03/10/2012 05h23 - Atualizado em 23/09/2015 13h35

Pacientes ostomizados são beneficiados com cirurgias de reversão

Um convênio entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a Santa Casa de Misericórdia de Vitória possibilita que pacientes ostomizados voltem a ter uma vida normal, sem a dependência da bolsa de ostomia. O recurso é utilizado por pessoas que, por algum problema no intestino, colo ou reto, ficam impedidos de evacuar por vias normais e são submetidos à intervenção cirúrgica para criação de uma nova abertura entre o intestino e o exterior com a finalidade de eliminar os dejetos.

Os pacientes inscritos no Programa de Atenção ao Ostomizado da Sesa, que funciona no CRE Metropolitano, em Cariacica, poderão fazer a cirurgia de reversão e ter a restituição fisiológica do funcionamento intestinal. No total, 11 pacientes já foram contemplados.

O convênio prevê a realização de 10 cirurgias por mês. Todos os exames necessários também são custeados pela Sesa. “Existem alguns casos em que a ostomia é definitiva. Entretanto, em 70% deles os pacientes podem passar pela cirurgia de reversão”, afirma o coordenador do Programa de Ostomizados, Francisco Mário de Azevedo Barros.

Segundo ele, a média de idade dos pacientes inscritos no Programa é de 26 anos, variando de 17 a 42 anos e os motivos que levam à confecção da ostomia são problemas graves como câncer, doenças inflamatórias do trato digestivo, acidente de trânsito, dentre outros.

Mais de 17 mil bolsas são distribuídas gratuitamente pelo programa da Sesa a cada mês. Quem utiliza 30 bolsas mensais teria de gastar R$ 9 mil por ano, se não fosse o auxílio do Programa, cujo custeio ultrapassa R$ 1 milhão por ano. Além da questão financeira, o uso do ostoma afeta famílias inteiras, com o ostomizado sendo excluído socialmente, tendo alterada a convivência familiar e matrimonial. Além de onerar a previdência social, já que ele é considerado deficiente.

Atualmente, aproximadamente 730 pacientes estão cadastrados no Programa de Ostomizados. Na primeira etapa do projeto, cerca de 200 deverão ser contemplados com as cirurgias. Para isso, estão sendo classificados os pacientes aptos para fechamento do ostoma, dando preferência àqueles mais novos, que não apresentam demais problemas (diabetes, hérnias, câncer em tratamento, dentre outras) e complicações que possam interferir negativamente nos resultados ou aumentem o risco e a complexidade do procedimento.

A inscrição no Programa é geralmente feita pela família, pois na maioria das vezes o paciente encontra-se hospitalizado. Para fazer o cadastro é preciso apresentar o laudo emitido pelo cirurgião, um documento de identidade, o Cartão do SUS e um comprovante de residência. Logo depois, a equipe multidisciplinar identifica o tipo de material necessário e já o entrega para a família. A retirada das bolsas pode ser feita uma vez por mês e o laudo médico deve ser atualizado a cada seis meses.

Pacientes

Um dos pacientes beneficiados pelo projeto é o pintor Leandro do Nascimento Conter, 30. Durante um acidente de trânsito, ele teve o estômago perfurado pelo guidom de sua moto e precisou se submeter a duas cirurgias, uma delas para abertura da ostomia. O fechamento, que poderia ter sido feito em menos de um ano, acabou se prolongando por mais de dois, e Leandro só conseguiu fechá-lo há cerca de três meses.

“O uso da bolsa atrapalhava bastante a minha rotina. Já tive que levantar a blusa em porta de banco para provar que não era arma e até mesmo deixar de almoçar nos dias de trabalho para não encher a bolsa e ter que parar para esvaziá-la, já que atuo em fachadas de prédios”, conta Leandro, que afirma que sua vida melhorou em 100% após a cirurgia de reversão.

A balconista Telma Maria da Silva, 28, também se submeteu à cirurgia para fechamento do ostoma e viu sua vida mudar. “Era muito desconfortável usar a bolsa e por muitas vezes deixei até de sair de casa por causa disso”, ressalta ela, que precisou realizar a abertura devido a uma apendicite e, ao invés dos três meses previstos, acabou ficando nove meses usando o ostoma.

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