13/08/2007 07h55 - Atualizado em 23/09/2015 09h54

Paciente de 102 anos é operada com sucesso no Hospital São Lucas

A paciente de 102 anos, Pasqualina Francisca de Jesus, a Vovó Pasqualina, moradora do interior do Estado, fraturou o fêmur direito junto da articulação numa queda dentro de casa. Após ser internada no Hospital São Lucas, em Vitória, passou por uma cirurgia para colocação de uma placa com parafusos, utilizada em procedimentos feitos em hospitais públicos, privados e universitários de todo o País, já se encontra em casa em recuperação.

Por se tratar de uma paciente idosa e portadora de osteoporose, a cirurgia foi considerada de alto risco. Vovó Pasqualina passou por todos os exames pré-operatórios necessários (cardiológicos, laboratoriais, etc) havendo uma preocupação em utilizar as medicações necessárias para mantê-la em bom estado clinico de saúde enquanto aguardava a cirurgia.

A paciente não precisou de anestesia geral e, durante cerca de duas horas e meia, o cirurgião ortopédico Júlio César Moulin, auxiliado pelo também cirurgião José Maria Cavatti, realizou a intervenção cirúrgica, colocando uma placa com um parafuso especial mais grosso na parte superior e outros mais finos, de 3.5 mm que fixam o conjunto na parte boa do femur.

Normalmente, segundo os médicos cirurgiões, uma cirurgia como esta demora cerca de 1h30, mas em função da dificuldade técnica encontrada, osso muito fraco e quebrado em quatro partes, o tempo cirúrgico foi estendido.

“Esta cirurgia está nos melhores padrões cirúrgicos possíveis, não deixando nada a desejar aos melhores hospitais privados do Estado e do País, tanto em relação à equipe profissional quanto ao material utilizado, vindo a comprovar que o Hospital São Lucas tem condições de se manter na liderança que vem mantendo há anos no contexto hospitalar do Estado” afirmou Júlio César.

Vovó Pasqualina passou sete dias no São Lucas, entre a internação, a cirurgia e a alta médica, e hoje se encontra na casa de um filho, na cidade de Conceição do Castelo. Os curativos necessários são feitos por um enfermeiro que vai visitá-la regularmente. Um médico da cidade, amigo da família, está fazendo o acompanhamento de sua recuperação e também a visita constantemente.

Para os netos da paciente, desde a internação até o dia em que recebeu alta médica, a vovó recebeu o melhor atendimento no São Lucas e deverá retornar ao hospital no final de agosto para uma avaliação com os médicos que a operaram.

Segundo familiares, Vovó Pasqualina está lúcida e já tinha fraturado, há cerca de seis anos, a perna esquerda. Na época ela foi atendida no São Lucas e depois transferida para a Clínica dos Acidentados. Três meses depois já estava caminhando normalmente.

“Nossa avó está se recuperando bem, se alimenta regularmente, está bem humorada e impaciente para voltar a andar”, disse Rosana de Fátima Andrade, uma das netas que ajuda a cuidar da Vovó Pasqualina.

Devido à quantidade de fragmentos ósseos, a paciente deverá demorar em torno de dois meses para começar a pisar no chão com a perna operada. Mas a previsão de recuperação é que em quatro meses ela já esteja andando normalmente, sem bengalas.

Sobre a idade real da paciente, familiares disseram que ela fará 103 anos no final de 2007. Porém, ela só teria sido registrada por insistência do tabelião da cidade que, na época, foi até à casa de Pasqualina. Ao chegar ao local para falar com o pai dela sobre a necessidade de registro, já a encontrou com cerca de dois anos. Apesar disso, o tabelião registrou como data de nascimento o dia que a viu pela primeira vez.

“Ela nos corrige quando falamos a idade dela. Ainda no hospital, ao ser levada na maca, um enfermeiro comentou com o colega que estava conduzindo uma paciente de 103 anos. Nesse momento minha avó abriu os olhos e disse para ele que era 102 e meio e não 103. Ela ainda está muito lúcida”, afirmou a neta.

O cirurgião Júlio César Moulin comentou que a cirurgia de fratura do fêmur numa situação como esta, em que a paciente é bastante idosa, requer muito cuidado porque, se for conduzida de forma descuidada, poderá deixar a paciente incapaz e dependente de uma cadeira ou cama.

“No caso dela, a fratura aconteceu na região proximal do fêmur, que é na articulação do quadril, e que quebrou em quatro pedaços. É uma cirurgia complicada e difícil. Logo que acabamos e fizemos o teste, o osso estava tão fraco que os parafusos se soltaram. Caso fôssemos inexperientes e não tivéssemos feito o teste, a placa teria se soltado na casa dela e seria pior”, disse Júlio Moulin.

Depois do teste os cirurgiões recomeçaram a operação e reposicionaram todos os parafusos até encontrar osso firme para uma boa fixação do material utilizado e terminar a cirurgia. Para isso, durante a cirurgia, foi usado o aparelho chamado “Intensificador de Imagem” que reproduz os procedimentos feitos pelos médicos num monitor de vídeo, permitindo ao cirurgião trabalhar com mais precisão.

O aparelho tem inúmeras vantagens, pois as imagens transmitidas pelo vídeo servem para fazer grandes cirurgias com um corte reduzido e em um tempo cirúrgico menor possível, e reduz o sangramento. A qualidade principal é uma melhor segurança para o cirurgião e um ganho na qualidade das cirurgias, havendo um incalculável lucro para os pacientes em função do melhor resultado e em tempo de recuperação, que é menor.

“Este aparelho, que normalmente só está disponível nos melhores hospitais, nos ajudou, por meio das imagens, a reposicionar, fixar a placa e os parafusos, nos levando ao sucesso da cirurgia. È tecnologia de ponta utilizada em nosso hospital por várias especialidades como neurocirurgia, cirurgia vascular e ortopedia”, completou o cirurgião.

“A partir do momento em que a cirurgia foi bem e a paciente ficou sem dor, ela pôde se movimentar e reagiu positivamente com previsão de uma recuperação quase imediata. Já tivemos muitos pacientes com idades entre 80 e 90 anos, mas a Dona Pasqualina é minha primeira paciente acima dos 100 anos, deixando uma lição de força de vontade e tranqüilidade em relação à vida. Não posso deixar de citar também que o nosso hospital, apesar de algumas dificuldades, como em todo hospital público ou privado, exerce um papel fundamental na recuperação do trauma em nosso Estado”, disse Júlio Moulin.

Em plena recuperação, bastante lúcida e otimista, Vovó Pasqualina não deixa de comentar sobre sua recuperação. “Ah, correu tudo bem, mas eu estou doida para sair desta cama e passar a andar normalmente. Estou cansada de ficar deitada”.

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