municípios são responsáveis pelos exames de baixa complexidade e os de média e alta ficam sob responsabilidade do órgão estadual.

Por isso, sempre que os municípios precisam de algum exame mais complexo, encaminham as amostras para serem analisadas pela equipe do Lacen. Entre as atribuições mais demandadas estão a realização de análises laboratoriais no núcleo de Biologia Médica (principalmente para dengue, HIV, hepatite, tuberculose, toxoplasmose) e de Produtos.

A Biologia Médica inclui os exames de doenças de notificação compulsória (aquelas obrigadas a serem registradas), como Aids, tuberculose e dengue; doenças parasitárias (malárias, esquistossomose e leishmaniose); genotipagem; isolamento viral, cultura e identificação de bactérias e fungos; testes de sensibilidade microbianos (que identificam tipos de antibióticos a serem usados em pacientes); dentre outros.

Além disso, o laboratório dispõe de profissionais que ficam de plantão 24 horas para exames solicitados pelo Centro de Captação de Órgãos da Sesa, que avaliam se os órgãos captados estão aptos para doação.

O serviço atua em parceria nas ações das vigilâncias Epidemiológica, Sanitária, Ambiental e da Saúde do Trabalhador. Em casos de surtos, seu trabalho é fundamental para confirmar casos das doenças e definir as ações. Um exemplo disso foi o surto de malária que ocorreu na zona rural de Nova Venécia no início deste ano.



Produtos

O núcleo de produtos é responsável pela realização de análises de alimentos e bebidas para consumo humano, solicitados a partir de denúncias de vigilâncias sanitárias do Estado e municípios. “Se há denúncia de alguém que tenha passado mal por ingerir alimento suspeito de contaminação, a vigilância sanitária do município coleta a amostra e encaminha para análise no Lacen”, explica Luiz Carlos. Também é feita análise de rotulagem de alimentos, que verifica, dentre outras coisas, se o conteúdo da embalagem corresponde ao apresentado no rótulo.

Além de comidas e bebidas, que são responsabilidade do setor de Bromatologia, o Lacen realiza ainda a análise de medicamentos industrializados e manipulados, conforme demanda das vigilâncias. Esse trabalho também inclui os produtos importados, que se encontram nos portos e aeroportos, encaminhados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para autorização de entrada no mercado brasileiro.



Lacen

O Lacen faz parte da Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública. Atualmente, conta com cerca de 120 funcionários, entre auxiliares e técnicos administrativos; auxiliares e técnicos de laboratório, farmacêuticos, bioquímicos, bromatologistas, biólogos, epidemiologistas e médicos.

Recentemente, o laboratório iniciou a implantação do Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), que vai proporcionar o gerenciamento via web da rede de laboratórios de saúde pública do Estado, desde a solicitação até o laudo.

Com isso, haverá melhor organização no fluxo das amostras encaminhadas para análise e maior agilidade no acesso dos resultados emitidos pelos serviços laboratoriais do SUS no Estado.

Exames realizados no Lacen

- Adenovirus, Aids; arbovirus; blastomicose; brucelose; citomegalovirus; cólera; colinesterase; coqueluche; dengue; difteria; doença de Chagas; doença de Lyme; doenças entéricas; encefalopatia espongiforme; esquistossomose; febre tifóide; hanseníase; hantavirus; hepatites Virais; influenza; leptospirose; malária; meningite; micoses sistêmicas; mononucleose; paralisia flácida aguda; parasitas oportunistas em fezes; raiva; rickettsiose; rotavirus; rubéola; sarampo; sífilis; toxocaríase; toxoplasmose, tuberculose, dentre outros.

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