05/06/2013 14h18 - Atualizado em 23/09/2015 13h37

Sesa alerta para risco de queimaduras em crianças

Nesta quinta-feira (06) se comemora o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras. No Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) destaca que as ações de prevenção são a melhor maneira de combater os riscos desse tipo de acidente e faz um alerta: a chegada do período mais frio do ano, aliado às festas juninas e proximidade do período de recesso escolar ampliam as chances de queimaduras em crianças.

Segundo o cirurgião plástico da Sesa, Ricardo Baptista, oito em cada 10 queimaduras ocorrem dentro de casa e as crianças menores de seis anos são as principais vítimas. O Hospital Estadual Infantil de Vitória tem registrado uma média de 350 atendimentos por ano, sendo mais da metade (55%), com crianças dentro dessa faixa etária. A média sobe para 70% ao ampliar a faixa até nove anos de idade.

Este ano, cerca de 150 crianças com queimaduras já foram atendidas desde janeiro. A preocupação, de acordo com o médico, é de que as ocorrências possam aumentar nesse período de inverno.

“Um instante de distração em casa pode gerar um acidente que vai levar a um tratamento longo e doloroso. Os pais devem ficar atentos e tomar cuidado. A maioria ocorre com líquidos quentes e álcool. Como as crianças ficam mais tempo dentro de casa nesse período é preciso redobrar a atenção”, alerta o médico.

Cozinha

Nas residências, a cozinha ganha papel de destaque para esses acontecimentos. Portanto, manter os pequenos longe desse espaço quando o fogão estiver aceso e eliminar o álcool líquido da lista de compras estão entre as principais medidas de prevenção.

“Há muitas mães que ainda usam o álcool líquido na limpeza de casa. O ideal é substituí-lo por outro produto, até mesmo o álcool gel, que é cremoso e menos inflamável. Já os pais usam geralmente o álcool para acender churrasqueira. É importante destacar que o mercado oferece outras opções menos arriscadas, que já vêm no pacote de carvão”, aponta.

Outra dica é usar as bocas do fundo do fogão e manter as alças para trás, evitando que as crianças puxem panelas e entornem sobre si líquidos quentes. As fogueiras das festas de São João e os fogos de artifício também representam fonte de risco para as crianças e adultos.

O médico ressalta que é importante buscar ajuda profissional imediatamente e não colocar nada sobre a queimadura. “Em caso de acidente, o ideal é dar um banho frio na criança e buscar a unidade de saúde mais próxima de sua casa ou o Hospital Infantil de Vitória”, informou.

O cirurgião destaca também que as pessoas não devem tentar tratar a queimadura em casa, sem orientação médica. Isso pode complicar o caso. “Tem gente que passa pó de café, clara de ovo, pasta dental, folha de bananeira. Isso, além de não resolver, pode gerar contaminação e vai causar mais desconforto ao queimado, porque o produto terá de ser retirado”, pontuou.
Para ele, o profissional capacitado pode indicar o melhor tratamento para cada caso, dependendo da gravidade do ferimento, do local, da extensão da queimadura. A média de tempo de internação ou acompanhamento é de 25 dias e pode haver necessidade de intervenções cirúrgicas.

O trabalho de conscientização deve ser permanente, segundo o médico e traz resultados. Segundo ele, há 27 anos (1986), o Hospital Infantil de Vitória registrava 1.700 crianças queimadas por ano. “Era uma média de cinco casos por dia no Hospital. Hoje isso reduziu bastante, mas é preciso prevenir sempre. Não tem vacina contra queimadura. A prevenção ainda é o melhor caminho”, afirma o médico.

Os números

Acidentes com queimaduras
São 350 por ano, em média
Em 2012, foram registrados cerca de 150 atendimentos
80% das queimaduras em crianças ocorrem dentro de casa

Faixa etária
55% ocorrem com crianças até seis anos de idade
15%, dos sete aos nove anos de idade

Partes do corpo mais atingidas
Face e tórax (peito e costas), seguida de membros superiores (braços e mãos) e inferiores (pernas e pés).

Os principais agentes causadores
55% por líquido quente como leite, mingau, óleo, café, entre outros
25% álcool líquido
20% por explosão de gás, choque elétrico, fogos de artifício, fogueira, dentre outros

É fácil prevenir:
- Crianças devem ficar longe do fogão, de preferência fora da cozinha. Os pais devem ficar atentos às atividades dos filhos.
- Os cabos das panelas devem ser virados para a parte de dentro do fogão e, se for ferver ou fritar algum alimento, é preferível usar as bocas do fundo do fogão. Isso diminui o risco de a criança esbarrar nas panelas.
- As tomadas devem ser tapadas e os fios desencapados e os famosos “gatos” evitados, pois podem ser a causa de incêndios e curtos-circuitos.
- Materiais inflamáveis devem ser mantidos à distância das crianças ou, de preferência, evitados pelos pais. É preferível trocar o álcool líquido pelo mesmo produto em gel, pois este é menos inflamável.
- As crianças devem ser orientadas durante as brincadeiras. Soltar pipas perto de fios de alta tensão, além de causar queimaduras muito graves, pode levar a pessoa à morte. Os campos abertos e sem postes são os locais adequados para isso.

Serviço
Hospitais de referência para queimados
– Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória
– Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra - Adultos

Informações à Imprensa:
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Dannielly Valory/Jucilene Borges/Marcos Bonn/Maria Ângela Siqueira
Texto: Maria Angela Siqueira
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