07/01/2008 15h57 - Atualizado em 23/09/2015 13h19

<b>Secretaria alerta para vacinação contra febre amarela</b>

Reservar hotel, comprar passagens e fazer as malas são os principais motivos de preocupação para quem pretende viajar nas férias ou no Carnaval. Alguns roteiros no Brasil e no exterior, porém, exigem um outro cuidado especial: checar se o cartão de vacinas está em dia, principalmente na dose contra a febre amarela.

Para uma viagem tranqüila, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recomenda aos capixabas a vacinação contra a doença dez dias antes de chegar ao local escolhido. Essa antecedência é essencial para o organismo humano criar imunidade contra o agravo.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Marta Casagrande, é preferível que as pessoas tomem a vacina mesmo perto de viajar. “Mesmo que a pessoa viaje amanhã, é melhor do que não tomar”, ressalta.

A vacina contra a febre amarela não provoca efeitos colaterais, mas algumas pessoas manifestam dor local, febre, dor muscular e dor de cabeça por um ou dois dias. “Isso porque é uma vacina viral, mas o mal-estar é passageiro”, conta Marta Casagrande.

Indicação

No Brasil, a vacinação é indicada para a população nas áreas endêmicas, de transição e de risco potencial. Nas áreas livres, chamadas indenes, as pessoas que se deslocarem para as áreas endêmicas, de transição e de risco potencial, devem ser vacinadas.

A vacina contra a febre amarela integra o calendário de vacinação brasileiro e deve ser tomada, segundo as recomendações, a partir dos nove meses de vida nos locais de risco, chamados de áreas endêmicas, de transição ou risco potencial.

A vacina é segura, tem validade de dez anos, está disponível em todos os municípios do Estado e a aplicação é feita em dose única. Mensalmente, a Sesa distribui 20 mil doses para vacinação. “Também é possível se vacinar no aeroporto da Capital. Lá os usuários recebem o Certificado Internacional, exigido em algumas viagens”, explica a coordenadora.

Apenas gestantes, pessoas com problemas de saúde que levam à baixa de imunidade, alergias graves a algum componente da vacina e menores de seis meses de idade não podem receber a dose de imunização.

Casos

Em 2007, houve a notificação de seis casos de febre amarela no país, sendo um caso no estado do Amazonas, três em Goiás, um em Roraima e outro no Pará. A letalidade da doença chega a atingir 51% das pessoas que contraem o agravo.

No ano de 2006 foram registrados dois casos do agravo em todo o país, sendo um no Mato Grosso e um no Amazonas. Já nos anos de 2000 e 2003 ocorreram surtos da doença no país, com 85 e 64 casos registrados respectivamente, sendo Goiás e Minas Gerais os estados com mais ocorrências de febre amarela.

No Brasil, as áreas de risco para a doença estão nas regiões Norte e Centro-Oeste, no estado do Maranhão e no oeste dos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Espírito Santo, 39 municípios são considerados de risco potencial para febre amarela pela proximidade com esses estados. Entre as principais cidades estão Colatina, Aracruz, São Mateus, Linhares e Conceição da Barra.

O último caso do agravo registrado no Estado ocorreu em 1932, em Santa Teresa. “Mas nos últimos anos, as áreas de incidência da doença vêm aumentando no país. Pela proximidade com as áreas de risco, temos de ficar alertas no Espírito Santo”.

A doença

A febre amarela é uma doença infecciosa, causada pelo vírus amarílico, que ataca o fígado e outros órgãos, podendo levar à morte. A transmissão ocorre, principalmente, em regiões de matas. No passado, também havia a ocorrência da febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, mas desde 1942 não há casos de febre amarela urbana no Brasil.



Nas matas, a doença ocorre em macacos e os principais transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente esses primatas. Esses mosquitos vivem também nas vegetações à beira dos rios e picam o homem quando ele entra na mata. Caso o indivíduo não esteja vacinado, ele corre o risco de contrair a doença.

A maior incidência do agravo acontece nos meses de janeiro a abril, período das chuvas. Nessa época, há um aumento da quantidade do mosquito transmissor e, por coincidir com a época de férias, muitos turistas não vacinados se deslocam para regiões de risco.

Sintomas

O quadro clínico típico é caracterizado por manifestações de insuficiência hepática e renal. Os principais sintomas da febre amarela são: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada (período de incubação). Aproximadamente metade dos casos da doença evolui bem.

Os outros casos podem apresentar sintomas mais graves como icterícia, hemorragias, comprometimento dos rins, fígado (hepatite e coma hepático), pulmão e problemas cardíacos que podem levar à morte. Como não existe tratamento específico para a doença, o paciente deve receber uma assistência cuidadosa.



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