13/09/2007 05h59 - Atualizado em 23/09/2015 10h01

Pesquisa nacional sobre hepatites virais começa nesta quinta (13) em Vitória

A partir desta quarta-feira (13), o Ministério da Saúde (MS), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (Semus) começam um trabalho conjunto para colocar em prática o Inquérito Nacional de Prevalência de Hepatites Virais.

A coordenadora do Programa Nacional de Controle e Prevenção de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Gerusa Figueiredo, está em Vitória, onde permanece até esta quinta-feira (13), orientando os profissionais envolvidos no trabalho.

O Inquérito tem abrangência nacional e será realizado em todas as capitais brasileiras. Para isso, existe um convênio entre o Ministério da Saúde, a Universidade Estadual de Pernambuco e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas).

Pesquisa local

A pesquisa local consiste em coletar amostras de sangue e aplicar questionários em 120 residências em Vitória (escolhidas aleatoriamente) a fim de identificar a incidência das hepatites A, B e C na cidade. Os dados finais do estudo realizado aqui vão compor um banco de informações que representará a prevalência das doenças na Região Sudeste.

Ao todo, 23 bairros da capital capixaba serão visitados por quatro equipes de técnicos da Semus de Vitória, compostas por um entrevistador e um coletador de amostras. A estimativa é que em um intervalo de trinta dias os grupos possam abordar aproximadamente 104 pessoas de faixas etárias que variam de 5 a 69 anos.

Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, esse trabalho já foi finalizado e na Região Sul do Brasil ele está em vias de conclusão. A Região Norte será a próxima a ser incluída no Inquérito, mas com um diferencial: lá também será estudado o número de casos de hepatite D, que é restrita à Amazônia Legal.

Na prática, o Inquérito começa em Vitória nesta quinta-feira (13), quando as equipes iniciam o trabalho de campo, com a presença de Gerusa Figueiredo. Durante as visitas, os grupos ficarão responsáveis por extrair uma amostra de sangue e por perguntar sobre os fatores de exposição à hepatite.

Além de questões sócio-demográficas, estão relacionados entre as perguntas, aspectos relativos ao saneamento básico, comportamento sexual e procedimentos médico-cirúrgicos. Cada um desses tópicos visa a cercar os fatores de risco de transmissão de hepatite A, B e C respectivamente.

Segundo Gerusa Figueiredo, os fatores de exposição podem variar de acordo com cada região onde o trabalho é feito e, com a conclusão do Inquérito, será possível tornar mais eficazes as ações de controle da moléstia. “Isso possibilitará identificar a magnitude do problema, o que contribuirá para o auxílio nas medidas de prevenção e controle. De modo geral, espera-se que a rede de assistência seja aperfeiçoada”, informa Gerusa.

O coordenador do Programa Estadual de Prevenção e Controle de Hepatite da Sesa, Moacir Soprani, explica que futuramente esse estudo poderá ser estendido a outros municípios do Espírito Santo. No entanto, antes disso, é esperado que o projeto seja aplicado em Vitória.

Mais sobre a Hepatite Viral

As hepatites são infecções do fígado (localizado em baixo da costela, ao lado direito) causadas por vírus que são representados por vários tipos: ‘A’, ‘B’, ‘C’, ‘D’ e ‘E’. A transmissão ocorre por meio de água e alimentos contaminados (hepatites ‘A’ e ‘E’), sangue (‘B’ e ‘C’) e relação sexual (‘B’). O tipo ‘D’ da doença só é possível na presença do ‘B’ e não existe no Espírito Santo.

No entanto, apesar da diversidade, na fase aguda da moléstia os sintomas são indistinguíveis, podendo se manifestar por meio de cansaço, tontura, enjôo, febre, dor na região do fígado, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. As hepatites ‘B’ e ‘C’ podem evoluir para cirrose hepática e câncer do fígado e depois se espalhar pelo corpo inteiro. Para se detalhar qual é o tipo da hepatite, é preciso fazer exames específicos.

Todas as hepatites têm tratamento e a eficácia da terapia está ligada à descoberta recente da doença. Os tipos ‘B’ e ‘C’ são os mais trabalhosos, entretanto já existem alguns casos de cura. Já as hepatites ‘A’ e ‘B’ têm vacina, sendo que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece somente para o tipo ‘B’, em três doses para pessoas com até 19 anos. A vacina para a manifestação ‘A’ ainda não está no calendário do SUS.

Estudos recentes comprovam a co-infecção de hepatites virais em pessoas com HIV/Aids. Pesquisas no Brasil indicam uma incidência em torno de 5% a 8% de contaminações conjuntas do tipo ‘B’ e o HIV e de 17% a 36% entre o ‘C’ e o HIV. Além disso, as hapatopatias (cirrose e insuficiência hepática) são importantes causas de internação e óbito de pacientes com HIV.

Como evitar?

- Mulheres grávidas podem passar o vírus da hepatite ‘B’ para o bebê. É bom vacinar o recém-nascido nas primeiras 12 horas de nascimento;

- Quem recebeu transfusão de sangue antes de 1993 pode ter hepatite ‘C’;

- Não compartilhe agulhas nem seringas;

- Exija material esterilizado ou descartável em serviços de saúde, salões de beleza, se fizer tatuagem ou se colocar piercieng;

- Use camisinha.

Os bairros selecionados em Vitória para a realização da pesquisa:
Bela vista;
Bonfim;
Carapina 1;
Centro;
Conquista;
Consolação;
Cruzamento;
Forte São João;
Goiabeiras;
Hélio Ferraz;
Jardim Camburi;
Jardim da Penha;
Jucutuquara;
Maruípe;
Praia do Canto;
Praia do Suá;
Romão;
Santa Marta;
Santo Antônio;
São Benedito;
Tabuazeiro;
Vila Maria;
Vila Rubim.

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