A parceria entre o Sistema de Verificação de Óbitos (SVO) do Estado e o pesquisador e professor de Educação Física, Daniel Folador, ganhará mais visibilidade na próxima semana. Entre os dias 11 e 13 deste mês, o estudo, que faz uma relação entre o sedentarismo e a saúde das pessoas, será apresentado no XXX Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, em São Paulo, que tem como tema “Mitos e Evidências na Atividade Física e no Esporte”.

O trabalho de Daniel e de sua co-autora, Lorena Martins, foi aprovado e será apresentado para um público diversificado de pesquisadores de várias localidades do mundo. “É interessante participar desses eventos com colegas de outros estados, pois pode ser que haja algum estudo parecido de outra região do Brasil ou até mesmo de outro país”, conta.

Mais especificamente, a pesquisa aborda doenças do aparelho circulatório que, de acordo com estudos mundiais, afetarão grande parte da população devido a vários fatores, como a inatividade física e alimentação inadequada. “O trabalho visa a preparar um melhor atendimento ao público que procura um profissional de educação física”, explica o professor.

Para dar suporte às pesquisas, Daniel Folador conta com a ajuda do SVO, que disponibiliza as informações necessárias. Todas as quintas-feiras, o professor vai ao local e faz a coleta de dados quantitativos que indicam o estilo de vida das pessoas que faleceram. Os elementos apontam, por exemplo, se o indivíduo que morreu era fumante e quanto fumou, se bebia e, sobretudo, se fazia exercícios e com qual regularidade.

Ao final, as informações são colocadas em um programa de computador. Segundo Daniel, a pesquisa é bem complexa, mas dá bons resultados, com dados fidedignos. Tudo é feito de modo sigiloso, pois se trata de uma pesquisa científica. Já foram colhidas 384 amostras de tecidos de pessoas que morreram em todas as regiões do Espírito Santo e o próximo passo será a análise dos dados.

Por isso, a parceria com o Serviço de Verificação de Óbitos é imprescindível, uma vez que o órgão realiza necropsia de nível científico de todas as pessoas que vêm a óbito por causa interna não identificada no Estado. “O SVO é uma equipe (assistente social, enfermeiros e médicos) extremamente profissional, da qual dependo para coletar as informações. É uma oportunidade única que tive em trabalhar com eles”, diz.

Até agora, os resultados sugerem, que o número de pessoas que morrem em decorrência de problema circulatório ou respiratório e que eram sedentárias é relativamente alto.

Na próxima quarta-feira, o professor e a co-autora farão uma visita ao prédio da Universidade de São Paulo para apresentar o estudo a um especialista na área do aparelho circulatório, que trabalha no Instituto do Coração (Incor).

A pesquisa deve ser concluída entre setembro e outubro de 2008, quando os resultados serão divulgados em conjunto com referenciais teóricos que possam comprovar a realidade do Estado. Além disso, a divulgação deverá ser feita por meio de um artigo científico ou uma tese de mestrado.

A idéia da pesquisa surgiu enquanto o professor era universitário e fazia sua Tese de Conclusão de Curso (TCC). “Na época, a preocupação com a tendência ao sedentarismo e seus transtornos me levou a iniciar este estudo”, afirma ele. A partir desse ponto, o pesquisador procurou um suporte do SVO, por meio de sua coordenadora, Dalva Binda, que forneceu as condições para a realização do trabalho.

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