27/03/2014 11h02 - Atualizado em 23/09/2015 13h40

População vulnerável do Espírito Santo terá acesso a teste rápido de HIV por fluído oral

Populações vulneráveis do Espírito Santo terão acesso ao teste rápido de HIV por fluido oral. Inédito no Estado, a sua aplicação ficará restrita inicialmente a duas Organizações Não Sociais (ONGs) capixabas que trabalham na prevenção da doença em grupos específicos, tais como homossexuais, travestis, transexuais e usuários de droga.

Durante essa semana, consultores técnicos do Ministério da Saúde (MS) capacitam profissionais de saúde nessas duas ONGs, sediadas em Vitória e Colatina, e já fazem os primeiros testes em voluntários. Por ser mais simples do que o tradicional, o novo procedimento não requer todo um suporte laboratorial por trás, facilitando o alcance do público mais vulnerável.

“É a primeira vez que esse teste será feito aqui no Estado e no Brasil como um todo. Ele é mais simples, não precisa de tanta tecnologia como o tradicional. Por isso, sua grande vantagem será alcançar aquele público com mais dificuldade de acesso aos serviços de saúde”, explica a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Sandra Fagundes.

As duas entidades que foram selecionadas por meio de edital público são Associação Capixaba de Redução de Danos (Acard), de Vitória, que trabalha o tema com pessoas que fazem uso de droga e a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold), de Colatina, que tem a mesma atuação junto aos travestis, transexuais, homens que fazem sexo com homens e gays.

“Eles são um público que dificilmente procuram os serviços de saúde, seja por causa da incompatibilidade de horário ou por causa da discriminação que sofrem de maneira geral. Agora, com um teste mais simples, as ONGs poderão ir aos locais onde eles estão, de noite ou de madrugada, e incentivar a testagem”, esclarece Sandra Fagundes.

Fluido oral x saliva

Segundo a coordenadora, é necessário destacar a diferença entre fluido oral e saliva. “Não são a mesma coisa. O fluido se acumula entre a bochecha e a gengiva e é composto por células que descamam. Se a pessoa for portadora do HIV, terá anticorpos em sua composição. Já a saliva é uma substância mais superficial sem esses componentes. É preciso deixar claro que não se transmite o HIV por meio do beijo”, detalha.

O teste é sigiloso e é rápido, sai em menos de 30 minutos. Ele é feito dentro de um contexto de aconselhamento. Se o resultado der positivo, a pessoa será encaminhada para um serviço de referência para que seja feito um segundo teste mais completo para se ter certeza do diagnóstico e, se for o caso, começar o tratamento.

Projeto

A testagem rápida por fluido oral faz parte de um projeto piloto do Ministério da Saúde chamado de “Viva Melhor Sabendo”, que tem o objetivo de incentivar, ao longo de 2014, esse teste em populações mais vulneráveis à infecção pelo HIV. Além do Espírito Santo, outros 21 estados também participam da iniciativa.

De acordo com a coordenadora, ainda não há data, mas o Ministério da Saúde acena para que a iniciativa seja ampliada na rede pública. “Por enquanto só as ONGs farão isso. Mas o Ministério da Saúde já considera a possibilidade dos estados onde está sendo realizado o projeto piloto ampliarem esta ação que é uma novidade”, adianta Sandra Fagundes.

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