19/05/2005 12h26 - Atualizado em 23/09/2015 09h32

Saúde dos pomeranos será discutida em jornada de dermatologia

O Programa de Rastreamento de Câncer de Pele nos Lavradores Pomeranos do Espírito Santo será abordado na palestra “Câncer de pele: porque tratar diferentemente as diferentes populações”, que a médica da Secretaria de Estado da Saúde, Rita de Cássia da Cunha Rocha, fará, nesta sexta-feira (20), na XIX Jornada Capixaba de Dermatologia.

A apresentação do estudo, desenvolvido pela Sesa, em parceria com a Ufes, Igreja Luterana e 11 secretarias Municipais de Saúde que têm população de risco (Itaguaçu, Itarana, Afonso Cláudio, Vila Valério, Laranja da Terra, Santa Maria de Jetibá, Baixo Guandu, Vila Pavão, Pancas, Domingos Martins e São Roque do Canaã) ocorrerá às 14h, no Centro de Convenções.

Segundo a dermatologista, os lavradores pomeranos, assim como os imigrantes italianos, alemães, dentre muitos de origem européia, possuem pele tipo I e II, muito sensível à radiação solar. Apesar disso, eles trabalham a maior parte do tempo expostos ao sol, o que torna o câncer de pele importante nas políticas públicas. “A exposição excessiva à radiação ultravioleta é o principal carcinogênico para câncer de pele”, enfatizou.

Diante disso, a Organização Meteorológica Mundial, a Organização Mundial de Saúde e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, dentre outros órgãos governamentais, propuseram a utilização do Índice Ultravioleta (IUV) para informar à população de risco a exposição excessiva a radiação UV e para alertar as pessoas sobre a necessidade de medidas preventivas e corretivas, definindo limites de tolerância de cada tipo de pele individual.

Estatísticas

O câncer de pele é o que incide mais no Brasil devido ao aparecimento freqüente de casos de não melanoma. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2003 foram diagnosticados 82 mil novos casos resultando em 1125 óbitos no mesmo período.

O câncer de pele melanoma, tipo grave devido à alta possibilidade de metástase e elevada mortalidade, representa 4 % dos tipos de câncer de pele. A exposição a determinados fatores ambientais e a determinação genética de uma população são fatores de risco ao aparecimento de câncer de pele. A exposição excessiva à radiação ultravioleta é o principal carcinogênico para câncer de pele. O Espírito Santo teve estimado pelo Inca, 1150 casos de câncer de pele não melanoma e 90 casos de câncer de pele melanoma em 2003.

Programa

O Programa de Rastreamento de Câncer de Pele nos Lavradores Pomeranos do Espírito Santo trabalha com uma equipe formada por 40 alunos de medicina, que são supervisionados por três dermatologistas e dois cirurgiões plásticos. O grupo é formado ainda, por uma médica sanitarista e uma enfermeira, que ficam responsáveis pela ficha epidemiológica e clínica do paciente, que analisa não só o tipo de câncer de pele diagnosticada, como os hábitos dos indivíduos.

A equipe visita mensalmente um município, por meio de uma programação anual, onde realiza exames durante o sábado e o domingo, na unidade de saúde da região. “Realizamos uma média de 600 atendimentos durante os dois dias e em 10% dos pacientes é diagnosticado o câncer de pele. Nestes casos, o paciente recebe tratamento cirúrgico no local para a retirada da lesão e vai para casa curado”, contou a dermatologista.

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