12/01/2015 12h20 - Atualizado em 23/09/2015 13h42

Prudência é essencial para evitar afogamentos

Tomar banho de mar, piscina, cachoeira, enfim, cair na água é uma das diversões mais gostosas do verão. Mas é preciso ter cuidado porque, dependendo da situação, mesmo quem sabe nadar corre o risco de se afogar. A falta de atenção em relação às crianças e a não observação de placas e condições do local são algumas das causas dos acidentes na água.

Afogamento acontece com pessoas de todas as idades, mas as crianças são um importante grupo de risco, principalmente quando não há uma supervisão adequada. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a família do senhor Manoel Maria Motta, de 78 anos. O neto Nicolas, de 8 anos, estava brincando na praia quando, por um descuido dos parentes, começou a se afogar. Diante da situação, o avô, que estava pescando, largou tudo e foi salvar o menino. Sem preparo adequado e com idade avançada, Manoel bebeu muita água e, apesar de ter conseguido salvar o neto, precisou ser levado para o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra.

“O que aconteceu com o senhor Manoel é muito comum. Ele aspirou conteúdo líquido em grande quantidade, o que a gente chama de broncoaspiração. A água entra nos pulmões e simplesmente ocupa o lugar que seria do ar, causando a insuficiência respiratória e deixando a pessoa inconsciente. O que fizemos de imediato foi uma suplementação de oxigênio”, explicou o coordenador de Urgência e Emergência do hospital, Márcio Lameri.

A falta de conhecimento ou mesmo de prudência podem ser os grandes vilões do afogamento. O médico explica que os afogamentos podem ser classificados clinicamente em diferentes graus, segundo a condição de insuficiência respiratória. Segundo ele, para reduzir os efeitos do afogamento, as manobras de recuperação cardiorrespiratórias ou cardiopulmonares devem começar imediatamente no local do acidente.

“Essas manobras são essenciais para a recuperação e sobrevida do paciente. É necessário retirar as roupas molhadas da vítima e tentar elevar a temperatura corporal, para isso, basta cobri-la com uma toalha. Também é necessário proteger a coluna cervical e iniciar a respiração boca a boca”, detalhou o médico, enfatizando a importância de, sempre que possível, acionar o salva-vidas presente no local ou o Corpo de Bombeiros.

O que acontece com o organismo durante o afogamento

1- No início do afogamento, a pessoa se debate, tentando se manter na superfície. Ela prende a respiração o quanto pode e aspira, sem querer, pequenas quantidades de água, o que provoca o fechamento da laringe, órgão situado entre a traquéia e a base da língua. Esse é um mecanismo de defesa do nosso corpo para que a água não inunde os pulmões.

2- Depois de alguns minutos, a laringe relaxa e a pessoa involuntariamente respira debaixo d´àgua, aspirando e engolindo grande quantidade de água. Parte do líquido vai para o estômago e o restante segue o mesmo caminho do ar: percorre a traquéia e chega aos pulmões, passando por brônquios, bronquíolos e alvéolos.

3- Com o pulmão encharcado, a troca gasosa (entrada de oxigênio e saída de gás carbônico) não funciona mais. A redução da taxa de oxigênio causa danos em todos os tecidos, principalmente nos que precisam de mais ar, como as células nervosas. O cérebro é gravemente lesionado e a pessoa fica inconsciente.

4- Depois de chegar aos alvéolos, a água entra no sangue e penetra nos glóbulos vermelhos, destruindo-os. Com isso, o potássio presente nessas células vaza para o plasma sanguíneo. Em concentração elevada, o potássio é fatal: ele acaba com a diferença de carga dentro e fora da célula, impedindo a transmissão dos impulsos nervosos e, assim, a contração muscular. Com isso, o coração pode parar de bater.

Informações à Imprensa:
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