09/04/2012 13h35 - Atualizado em
23/09/2015 13h33
Secretaria de Estado da Saúde confirma óbito causado por doença de Chagas
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu a confirmação de um óbito causado por doença de Chagas aguda. É a primeira vez que uma morte desta natureza é diagnosticada no Espírito Santo. Todas as ações de prevenção e assistência já haviam sido adotadas pela Sesa desde as primeiras suspeitas. Nesta segunda-feira (09), técnicos do Ministério da Saúde (MS) desembarcaram em Vitória para acompanhar os trabalhos de campo.
O óbito acometeu uma criança de dois anos, moradora de Guarapari. Ela deu entrada no Hospital Estadual Infantil de Vitória, no dia 05 de março, encaminhada do município onde residia e tinha acompanhamento médico, já em grave estado de saúde. Apesar dos esforços da equipe, o paciente morreu em poucas horas.
As circunstâncias atípicas do óbito foram investigadas mais detalhadamente pelo Centro Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Sesa (CIEVS). Depois de realizados exames específicos, chegou-se a conclusão preliminar da causa da morte, no dia 21 de março. A confirmação da contraprova do material biológico foi feita pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais.
Ações
Neste mesmo dia, técnicos da Secretaria de Estado da Saúde já começaram a coordenar ações de prevenção e tratamento da doença. O setor de Vigilância Ambiental de Guarapari foi acionado para que fossem adotadas as primeiras medidas, como identificação de pessoas com sintomas da doença de Chagas, mas nada foi encontrado.
A equipe da Sesa, formada por profissionais do setor de Vigilância Epidemiológica e do Núcleo de Entomologia e Malacologia (Nemes), também se dirigiram ao município, reforçando os trabalhos. As atividades foram concentradas nas localidades frequentadas pelo paciente na zona rural de Guarapari.
Lá, a equipe constatou ainda a presença de barbeiros. Os insetos foram capturados e levados para análise. O exame comprovou que portavam o parasita transmissor da doença de Chagas.
Os moradores locais foram orientados. Foi aconselhado que mantivessem as residências e áreas ao redor limpas. Além disso, pessoas que apresentassem quadro febril, lesão que aparece após a picada do barbeiro (chagoma), prostração, dor muscular, vômitos, diarreia, pintas vermelhas pelo corpo deveriam procurar uma unidade de saúde e relatar que moram em região onde existe barbeiro. Por fim, foi realizada aplicação de inseticida nas casas e áreas adjacentes.
Paralelamente a isso, foi coletado o sangue de 13 pessoas da família da criança que morreu para exames no Laboratório Central da Sesa (Lacen), os exames deram negativo, o que foi comprovado pela Funed.
Doença de Chagas no ES
Desde 2007 até hoje, houve apenas três confirmações da transmissão da doença dentro do território capixaba. Além disso, a maioria absoluta dos barbeiros encontrados no ES pertence à espécie Triatoma vitticeps – que foi encontrada em Guarapari. O hábito de picada peculiar deste vetor contribui para que os casos de transmissão da doença não sejam tão altos quanto aqueles gerados pelo Triatoma brasiliensis, o principal vetor da enfermidade no País.
Características
É transmitida pelo barbeiro que carrega o protozoário Trypanossoma cruzi, responsável pela doença. O inseto se alimenta de sangue e pode adquirir o agente etiológico ao picar um animal contaminado. A transmissão em humanos acontece quando o barbeiro pica a pessoa e ao mesmo tempo defeca perto do local da picada. Quando a pessoa coça a região, acaba levando o Trypanossoma cruzi à corrente sanguínea.
Os problemas causados são graves e podem afetar o fígado e, principalmente o coração e até mesmo ocasionar óbitos. A doença é de evolução lenta, mas apresenta uma fase aguda importante. Entretanto, se diagnosticada no início, tem grande grau de cura. O tratamento é feito com um medicamento produzido no Brasil fornecido de graça na rede de saúde pública.
Sintomas
Os sinais iniciais da doença se produzem no próprio local, onde se deu a contaminação pelas fezes do inseto. Estes sinais surgem mais ou menos de quatro a seis dias, após o contato do barbeiro com a sua vítima.
Na fase aguda, há presença de febre, mal estar, falta de apetite, edemas localizados na pálpebra ou em outras partes do corpo (chagoma de inoculação), enfartamento de gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há nenhuma manifestação clínica da doença, podendo passar despercebida.
Já na fase crônica, muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do parasita. Em outros casos, a doença prossegue ativa comprometendo órgãos vitais, como o coração e o aparelho digestivo.
Prevenção
A prevenção se baseia geralmente nas medidas de controle do barbeiro, tais como:
- Melhorar habitação, por meio de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas;
- Manter a casa limpa, varrer o chão, limpar atrás dos móveis e dos quadros, expor ao sol os colchões e cobertores, locais onde os barbeiros costumam se esconder;
- Usar telas em portas e janelas;
- Impedir a permanência de animais, como cão, gato, macaco e outros no interior da casa;
- Construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósito afastado das casas e mantê-los limpos;
- Retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;
- Difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, vetor e sobre as medidas preventivas;
- Encaminhar os insetos suspeitos de serem barbeiros, para o serviço de saúde mais próximo.
Informações à Imprensa:
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Assessoria de Comunicação/Sesa
Alessandra Fornazier/Anny Giacomin/Jucilene Borges/Marcos Bonn
Texto: Marcos Bonn
marcosbonn@saude.es.gov.br
Tels.: 3137-2378 / 3137-2307 / 9983-3246 / 9969-8271 / 9943-2776
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O óbito acometeu uma criança de dois anos, moradora de Guarapari. Ela deu entrada no Hospital Estadual Infantil de Vitória, no dia 05 de março, encaminhada do município onde residia e tinha acompanhamento médico, já em grave estado de saúde. Apesar dos esforços da equipe, o paciente morreu em poucas horas.
As circunstâncias atípicas do óbito foram investigadas mais detalhadamente pelo Centro Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Sesa (CIEVS). Depois de realizados exames específicos, chegou-se a conclusão preliminar da causa da morte, no dia 21 de março. A confirmação da contraprova do material biológico foi feita pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais.
Ações
Neste mesmo dia, técnicos da Secretaria de Estado da Saúde já começaram a coordenar ações de prevenção e tratamento da doença. O setor de Vigilância Ambiental de Guarapari foi acionado para que fossem adotadas as primeiras medidas, como identificação de pessoas com sintomas da doença de Chagas, mas nada foi encontrado.
A equipe da Sesa, formada por profissionais do setor de Vigilância Epidemiológica e do Núcleo de Entomologia e Malacologia (Nemes), também se dirigiram ao município, reforçando os trabalhos. As atividades foram concentradas nas localidades frequentadas pelo paciente na zona rural de Guarapari.
Lá, a equipe constatou ainda a presença de barbeiros. Os insetos foram capturados e levados para análise. O exame comprovou que portavam o parasita transmissor da doença de Chagas.
Os moradores locais foram orientados. Foi aconselhado que mantivessem as residências e áreas ao redor limpas. Além disso, pessoas que apresentassem quadro febril, lesão que aparece após a picada do barbeiro (chagoma), prostração, dor muscular, vômitos, diarreia, pintas vermelhas pelo corpo deveriam procurar uma unidade de saúde e relatar que moram em região onde existe barbeiro. Por fim, foi realizada aplicação de inseticida nas casas e áreas adjacentes.
Paralelamente a isso, foi coletado o sangue de 13 pessoas da família da criança que morreu para exames no Laboratório Central da Sesa (Lacen), os exames deram negativo, o que foi comprovado pela Funed.
Doença de Chagas no ES
Desde 2007 até hoje, houve apenas três confirmações da transmissão da doença dentro do território capixaba. Além disso, a maioria absoluta dos barbeiros encontrados no ES pertence à espécie Triatoma vitticeps – que foi encontrada em Guarapari. O hábito de picada peculiar deste vetor contribui para que os casos de transmissão da doença não sejam tão altos quanto aqueles gerados pelo Triatoma brasiliensis, o principal vetor da enfermidade no País.
Características
É transmitida pelo barbeiro que carrega o protozoário Trypanossoma cruzi, responsável pela doença. O inseto se alimenta de sangue e pode adquirir o agente etiológico ao picar um animal contaminado. A transmissão em humanos acontece quando o barbeiro pica a pessoa e ao mesmo tempo defeca perto do local da picada. Quando a pessoa coça a região, acaba levando o Trypanossoma cruzi à corrente sanguínea.
Os problemas causados são graves e podem afetar o fígado e, principalmente o coração e até mesmo ocasionar óbitos. A doença é de evolução lenta, mas apresenta uma fase aguda importante. Entretanto, se diagnosticada no início, tem grande grau de cura. O tratamento é feito com um medicamento produzido no Brasil fornecido de graça na rede de saúde pública.
Sintomas
Os sinais iniciais da doença se produzem no próprio local, onde se deu a contaminação pelas fezes do inseto. Estes sinais surgem mais ou menos de quatro a seis dias, após o contato do barbeiro com a sua vítima.
Na fase aguda, há presença de febre, mal estar, falta de apetite, edemas localizados na pálpebra ou em outras partes do corpo (chagoma de inoculação), enfartamento de gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há nenhuma manifestação clínica da doença, podendo passar despercebida.
Já na fase crônica, muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do parasita. Em outros casos, a doença prossegue ativa comprometendo órgãos vitais, como o coração e o aparelho digestivo.
Prevenção
A prevenção se baseia geralmente nas medidas de controle do barbeiro, tais como:
- Melhorar habitação, por meio de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas;
- Manter a casa limpa, varrer o chão, limpar atrás dos móveis e dos quadros, expor ao sol os colchões e cobertores, locais onde os barbeiros costumam se esconder;
- Usar telas em portas e janelas;
- Impedir a permanência de animais, como cão, gato, macaco e outros no interior da casa;
- Construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósito afastado das casas e mantê-los limpos;
- Retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;
- Difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, vetor e sobre as medidas preventivas;
- Encaminhar os insetos suspeitos de serem barbeiros, para o serviço de saúde mais próximo.
Informações à Imprensa:
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Texto: Marcos Bonn
marcosbonn@saude.es.gov.br
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