24/10/2011 06h53 - Atualizado em 23/09/2015 13h31

Pacientes amputados ganham vida nova com próteses fornecidas pelo Governo

A amputação de um membro traz traumas e dificuldades para o exercício de atividades rotineiras. Essas marcas, porém, podem ser superadas. Visando ajudar os pacientes capixabas nesse desafio, um papel importante vem sendo desempenhado pelo Centro de Reabilitação Física da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio da Unidade de Trabalho de Próteses e Órteses (UTPO).

Na UTPO são confeccionadas próteses de membros inferiores destinadas a pacientes com amputação da perna. Somente nesse ano, 246 próteses já foram entregues, trazendo mais qualidade de vida a homens e mulheres de todo o Estado. A substituição do membro requer um trabalho multidisciplinar de reabilitação, que envolve médico fisiatra, fisioterapeutas, psicólogo e assistente social.

Um levantamento realizado no ano passado pelo Crefes verificou que a maioria dos amputados é do sexo masculino (80%). A maior causa de amputação é o diabetes (34%), seguido de insuficiência vascular (24%) e acidentes de trânsito (20%). Outras causas como queimadura, câncer e hanseníase, respondem por 11 % das amputações.

A idade predominante dos amputados é de 40 a 65 nos (58%). A faixa etária de 15 a 39 anos, em que a perda do membro geralmente é consequência de acidentes de trânsito, responde por 22% das perdas de membros.



Um típico representante do perfil predominante na estatística é o morador de Cariacica, Juarez Maciel de Jesus, 53 anos. Devido à insuficiência vascular, ele perdeu uma perna há 14 anos e, quatro anos depois, precisou também amputar a outra. Durante todo esse tempo, precisou usar uma cadeira de rodas, mas, há dois meses, recebeu do Crefes a prótese bilateral e agora reaprende a andar com uma fisioterapeuta.

“Meu maior sonho é voltar a ser independente”, resume Juarez, que ainda caminha com dificuldade, mas enfrenta o desafio com muita determinação. O sonho de voltar a levar uma vida ativa já foi realizado por muitos usuários do Crefes, conforme relata o auxiliar de órtese e prótese, Roberto Almeida.

“A maioria dos pacientes têm uma vida normal. Temos pacientes que trabalham como pedreiros, mecânicos, boiadeiros, motoristas, que cuidam sozinhos de um sítio e de várias outras profissões”, conta Roberto.

Tratamento

Para ser reabilitado, há, no entanto, um caminho a percorrer. A fisioterapeuta do UTPO, Cleilda Ribeiro Totola, explica que, ao chegar ao Crefes, o paciente passa pela triagem e é encaminhado para uma palestra para orientação com fisioterapeuta e psicólogo. “Geralmente eles chegam com o coto ainda flácido, sem a forma cônica ideal para a protetização”, explica Cleida.

Metade do tratamento é feito com o enfaixamento, cujo objetivo é diminuir o edema, modelar o coto e melhorar a sensação do “membro fantasma” - que é a percepção de que o membro amputado ou parte dele continua presente no corpo. “Às vezes a sensação é tão forte que o amputado é capaz de levantar-se e dar um passo normal, esquecendo-se completamente que a perna não existe mais, só percebendo após o tombo”, ressalta a fisioterapeuta.



Após a cicatrização, que leva no mínimo três meses, e exercícios de fortalecimento e equilíbrio, é prescrita a prótese. Essa outra etapa começa com a medição, seguida da prova de encaixe e do encaixe definitivo. O paciente terá ainda que passar por fisioterapia para reaprender a andar, subir e descer escadas, levantar, sentar, colocar a prótese, dentre outras atividades.

Segundo a gerente da UTPO, Karla Leal de Souza, todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm direito à troca da prótese concedida a cada dois anos. Há garantia de troca de peças e são feitos ajustes também necessários. A produção dos equipamentos envolve uma equipe de oito pessoas, entre técnicos e auxiliares de órteses e próteses. A capacidade da oficina é de produzir cerca de 24 próteses por mês.

Serviço:

Unidade de Trabalho de Próteses e Órteses (UTPO) do Crefes
Endereço: Rua Gastão Roubach, s/n, Praia da Costa (próximo ao Clube Libanês)
Tel.: 3149-9611

Os pacientes amputados devem apresentar:

- Encaminhamento médico com indicação da prótese
- Cópia do Documento de identidade e do CPF
- Cópia do cartão nacional do Sistema Único de Saúde (SUS)
- Comprovante de residência
- Encaminhamento médico
- Pacientes acima de 40 anos devem apresentar laudo cardiológico

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Alessandra Fornazier/Fabricio Fernandes/Jucilene Borges/Marcos Bonn
Texto: Alessandra Fornazier
alessandrafornazier@saude.es.gov.br
Tels.: 3137-2378 / 3137-2307 / 9983-3246 / 9969-8271 / 9943-2776
asscom@saude.es.gov.br
2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard