15/09/2008 05h24 - Atualizado em 23/09/2015 13h21

Número de crianças vítimas de queimaduras preocupa equipe do Hospital Infantil

O aumento no número de crianças vítimas de queimaduras que procuraram o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), em Vitória, tem preocupado a equipe de atendimento do setor. Em 2007, o HINSG registrou 186 crianças internadas. Em 2008, já são 140 casos num ritmo mais acelerado em relação ao ano anterior. O Centro tem disponível 14 leitos para internação, constantemente ocupados.

A médica pediatra Júlia Souza Oliveira, que há 14 anos lida com queimados, considera preocupante o aumento no número de casos em relação aos outros anos. A maior causa de queimadura em crianças, segundo a médica, é devido a líquidos quentes. Escaldaduras com fritura, água, óleo e comida representam 70% das internações. “Os casos que chegam ao Pronto Socorro não temos contabilizado, mas, em relação às internações, consideramos preocupante”, falou Júlia.

A segunda maior causa é queimaduras com líquidos voláteis, como álcool, diesel, gasolina, thinner, que atingem 20% das crianças internadas. “Há poucos dias liberei uma criança de seis meses que foi atingida por líquido quente ao ficar posicionada perto do fogão enquanto a mãe cozinhava”, disse a médica.

Os choques elétricos em casa e motivados por brincadeiras como soltar pipa, estão em terceiro lugar. O CTQ registra dez casos de choques com ferro elétrico e fios desencapados esse ano. Ano passado foram 12.

Acidentes domésticos como contato das crianças com tampas do forno e explosão de panelas de pressão também são comuns entre os internados no CTQ do Hospital Infantil. “Temos casos de adolescentes que sofrem queimaduras devido à inabilidade na cozinha. Mesmo que o adolescente cozinhe, deve estar supervisionado por um adulto”, ressalta a médica.

Júlia Souza Oliveira ainda atribui o grande número de crianças queimadas à falta de uma campanha de conscientização. “Campanhas sempre ajudam a diminuir o número de internações. Observamos que falta cuidado e percepção para lidar com as possíveis causas de queimaduras. A população precisa se interar dos riscos para sua família”.

Muitos acidentes podem ser facilmente evitados, segundo Júlia Oliveira. Para isso, basta que sejam adotadas medidas preventivas como: não deixar as crianças próximas ao fogão, não usar toalhas longas de mesa, sempre colocar as panelas nas bocas de trás do fogão e com os cabos voltados para dentro ou ainda evitar manejos perigosos com crianças no colo.

O álcool líquido não é recomendado para limpeza de ambientes domésticos. Cerca de 40% das queimaduras registradas no Brasil são provocadas por acidentes envolvendo o produto.

Em caso de queimadura, a médica orienta não usar gelo nem qualquer outro produto como café ou pasta de dente. Não esfregar, apertar ou estourar as bolhas eventuais. Não tentar desgrudar roupas da queimadura. Se estiver escura ou esbranquiçada, trata-se de queimadura de terceiro grau – onde ocorre lesão de toda a pele, atingindo os tecidos mais profundos, como os músculos. “A vítima precisa ser levada imediatamente para atendimento médico”, completou a médica.

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Texto: Syria Luppi
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