Mais de 200 pessoas participam do Dia D da dengue em Cariacica
O secretário de Estado lembrou que o trabalho de combate ao mosquito é uma responsabilidade de todos. “Temos que tratar a dengue com seriedade, pois muitos acabam sofrendo com a doença sem ter ao menos um diagnóstico. Cerca de 80% dos focos estão nas casas das pessoas. Cada um deve fazer o seu papel”, afirmou Tose.
E é esse o objetivo da campanha do Ministério da Saúde (MS): chamar a atenção da população e mostrar que ela é a responsável pelo controle da doença no Brasil. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) se reuniu com os representantes dos municípios para ajudar na organização das ações a serem realizadas durante o Dia D e para definir a distribuição de materiais educativos.
O Dia D nada mais é do que uma ação de visibilidade do que será feito durante a estação de chuva no país, época mais propícia para a proliferação da enfermidade. As cidades receberam da secretaria parte dos 500 mil folderes, 120 mil jogos de tabuleiro de cunho educacional, 20 mil cartazes, seis mil camisas, seis mil bonés e 60 faixas. O restante do material será entregue gradativamente, já que servirá de subsídio para a intensificação das atividades contra a dengue durante o verão.
Redução de casos no Estado
Apesar de a doença ter registrado um aumento de 50% em todo o país e de aproximadamente 19% na Região Sudeste, houve uma diminuição no número de notificações no Espírito Santo. De janeiro até o começo de novembro deste ano, foram constatados 10.381 casos, enquanto que no mesmo período de 2006, esse número era de 14.954. No entanto, o Estado, mais precisamente a Grande Vitória, acompanha o cenário nacional quando o assunto é o possível desenvolvimento de ocorrências mais graves da dengue.
As manifestações mais agressivas da doença acontecem em decorrência das epidemias enfrentadas na Região Metropolitana e do aumento do Índice de Infestação Predial. O crescimento do número de mosquitos nas mesmas localidades em que a população já foi sensibilizada pela dengue aumenta o risco de uma reincidência da enfermidade e, conseqüentemente, ao desenvolvimento da Febre Hemorrágica por Dengue (FHD).
Segundo Gabriela Almeida, coordenadora do Programa Estadual de Combate à Dengue, tem sido observada uma elevação no número de casos graves em estados como Maranhão, Pernambuco e Rio de Janeiro. No Brasil, a FHD já causou 121 óbitos e no Estado, apenas neste ano, foram 34 notificações suspeitas e uma morte confirmada. Mostrar que a dengue é uma doença séria e pode levar à morte, aliás, também faz parte da campanha.
O LIRAa
Depois de quase um mês de trabalho, o Levantamento de índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) foi concluído. A pesquisa, que serve para medir a infestação mosquito transmissor da dengue, foi realizada em oito municípios do Espírito Santo. Os resultados, que levam em conta o Índice de Infestação Predial, apontaram que Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, Vila Velha e Aracruz foram consideradas cidades com baixo risco de propagação da doença, enquanto que Cariacica, Colatina e Serra foram enquadradas como regiões de médio risco. Vitória foi a única localidade a ser classificada como município de alto risco.
No entanto, de acordo com a coordenação, o resultado da pesquisa foi prejudicado porque no período dos trabalhos choveu pouco nas cidades participantes, o que foi considerado atípico para a época escolhida. Por isso é esperado que haja um novo LIRAa na segunda quinzena de janeiro, quando as chuvas voltarem a cair. Apesar desta dificuldade, o LIRAa mostra que, pelo menos em Vitória a situação da infestação predial está preocupante mesmo em um período em que o índice pluviométrico foi baixo.
As cidades onde o LIRAa foi realizado foram escolhidas pelo Ministério da Saúde (exceto Aracruz que aderiu ao projeto por iniciativa própria), e levou em consideração a concentração populacional. Os técnicos municipais visitaram aproximadamente 20% das residências nessas cidades.
Eles verificaram que os principais depósitos de mosquitos foram os de tipo móvel, tais como vaso e prato de plantas e bebedouro de animais. O problema, diz Gabriela, é que esses reservatórios não dependem da ação do agente de saúde para serem suprimidos e sim dos moradores. “Isso enfatiza a importância da participação da população na eliminação da doença”, conclui.
Graus de classificação do LIRAa
- Menor do que 1% é considerado baixo risco de infestação predial (Cachoeiro, Linhares, Vila Velha e Aracruz);
- Entre 1% e 2,9%, o risco é médio (Cariacica, Colatina, Serra);
- Acima de 3%, risco alto (Vitória).
A porcentagem indica que de cada cem casas, três têm foco da dengue, o caso de Vitória, por exemplo.
Saiba como se proteger da dengue
Lixo
- Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em terrenos baldios;
- Jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes latas, copos, garrafas vazias etc.;
- Mantenha o saco de lixo bem fechado e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana.
Plantas e jardins
- Encha de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta;
- Se você não colocou areia e acumulou água no pratinho de planta, lave-o com escova, água e sabão. Faça isso uma vez por semana;
- Se você tiver vasos de plantas aquáticas, troque a água e lave o vaso principalmente por dentro com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.
Caixas d’água, calhas e lajes
- Não deixe a água da chuva acumulada sobre a laje;
- Remova folha, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;
- Mantenha a caixa d’água sempre fechada com tampa adequada.
Tonéis e depósitos de água
- Mantenha bem tampado tonéis e barris d’água;
- Lave semanalmente por dentro com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água;
- Lave principalmente por dentro com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa como jarras, garrafas, potes, baldes.
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Texto: Daniele Bolonha e Marcos Bonn
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