09/08/2007 07h52 - Atualizado em
23/09/2015 09h54
Micobactéria é confirmada como responsável por infecções pós-cirúrgicas no Estado
Um microorganismo encontrado no solo, na água e eventualmente no ser humano é o responsável pelo aumento das notificações de pacientes que enfrentam dificuldades na recuperação pós-cirúrgica. Trata-se da micobactéria, um tipo de bactéria que até então não tinha se manifestado no Espírito Santo e, neste mês, foi confirmada como a causadora de duas ocorrências de infecção pós-operatória. Mais 25 casos, sob suspeita, estão sendo analisados.
A confirmação foi feita por meio de um trabalho conjunto realizado por duas entidades. O Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) ficou responsável pela análise microbiológica da bactéria, enquanto que um laboratório particular realizou o exame de biópsia. O resultado foi comunicado à Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
O tratamento dos pacientes infectados pela bactéria será feito por meio de medicamentos preconizados pelo Ministério da Saúde (MS). Os remédios serão disponibilizados pela Sesa, na Unidade de Referência (UR) e já está sendo providenciada a forma de distribuição. A administração das drogas será feita pelos médicos.
Para evitar a disseminação das infecções pós-cirúrgicas causadas por micobactéria, a Secretaria de Estado da Saúde lançará uma portaria, em forma de nota técnica, para regulamentar que todo o procedimento de limpeza e esterilização dos materiais cirúrgicos seja feito pela equipe de profissionais do local onde é realizado o procedimento.
O período de incubação da bactéria pode variar de duas semanas a doze meses. Os dois casos confirmados até agora são decorrentes de operações feitas em abril deste ano, no entanto, as notificações só aconteceram em julho. Por isso há uma preocupação de alguns cirurgiões e de hospitais em fazer um recall das pessoas que foram submetidas às intervenções.
Apesar de não ser comum no Espírito Santo, a micobactéria já é bastante conhecida no Brasil. Neste ano, no Rio de Janeiro, já foram constatados 177 casos. Ainda não se sabe qual é a espécie do microorganismo encontrado no Estado, mas, de acordo com a coordenadora Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ângela Lourenço Rodrigues, são duas as possibilidades: a Mycobacterium abscessus e a Mycobacterium fortuintum.
A transmissão da bactéria está relacionada ao mau reprocessamento dos instrumentais e aparelhos utilizados nas intervenções cirúrgicas. Muitas vezes, por falta de conhecimento, os profissionais não realizam a limpeza e esterilização correta e, mesmo assim, os materiais são usados, sobretudo, em cirurgias bariátricas, artrocospias, lipoaspirações e laparoscopias. Ângela Rodrigues explica que todos os procedimentos realizados por meio de vídeo são importantes fontes de contaminação.
Os sintomas mais comuns são dor, vermelhidão, aparecimento de lesão e granulomas (pequenos caroços) e secreção no local da incisão cirúrgica. Portanto, a recomendação feita pela CECIH é que os recém-operados que apresentam estes sintomas retornem ao especialista responsável ou procurem a Comissão de Controle de Infecção dos Hospitais (CCHI) da clínica ou hospital onde foi feito o procedimento.
Recomendações da Comissão de Controle de Infecção dos Hospitais:
- Não é permitido o reprocessamento de artigos de uso único;
- Todo o material usado em vídeocirurgias deve ser esterilizado;
- Na impossibilidade de aquisição de artigos descartáveis, deverão ser utilizados artigos permanentes;
- Os responsáveis pela CCIH e Central de Material e Esterilização (CME) de cada instituição devem revisar todas as etapas do processo de limpeza, desinfecção e esterilização do material;
- A CCIH da unidade deve intensificar o monitoramento de todas as videocirurgias realizadas;
- Fica estabelecido a notificação compulsória imediata das ocorrências de casos suspeitos ou confirmados de infecção por micobactéria.
As notificações deverão ser feitas pelo fax: (27) 31372472 ou pelo e-mail: cecih@saude.es.gov.br
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Daniele Bolonha
danielebolonha@saude.es.gov.br
Texto: Marcos Bonn
marcosbonn@saude.es.gov.br
(27) 3137-2378 / 3137-2307 / 9969-8271 / 9943-2776
asscom@saude.es.gov.br
A confirmação foi feita por meio de um trabalho conjunto realizado por duas entidades. O Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) ficou responsável pela análise microbiológica da bactéria, enquanto que um laboratório particular realizou o exame de biópsia. O resultado foi comunicado à Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
O tratamento dos pacientes infectados pela bactéria será feito por meio de medicamentos preconizados pelo Ministério da Saúde (MS). Os remédios serão disponibilizados pela Sesa, na Unidade de Referência (UR) e já está sendo providenciada a forma de distribuição. A administração das drogas será feita pelos médicos.
Para evitar a disseminação das infecções pós-cirúrgicas causadas por micobactéria, a Secretaria de Estado da Saúde lançará uma portaria, em forma de nota técnica, para regulamentar que todo o procedimento de limpeza e esterilização dos materiais cirúrgicos seja feito pela equipe de profissionais do local onde é realizado o procedimento.
O período de incubação da bactéria pode variar de duas semanas a doze meses. Os dois casos confirmados até agora são decorrentes de operações feitas em abril deste ano, no entanto, as notificações só aconteceram em julho. Por isso há uma preocupação de alguns cirurgiões e de hospitais em fazer um recall das pessoas que foram submetidas às intervenções.
Apesar de não ser comum no Espírito Santo, a micobactéria já é bastante conhecida no Brasil. Neste ano, no Rio de Janeiro, já foram constatados 177 casos. Ainda não se sabe qual é a espécie do microorganismo encontrado no Estado, mas, de acordo com a coordenadora Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ângela Lourenço Rodrigues, são duas as possibilidades: a Mycobacterium abscessus e a Mycobacterium fortuintum.
A transmissão da bactéria está relacionada ao mau reprocessamento dos instrumentais e aparelhos utilizados nas intervenções cirúrgicas. Muitas vezes, por falta de conhecimento, os profissionais não realizam a limpeza e esterilização correta e, mesmo assim, os materiais são usados, sobretudo, em cirurgias bariátricas, artrocospias, lipoaspirações e laparoscopias. Ângela Rodrigues explica que todos os procedimentos realizados por meio de vídeo são importantes fontes de contaminação.
Os sintomas mais comuns são dor, vermelhidão, aparecimento de lesão e granulomas (pequenos caroços) e secreção no local da incisão cirúrgica. Portanto, a recomendação feita pela CECIH é que os recém-operados que apresentam estes sintomas retornem ao especialista responsável ou procurem a Comissão de Controle de Infecção dos Hospitais (CCHI) da clínica ou hospital onde foi feito o procedimento.
Recomendações da Comissão de Controle de Infecção dos Hospitais:
- Não é permitido o reprocessamento de artigos de uso único;
- Todo o material usado em vídeocirurgias deve ser esterilizado;
- Na impossibilidade de aquisição de artigos descartáveis, deverão ser utilizados artigos permanentes;
- Os responsáveis pela CCIH e Central de Material e Esterilização (CME) de cada instituição devem revisar todas as etapas do processo de limpeza, desinfecção e esterilização do material;
- A CCIH da unidade deve intensificar o monitoramento de todas as videocirurgias realizadas;
- Fica estabelecido a notificação compulsória imediata das ocorrências de casos suspeitos ou confirmados de infecção por micobactéria.
As notificações deverão ser feitas pelo fax: (27) 31372472 ou pelo e-mail: cecih@saude.es.gov.br
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Daniele Bolonha
danielebolonha@saude.es.gov.br
Texto: Marcos Bonn
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