19/02/2008 12h56 - Atualizado em 23/09/2015 13h19

Número de casos de dengue e manifestações mais complicadas da doença preocupam a Sesa

O número de notificações de casos de dengue no Estado, nas primeiras cinco semanas do ano, vem incomodando a Coordenação do Programa de Combate à Dengue da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O fato pode contribuir diretamente para a reincidência da doença e, conseqüentemente, para o aparecimento mais freqüente de manifestações graves da enfermidade.

Até o começo de fevereiro, foram 703 registros de suspeitas de dengue no Espírito Santo, enquanto que no igual período do ano passado, esse número foi de 794. Apesar de menor, os dados atuais não podem ser encarados como um retrato fiel da realidade devido às sub-notificações, que despertam a atenção da coordenação.

A Sesa realiza trabalhos direcionados ao controle da doença, como: capacitação de médicos estaduais e municipais, prestação de assessorias técnicas em locais com mais casos da moléstia, disponibilização de equipamentos e insumos para controle do mosquito adulto, além de fornecimento de materiais educativos para trabalhos de conscientização social. Tudo isso deve ser complementado com ações de controle focal, executadas pelos municípios.

De acordo com a gerente estadual do Programa de Combate à Dengue, Gabriela Almeida, o acréscimo de notificações estimado não era esperado para este ano e será mais uma frente de batalha a ser enfrentada. A outra se refere ao surgimento de casos mais complicados da moléstia e da Febre Hemorrágica por Dengue (FHD).

Desde 2006, a FHD acometeu 18 capixabas e causou o óbito de outros quatro. Só no ano passado, em todo o País, 158 brasileiros morreram pela mesma razão. Neste ano, já são sete ocorrências suspeitas e uma, sob investigação, atribuída à encefalite por dengue, uma complicação gerada pela enfermidade.

Gabriela Almeida explica que por ser uma doença sistêmica, o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegipty pode atingir alguns órgãos e se manifestar de um modo atípico, que além de encefalite, pode causar miocardite, disfunção renal e insuficiência hepática, situações consideradas diferentes da dengue hemorrágica.

Entretanto, são duas variações da enfermidade com as quais as pessoas devem ter cuidado, sobretudo os moradores da Grande Vitória, área atingida por epidemias em anos recentes e onde muitos indivíduos já foram sensibilizados pela moléstia. Das oito notificações das formas mais graves da dengue em 2008, cinco são da Capital e arredores.

Crianças, idosos, gestantes e imunodeprimíveis (com imunidade baixa) são suscetíveis aos casos mais complexos e, além disso, nada impede que alguém os desenvolva logo na primeira contaminação. A preocupação, entretanto, se volta à reintrodução, neste ano, dos sorotipos Dengue I e Dengue II, que não vêm sendo isolados no Estado, pelo menos, desde 2006, o que acarretaria em uma grande reincidência de casos.

Ações de combate à dengue

A prevenção, entretanto, continua sendo a melhor maneira de evitar os transtornos trazidos pela moléstia, que pode levar à morte. Embora seja considerada menos agressiva, no ano passado a dengue já matou mais pessoas do que a febre amarela. Apesar dos trabalhos de combate ao vetor realizados pelas esferas municipais, estaduais e federais, as ações de combate ao mosquito estão intrinsecamente ligadas à mobilização da população.

Os primeiros sinais da FHD são os da dengue clássica. Mas entre o terceiro e sétimo dia do início dos sintomas, quando a febre diminui, surgem dores abdominais, cansaço, desconforto respiratório e vômitos. Em geral esses sinais de alarme precedem as manifestações hemorrágicas que, se não diagnosticadas e tratadas corretamente, podem levar à morte.

Saiba como se proteger da dengue:

Lixo:

- Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em terrenos baldios;

- Jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes latas, copos, garrafas vazias etc.;

- Mantenha o saco de lixo bem fechado e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana.

Plantas e jardins:

- Encha de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta;

- Se você não colocou areia e acumulou água no pratinho de planta, lave-o com escova, água e sabão. Faça isso uma vez por semana;

- Se você tiver vasos de plantas aquáticas, troque a água e lave o vaso principalmente por dentro com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.

Caixas d’água, calhas e lajes:

- Não deixe a água da chuva acumulada sobre a laje;

- Remova folha, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;

- Mantenha a caixa d’água sempre fechada com tampa adequada;

Tonéis e depósitos de água:

- Mantenha bem tampado tonéis e barris d’água;

- Lave semanalmente por dentro com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água;

- Lave principalmente por dentro com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa como jarras, garrafas, potes, baldes.

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