18/03/2013 05h57 - Atualizado em 23/09/2015 13h36

Programa de Internação Domiciliar do Dório Silva comemora nove anos

O Programa de Internação Domiciliar (PID) do Hospital Estadual Dório Silva completa nove anos, nesta segunda-feira (18), e celebrará a data mostrando os avanços alcançados nesse período e promovendo uma tarde de beleza para cuidadores, pacientes e ex-pacientes com a ajuda de duas cabeleireiras, uma manicure e uma esteticista: uma mostra do carinho e dedicação da equipe por aqueles que utilizam o serviço. O evento será das 14 às 16 horas.

No Hospital, o Programa já beneficiou 573 pacientes crônicos e ganha cada vez mais adesão de médicos e familiares de internados. No ano passado, houve um acréscimo de 36% no número de pacientes contemplados, em relação a 2011 (subiu de 58 para 86 pacientes inscritos). O serviço permite dar continuidade ao tratamento em casa e ajuda a aumentar a rotatividade de leitos hospitalares. Atualmente, são 18 pacientes inscritos no programa.

Segundo a coordenadora do Programa do Hospital Dório Silva, a clínica geral Vivian Marli Barros, outro avanço no último ano foi conseguir desospitalizar pacientes dependentes da administração de antibiótico endovenoso e intramuscular. Agora, a aplicação pode ser feita pelo técnico de enfermagem na casa do paciente. O serviço pode reduzir em até 50% o período de internação.

“Para os pacientes, a redução do período de internação, a chance de voltar para casa mais rápido, para seu ambiente familiar, e ter garantido o apoio de uma equipe especializada é muito importante. Até a fisionomia do paciente muda, ele volta a se alimentar melhor estando junto da família, a recuperação é mais rápida”, apontou a médica.

Um dos pacientes que tem se beneficiado do serviço é o motorista Luiz Alberto Cruz de Freitas, de 54 anos, morador de Chácara Parreiral. Ele conta que sofreu um acidente de moto em 2010, passou por 15 cirurgias e desenvolveu uma osteomielite (infecção no osso) no quadril esquerdo. Para tratar, precisou usar antibióticos por seis meses. No ano passado, a infecção voltou.

“Em outubro do ano passado fiz uma raspagem do osso. Assim que melhorei, fui liberado para casa, mas recebo a visita da equipe diariamente, faça chuva ou faça sol, para me aplicarem o medicamento (antibiótico). Eles são ótimos, cuidam bem da gente. Também treinaram bem minha esposa que, no início, tinha de olhar o curativo várias vezes por dia”, relatou.

E continuou: “É bom não ter de ficar tanto tempo no hospital. Na época do acidente precisei ficar seis meses internado. Minha família levou até mala para o hospital. Foi bom demais voltar para casa”. Ele e a mulher participarão da confraternização no hospital.

Público-alvo

O Programa de Internação Domiciliar é voltado para atender pacientes com sequelas de derrame cerebral, Alzheimer, Doença de Parkinson, osteomelite (infecção óssea), diabetes, vítimas de violência urbana e idosos com fraturas – que momentaneamente sofrem com uma situação pontual em decorrência de seus problemas e precisam ser internados, mas assim que reúnem condições podem ser inscritos no Programa.

Além de funcionar no Hospital Dório Silva, na Serra, também existe nos hospitais Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha, e Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus. O programa tem ajudado a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) a aumentar a rotatividade de leitos hospitalares, que atualmente enfrentam uma crescente demanda de pacientes crônicos.

Segundo a coordenadora do Programa do Hospital Dório Silva, em geral, esses pacientes passaram um período no hospital, estão clinicamente estáveis, mas ainda precisam de assistência que pode, no entanto, ser feita de forma humanizada em sua própria residência.

Mas para que tudo dê certo, ela diz que é essencial a presença do cuidador. “Sem o cuidador, o programação não existe. Tem de ter aquele que assume os cuidados com a higiene, alimentação, horário dos remédios. O cuidador é corresponsável no tratamento, é ele quem recebe as instruções da equipe do programa e sinaliza como o paciente está respondendo ao tratamento”, ressaltou.

Critérios

É importante ressaltar que há critérios para os pacientes serem integrados ao programa. Primeiramente, é feita uma avaliação social de seu domicílio para verificar se dispõe de condições mínimas de estrutura, higiene e saneamento. Além disso, a família deve designar uma pessoa para ser o cuidador responsável, que receberá todas as orientações relacionadas à internação domiciliar.

É preciso ainda um parecer médico, que avalia as medicações que o paciente recebe e se todas elas podem ser controladas pelo cuidador. Se esse paciente precisar, por exemplo, de uma medicação venosa com frequência noturna, ele não pode entrar no programa, já que será necessário um profissional para aplicá-la.

Durante todo o período de internação no PID, o paciente receberá visitas da equipe – composta de médico, enfermeiro, fisioterapeuta, assistente social, auxiliar de enfermagem e condutor, além de ter acesso a todos os exames e especialidades do hospital como se estivessem internados na unidade, medicamentos e equipamentos necessários.

O período de internação em casa é variado e se, durante este período, o paciente apresentar alguma alteração em seu quadro clínico ele é reencaminhado para internação hospitalar.

As orientações da equipe em relação a medicamentos, curativos, mudanças de posição na cama, entre outros cuidados, devem ser seguidas rigorosamente e são avaliadas durante a visita de rotina.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Dannielly Valory/Jucilene Borges/Marcos Bonn/Maria Angela Siqueira
Texto: Maria Angela Siqueira
mariaperini@saude.es.gov.br
Tels.: 3137-2307/3636-8334/9983-3246/9969-8271/9943-2776
asscom@saude.es.gov.br
2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard