04/06/2013 06h39 - Atualizado em 23/09/2015 13h37

Seis em cada dez pacientes buscam pronto-socorro sem ter urgência

De cada 10 pacientes que procuram os hospitais estaduais, seis não deveriam estar lá e poderiam ser acolhidos pelas unidades básicas de saúde municipais. É o que aponta o relatório elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para avaliar o perfil dos pacientes que procuram os prontos-socorros, onde são feitos atendimentos graves de urgência e emergência.

Segundo o documento, no ano passado, das 412.868 pessoas que buscaram atendimento nos oito hospitais estaduais que contam com sistema de acolhimento por classificação de risco, 261.643 foram identificados com as cores verde (pouca urgência), azul (sem urgência) e branco (paciente de retorno). Como resultado, observa-se uma sobrecarga que poderia ser evitada no sistema de saúde público estadual.

De acordo com o subsecretário da Saúde Fábio Benezath Chaves esse comportamento é antigo e tem origem em costume popular histórico. “Por mais que existam reclamações, a população em geral confia nos hospitais estaduais. Muitos preferem esperar quatro, cinco horas no pronto-socorro, em vez de procurar uma unidade de saúde do município”, afirma.

Entretanto, há quase cinco anos a Sesa adotou uma ferramenta chamada de acolhimento por classificação de risco como forma de reorganizar o pronto-socorro, desonerando demandas equivocadas. Com isso, todos que dão entrada em hospitais estaduais são classificados de acordo com uma cor, seguindo uma ordem de gravidade. Hoje não existe mais atendimento por ordem de chegada.

A cor vermelha significa emergência absoluta; a alaranjada, muito urgente; a amarela, urgente; a verde, pouco urgente e a azul, sem urgência. Pelo protocolo, somente casos classificados como amarelo, laranja e vermelho estão corretamente direcionados para atendimento hospitalar, os demais podem ser resolvidos nas unidades básicas de saúde.

Atendimentos básicos

Além de campanhas de divulgação, o subsecretário destaca os esforços do Governo do Espírito Santo para minimizar esse fluxo equivocado. “Nossa preocupação é facilitar o acesso aos atendimentos básicos, evitando que os casos se agravem e gerem internações desnecessárias. Ao mesmo tempo, queremos conscientizar a população. Os casos mais simples podem ser resolvidos nas unidades básicas dos municípios”, explica.

Sem essa conscientização, o volume de atendimentos nos hospitais cresce a cada dia. O Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha (Himaba) é o que registra a maior média de atendimentos com pouca ou nenhuma urgência: (73,3%), seguido pelo Hospital Estadual Silvio Avidos, em Colatina, com média de 72%, e o Hospital Antonio Bezerra de Faria (70,8%).

Uma das prioridades do Governo do Espírito Santo é o investimento na estruturação dos atendimentos básicos municipais, como o financiamento de Unidades Saúde da Família. Das 67 Unidades programadas para serem entregues até final de 2014, 29 já foram inauguradas, beneficiando 174 mil pessoas no Estado. Outro instrumento é a política de cofinanciamento recém-lançada pelo Estado que repassará R$ 42,8 milhões aos 78 municípios capixabas para serem investidos na atenção primária.

Porcentagem de pacientes que não precisariam de atendimento nos hospitais estaduais em 2011:
Hospital Infantil e Maternidade de Vila Velha (Himaba) – 73,3%
Hospital e Maternidade Silvio Avidos (HSA) –72,0%
Hospital Antônio Bezerra de Faria (HABF) – 70,8%
Hospital Dório Silva (HDS) – 61,0%
Hospital Dr. Arnizaut Roberto Silvares (HRAS) – 61,0%
Hospital São Lucas (HSL) – 55,4%
Hospital Infantil de Vitória (HINSG) – 51,0%
Centro de Atendimento Psiquiatrico Aristides Alexandre Campos (Capaac) – 13,0%

Média dos hospitais – 63,3%

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