09/10/2008 05h18 - Atualizado em 23/09/2015 13h22

Mobilização marca lançamento do projeto ‘Espírito Santo Enfrentando a Dengue’

Com a presença maciça de prefeitos e entidades da sociedade civil organizada, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), lançou, nesta quarta-feira (08), o projeto Espírito Santo Enfrentando a Dengue. A mobilização de parceiros para o trabalho de prevenção, antes do período de proliferação do mosquito, foi a tônica do evento que reuniu mais de 500 pessoas no Palácio Anchieta. O governador Paulo Hartung, o vice-governador Ricardo Ferraço e secretários de Governo também participaram da solenidade.

O Espírito Santo conta com 1.500 agentes de combate à dengue, que têm a meta de fazer oito milhões de visitas nos domicílios capixabas. “O mosquito da dengue encontrou condições ideais de reprodução nos trópicos com aglomeração urbana. Por isso o combate exige disciplina militar, as ações devem ser sistemáticas e constantes com a adesão das pessoas”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Anselmo Tozi.

Tozi fez ainda um alerta à população sobre uma estratégia eficaz para eliminar o transmissor. “O mosquito leva 10 dias para se tornar adulto, a partir da colocação do ovo em água limpa. Se uma vez por semana todos eliminarem dos quintais e de dentro de suas casas objetos que acumulam água, com certeza vamos diminuir a infestação”, enfatizou.

Uma das ações do projeto foi a elaboração de um site, lançado durante o evento, que contém informações diferenciadas para profissionais da área de saúde e educação e população em geral. Dicas de combate ao mosquito, mitos e verdades sobre a doença, o ciclo do vetor, histórico da dengue no mundo, além de material de apoio para download podem ser encontradas no endereço www.saude.es.gov.br/dengue. Também foi apresentado o filme publicitário que será exibido em todas as emissoras para lembrar à população sobre ações de prevenção.

Estratégia do projeto

O propósito do projeto Espírito Santo Enfrentando a Dengue é fortalecer quatro grandes eixos do Programa Estadual de Controle da Dengue, que são: controle ao vetor, assistência ao doente, educação em saúde e vigilância epidemiológica. A formulação do projeto teve por base o agravamento dos casos da enfermidade em menores de 15 anos, a detecção da circulação dos três sorotipos virais no Estado e o aumento das notificações em municípios do interior - responsáveis por 70% do total de registros.

Foi constatado ainda que é necessário investimento na rede de diagnóstico e de atenção ao paciente, de tal forma que ocorra a detecção precoce dos casos e o tratamento oportuno; a intensificação das estratégias de controle, em especial no período de maior vulnerabilidade do vetor Aedes aegypti, o enfoque no manejo ambiental; e qualificação da vigilância para detecção precoce da circulação viral para adoção de medidas para interrupção da transmissão.

Por trata-se de um doença cujas ações de controle extrapolam o setor Saúde, é fundamental o investimento em parcerias institucionais, com destaque para os diversos segmentos da sociedade. A aproximação do verão, estação do ano propícia para a proliferação do mosquito da dengue, traz grande preocupação com os prováveis problemas que a doença pode trazer. Neste contexto é que foi elaborado o projeto onde estão contempladas ações importantes que contribuirão para a melhoria da capacidade de resposta a situações emergenciais.

Entre as principais ações, destacam-se a formação de uma força tarefa com o apoio do Corpo de Bombeiros, Exército, Marinha, Polícia Militar e Defesa Civil para apoio complementar durante uma provável epidemia; a retomada do Comitê Estadual de Mobilização Contra a Dengue; a ampliação da oferta de leitos de retaguarda exclusivos para dengue; a renovação da frota de carros para controle químico espacial e implantação do isolamento viral no Laboratório Central (Lacen).

Capacitações

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), ao longo do ano, vem realizando capacitações dos profissionais do Estado e dos municípios envolvidos no controle e prevenção da doença. Entre médicos, técnicos das vigilâncias epidemiológicas, enfermeiros, entomologistas e supervisores de campo, a Sesa já treinou 270 profissionais. Até o final do ano, ainda serão capacitados mais 559 pessoas.

Números da dengue

Neste ano, houve 33.855 notificações da doença no Estado até o começo de outubro. No igual período do ano passado, esse número era de 10.026. Ao longo de 2007, foram registrados 11.286 casos.
Ainda no ano passado, foram confirmados sete casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), e um óbito. Em 2008, até o final da última semana, as confirmações de FHD chegaram a 67, com seis óbitos.

Municípios mais atingidos

Para avaliar a situação da dengue em um determinado município, em relação ao quadro geral do Estado, é utilizado o coeficiente de incidência da doença, e não o número de casos absolutos. A incidência representa a relação do número de casos por habitantes e é utilizada para avaliar o risco de contrair a doença no município. Pode ser classificada de 0 a 100 (baixa incidência), de 100 a 300 (média) e acima de 300 (alta).

O fenômeno de interiorização da dengue, que começou a ser observado no final de 2006, se reflete nos coeficientes de incidência* da enfermidade no Espírito Santo. (Veja os detalhes no anexo)

Visitas domiciliares


O Ministério da Saúde (MS) preconiza como meta, que sejam feitas seis visitas por imóveis ao ano em municípios infestados, além de quatro visitas residenciais por ano em municípios não infestados.

No Espírito Santo existem cadastrados 1.236.102 domicílios a serem visitados pelos agentes de campo no combate à dengue. Em 2007, o número de visitas domiciliares pactuadas entre o Estado e os municípios foi de 8.196.886. Para realizar as visitas, os municípios contam com 1.453 agentes de combate à dengue, embora o número previsto seja de 1.545.

- Municípios que alcançaram a meta de visitas domiciliares:
Água Doce do Norte
Alfredo Chaves
Anchieta
Apiacá
Aracruz
Baixo Guandu
Barra de São Francisco
Bom Jesus do Norte
Castelo
Conceição do Castelo
Governador Lindenberg
Ibatiba
Ibiraçu
Itarana
Irupi
Iúna
Jerônimo Monteiro
João Neiva
Linhares
Marechal Floriano
Marilândia
Muniz Freire
Pancas
Ponto Belo
Rio Bananal
Rio Novo do Sul
Santa Leopoldina
São Domingos do Norte
São Gabriel da Palha
São Roque do Canaã
Vargem Alta
Venda Nova do Imigrante
Vila Pavão

- Municípios que não alcançaram a meta:
Afonso Cláudio
Águia Branca
Alegre
Alto Rio Novo
Atílio Vivácqua
Boa Esperança
Brejetuba
Cachoeiro de Itapemirim
Cariacica
Colatina
Conceição da Barra
Divino São Lourenço
Domingos Martins
Dores do Rio Preto
Ecoporanga
Fundão
Guaçuí
Guarapari
Ibitirama
Iconha
Itaguaçu
Itapemirim
Jaguaré
Laranja da Terra
Mantenópolis
Marataízes
Mimoso do Sul
Montanha
Mucurici
Muqui
Nova Venécia
Pedro Canário
Pinheiros
Piúma
Presidente Kennedy
Santa Maria de Jetibá
Santa Teresa
São José do Calçado
São Mateus
Serra
Sooretama
Viana
Vila Valério
Vila Velha
Vitória


Histórico

O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, é originário da África, inicialmente descrito no Egito. No Brasil, foi introduzido no período colonial, durante a época do tráfico de escravos. O vírus foi reintroduzido em Belém do Pará, em 1967. Neste ano, o mosquito já é encontrado em todos os Estados brasileiros.

No Espírito Santo, o vetor está presente pelo menos desde 1990, época em que foi registrada a sua presença por meio de levantamentos entomológicos realizados pelo Núcleo de Entomologia e Malacologia do Espírito Santo (Nemes), da Sesa.

Na oportunidade, o mosquito foi encontrado em 16 municípios do Estado. De lá para cá, a dispersão do vetor se deu de forma crescente, com uma maior velocidade a partir de 1995, ano em que houve o registro dos primeiros casos do agravo, existiam 20 municípios com infestação pelo vetor.

Em 2005, foram contabilizados 59 municípios com infestação, o que corresponde a 75,6% do total de municípios, nos quais residem 90% da população. Em 2008, o número de municípios infestados passou para 67.

As três maiores epidemias ocorridas no Estado aconteceram nos anos de 1998, 2002 e 2008, quando foram registrados 39.329, 34.373 e 33.855 casos respectivamente.

Municípios não infestados

Embora haja incidência da doença no interior do Espírito Santo, ainda existem onze municípios sem infestação do mosquito, são eles: Águia Branca, Alto Rio Novo, Brejetuba, Vargem Alta, Conceição do Castelo, Muniz Freire, Guaçuí, Dores do Rio Preto, Divino São Lourenço, Irupi, Ibitirama.

Sintomas

O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos, dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar a evolução para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.

É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sinais, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças.

O que compete à União, ao Estado e aos municípios

Combater a dengue envolve esforços mútuos das três esferas de Governo. Em linhas gerais, o Governo Federal é responsável pela normatização técnica, pelo provimento de insumos, pela coordenação da rede nacional de laboratórios, execução de ações de mobilização social no âmbito nacional; capacitação e assistência técnica aos Estados, bem como execução de ações de caráter complementar e suplementar junto aos Estados.

O Estado, por sua vez, é responsável pelas ações de: capacitação de profissionais; gestão da vigilância epidemiológica e entomológica; gestão dos estoques de inseticidas e biolarvicidas; provimento de equipamento de proteção individual, óleo de soja e equipamentos de aspersão; supervisão, fiscalização, assessoramento, monitoramento e avaliação dos planos municipais de controle, execução de ações de mobilização social no âmbito estadual, execução de ações de caráter complementar e suplementar junto aos municípios, gestão dos estoques de kit para diagnóstico e elaboração do Plano Estadual de Contingência para epidemias.

Já aos municípios compete: realizar levantamento da infestação dos mosquitos; tratar de focos da doença nas residências e seus entornos; eliminar e vedar potenciais criadouros; gerir o estoque de inseticidas e biolarvicidas no âmbito municipal; executar ações de mobilização social no âmbito municipal; notificar e investigar casos e óbitos suspeitos de dengue na assistência; realizar atendimento ao paciente suspeito de dengue por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e das Unidades Básicas de Saúde, bem como viabilizar o Plano Municipal de Contingência.

O mosquito

O Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela urbana. O macho alimenta-se exclusivamente de frutas. A fêmea, no entanto, necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos que são depositados separadamente nas paredes internas de objetos, próximos a extensas superfícies de água limpa. Para obter seu alimento, a fêmea tem o hábito de picar as pessoas durante o dia.

Em média, cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença.

Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, principalmente em recipientes artificiais. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito: ovo, larva, pupa e adulto.

O Aedes aegypti põe seus ovos em recipientes artificiais, tais como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água de chuva. Nas Américas, o mosquito utiliza ainda criadouros naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores.

A transmissão da dengue, bem como da febre amarela, depende da concentração do mosquito: quanto maior a quantidade, maior a transmissão. Esta concentração está diretamente relacionada pela presença das chuvas: mais chuvas, mais mosquitos.

Saiba como combater o mosquito

Lixo:
- Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em terrenos baldios.
- Jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes latas, copos, garrafas vazias etc.
- Mantenha o saco de lixo bem fechado e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana.

Plantas e jardins:
- Encha de areia até a borda os pratos dos vasos de planta.
- Se você não colocou areia e acumulou água no prato de planta, lave-o com escova, água e sabão. Faça isso uma vez por semana.
- Se você tiver vasos de plantas aquáticas, troque a água e lave o vaso principalmente por dentro com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.

Caixas d’água, calhas e lajes:
- Não deixe a água da chuva acumulada sobre a laje.
- Remova folha, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.
- Mantenha a caixa d’água sempre fechada com tampa adequada.

Tonéis e depósitos de água:
- Mantenha bem tampados tonéis e barris d’água.
- Lave semanalmente por dentro com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água.
- Lave principalmente por dentro com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa como jarras, garrafas, potes e baldes.
- Mais informações podem ser obtidas no site www.saude.es.gov.br/dengue

Informações à Imprensa:
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Assessoria de Comunicação da Sesa
Ana Paula Costa/Jucilene Borges/Marcos Bonn/Raquel d’Ávila/Syria Luppi
Tels.: 3137-2378 / 3137-2307 / 9969-8271 / 9943-2776 / 9983-3246
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