20/12/2012 06h00 - Atualizado em 23/09/2015 13h35

Sesa alerta para sintomas para conter epidemia de coqueluche

Tosse seca persistente, surtos de tosse, vômitos pós-tosse e febre baixa. Crianças, jovens, adultos e idosos que apresentam um desses sintomas devem procurar imediatamente atendimento médico. Essa é a orientação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para controlar a epidemia de coqueluche no Espírito Santo. Até esta quarta-feira (19), houve 495 casos confirmados e nove óbitos, números significativamente acima da média dos últimos anos (veja abaixo).

“Embora tenhamos uma situação vacinal boa, queremos alertar a população em geral, de todas as idades, para os sintomas, principalmente nessa época de verão quando receberemos muitos turistas. Enquanto em 2011 foi registrado um óbito causado por coqueluche, nesse ano, até o momento, já são nove. Os casos passaram de 101 no ano passado para quase quinhentos até agora”, ressalta a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesa, Gilsa Rodrigues.

Ao todo, 61 municípios do Estado notificaram a doença, que se apresenta de modo mais grave nos mais novos - todas as nove mortes neste ano acometeram bebês menores de seis meses. “Os casos são mais graves em crianças, mas também devemos nos preocupar com os adultos. Neles, a evolução da doença é geralmente benigna, mas acabam transmitindo sem saber para os mais novos, que ainda não estão totalmente imunizados”, alerta Gilsa.

A coqueluche pode ser prevenida por meio de vacinação. “A vacinação completa confere uma imunidade de aproximadamente 80%, até os 15 anos de idade. Por isso, pessoas imunizadas podem apresentar a doença, porém com sintomas mais amenos, mas precisam procurar os serviços de saúde”, explica. Para ficar completamente protegido da doença, o paciente deve receber cinco doses até os seis anos de idade. A imunidade dura por 10 anos.

Orientações

A coqueluche é causada por uma bactéria e altamente contagiosa. A transmissão se dá por meio de contato direto, tosse, espirro, eliminação de secreção ao falar ou ao tocar objetos. O período de contágio se estende de cinco dias após o contato com o doente até três semanas depois do início dos acessos de tosse. A orientação da Sesa é ficar atento à higienização das mãos e evitar ficar perto de pessoas com suspeita da doença.

“Os pais são os principais transmissores da doença para as crianças. Recomendamos que adultos com tosse persistente procurem o serviço de saúde. Como a coqueluche é de transmissão respiratória, os cuidados de higiene devem ser rigorosamente observados, como, lavar as mãos, limpeza de objetos contaminados com secreção nasal e cobrir o rosto ao tossir”, explica a coordenadora.

“A coqueluche é uma doença de notificação compulsória. Todo caso suspeito deve ser notificado imediatamente às vigilâncias municipais, que adotarão as medidas de controle, extremamente necessárias para interrupção da transmissão da doença”, completa.

Sintomas

Os sinais e sintomas da coqueluche são as tosses persistentes, que podem durar várias semanas. Entre uma inspiração e outra as pessoas podem ter vários acessos de tosse a ponto de deixar a pele, especialmente a boca, com coloração arroxeada (cianose) devido à falta de oxigênio. É muito comum também vômito após a tosse. Pode haver ainda presença de febre leve, coriza, mal estar geral.

A coqueluche apresenta um sintoma peculiar, que é uma tosse que ocorre de maneira súbita e incontrolável, que gera um barulho característico chamado de guincho inspiratório.

Quem apresentar esses sintomas deve procurar atendimento médico nas unidades de saúde municipais. O tratamento é rápido e simples, feito com o uso de antibiótico por até 14 dias. O diagnóstico é clínico, mas em alguns casos pode ser feito laboratorialmente.

Medidas

Desde que observou aumento nas notificações da doença, a Secretaria de Estado da Saúde iniciou uma série de ações de alerta e capacitação. Foi oferecido treinamento aos municípios na realização do exame laboratorial (coleta de swab).

Além disso, a Sesa entrou em contato com as vigilâncias epidemiológicas dos 78 municípios capixabas para esclarecer sobre a coqueluche, encaminhando notas técnicas também para o Conselho Regional de Medicina (CRM) e Conselho Regional de Enfermagem (Coren), bem como para diversas sociedades médicas.

Números



Incidência
Brasil: 2 casos para cada grupo de 100 mil habitantes
ES: 14 casos para 100 mil habitantes.

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