23/01/2008 13h55 - Atualizado em 23/09/2015 13h19

Samu 192 completa duas semanas de funcionamento em Guarapari

Inaugurado oficialmente no dia 02 de janeiro deste ano, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) 192 de Guarapari completou, na última semana, 15 dias de funcionamento. Apesar do pouco tempo de atividade, ele apareceu na hora certa em um dos maiores pontos turísticos do Espírito Santo, pois grande parte do público socorrido é de turistas.

A coordenadora Estadual do Samu 192, Engre Beilke, faz uma balanço positivo das duas primeiras semanas de atuação do serviço. Ela acredita que os objetivos traçados estão sendo cumpridos e a população, bem atendida. “Estamos em período de experiência, mas queremos melhorar cada vez mais o atendimento no município”, ressalta.

Segundo a coordenadora, colocar o Samu para funcionar em pleno verão, quando o público flutuante de Guarapari aumenta sensivelmente, é um grande desafio. Muitos dos atendimentos prestados estão ligados aos agravos provenientes de causas externas, como acidentes de trânsito, quedas e atropelamentos que, na prática, têm relação com a quantidade de pessoas que passam pela cidade.

Espera-se que com o fim do período de férias os tipos de socorros oferecidos pelo serviço mudem. “Hoje atendemos todo o tipo de público, principalmente os turistas. Acredito que depois do verão vamos atender a população local, predominando os atendimentos de causas clínicas”, conta Engre Beilke.



Das 176 ligações recebidas no intervalo de duas semanas em Guarapari, os socorros às causas clínicas (que são aquelas de risco iminente à saúde como suspeitas de enfarte e acidente vascular cerebral), e atendimentos externos foram as duas maiores demandas do Samu 192. Cada um respondeu por 97 e 59 regulações respectivamente.

Com o fim das férias e a conseqüente diminuição de visitantes à cidade, é esperado que os atendimentos de causas externas, sobretudo aquelas realizadas nas rodovias em decorrência de acidentes de trânsito, diminuam, pois o número de carros que circulam nos arredores do município deve voltar à normalidade.





Trote

Embora o Samu 192 esteja funcionando a pouco tempo em Guarapari, os trotes e ligações indevidas continuam atrapalhando os trabalhos realizados. Foram 94 desses tipos de solicitações recebidas pelos profissionais. Engre Beilke credita grande parte desses chamados à curiosidade das pessoas em “testar” o novo número de telefone.

A equipe do Samu 192 em Guarapari

A Equipe do Samu 192 de Guarapari é composta por 7 médicos, 6 enfermeiros, 4 técnicos de enfermagem e 8 condutores. Juntos, eles são responsáveis por atender uma área que se estende desde o pedágio da Rodovia do Sol até Meaípe.

Para isso, o serviço conta com duas ambulâncias, uma de suporte básico e outra de suporte avançado, que, nas duas primeiras semanas de 2008 fizeram, na ordem, 78 e 30 remoções. Ou seja, de 176 chamados, em 108 foi necessário o envio de socorro, pois se tratava de casos de urgência e emergência.




Um desses casos tocou os profissionais: foi o primeiro parto atendido pelo Samu 192 em Guarapari, no último dia 03. Engre Beilke conta que o médico regulador recebeu uma chamada que constatava uma mãe em trabalho de parto iminente. Verificada a necessidade, uma ambulância de suporte avançado foi enviada ao local.

Enquanto ela se deslocada, o profissional passava as instruções para uma menina de 13 anos que as repassava a uma senhora que ajudava a gestante. O parto foi realizado com sucesso e assim que a ambulância chegou, removeu mãe e filho para o hospital para dar continuidade dos cuidados.

Balanço do Samu 192 na Grande Vitória

A coordenação Estadual do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 192 de Vitória divulgou um relatório com os dados sobre os últimos dois anos de atuação do na Grande Vitória, com exceção de Guarapari. Entre outros, o destaque é o número de socorros prestados aos acidentes com causas externas.

Em todo ano de 2006 foram 9.008 desses atendimentos enquanto que nos doze meses de 2007 esse número saltou para 18.840. De acordo com a coordenadora Estadual, Engre Beilke, quedas, atropelamentos, acidentes automobilísticos, sobretudo os que envolvem motos, têm aumentado significativamente.

Ela explica que entre os atendimentos prestados pelo Samu 192 referentes à violência no trânsito, os acidentes que envolvem motos são a maioria e os que causam mais traumas ao condutor. Os motociclistas geralmente chegam mais graves ao hospital se comparados aos motoristas.

As ambulâncias do serviço removem quase todas as vítimas para os hospitais Dório Silva (HDS), em Serra, e São Lucas (HSL), em Vitória, que recebe a maioria dos acidentados.

De 2006 para 2007, o HSL, que é administrado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e é referência no tratamento de traumas registrou um aumento de 69% em internações de vítimas de acidentes de trânsito. Em números absolutos, isso representou mais 1.524 pacientes nos leitos do hospital.

Atendimento mais amplo

Apesar de o quantitativo de remoções ter sofrido um pequeno decréscimo nos últimos dois anos, se somadas a elas as regulações médicas é possível observar que em 2007 o Samu 192 prestou 11 mil atendimentos a mais.

Como a quantidade de equipes que compõe o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência não sofreu alteração desde a implantação, o aumento retratado indica que o número telefônico do Samu 192 se tornou mais popular entre os cidadãos. Os dados mostram que as ligações passaram de 252.262 em 2006 para 426.918 em 2007.

Engre Beilke destaca um caso em que uma criança ligou chorando para o serviço porque estava perdida. Os atendentes tranqüilizaram-na e conseguiram fazer com que ela lembrasse o telefone de casa e marcaram um local para que a mãe pudesse encontrar o filho.

Embora o ocorrido não esteja entre as atribuições do Samu 192 e seja mais indicado à polícia, a divulgação do 192 se tornou tão intensa que já é lembrado por crianças, jovens e adolescentes. “Já está igual ao 190 da polícia”, conta a coordenadora. Entretanto ela explica que os três dígitos estão tão populares que as pessoas acabam ligando sem necessidade.

Prova disso é a quantidade de ligações indevidas atendidas pelo serviço, especialmente os trotes. Se no ano retrasado eles respondiam por 40% das chamadas, no ano passado essa média subiu para 55%.

Isso, em números absolutos, representa 233.571 solicitações de um total de 426.918 recebidas em 2007. O mais preocupante é que neste mesmo ano, trotes e pedidos de informações chegaram a 82% do total das chamadas.

Apesar de o número de ligações equivocadas e trotes no Espírito Santo ser grande, esse problema não é exclusividade do Estado. As diversas bases do Samu 192 espalhadas por todo o Brasil enfrentam uma média de 60% de chamadas indevidas. Crianças e adultos contribuem para esta estatística. “Queremos fazer uma campanha para diminuir o problema”, ressalta Engre Beilke, que destaca: “passar trote é crime”.

Dados do Samu 192 na Grande Vitória (exceto Gurapapri)

Atendimentos 2006 2007
Ligações 252.262 426.918
Trotes 100.904 (40%) 233.571 (55%)
Informações 86.251 (34%) 115.982 (27%)
Regulações médica 65.107 (26%) 77.459 (18%)
Remoções 33.256 32.216

O que é caso de Samu 192

- Crise convulsiva;
- Crise severa de asma e bronquite em crianças;
- Alguns casos de desmaio;
- Gestantes de alto risco em trabalho de parto apresentando sangramento ou com risco de morte para mãe ou bebê;
- Suspeita de infarto agudo do miocárdio;
- Suspeita de acidente vascular cerebral;
- Em casos de intoxicação;
- Falta de ar severa;
- Quedas de altura;
- Atropelamentos;
- Colisão de carro ou moto com vítimas;
- Choque elétrico;
- Cidadãos em surtos psiquiátricos ou agitação psicomotora.



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