26/10/2012 07h20 - Atualizado em 23/09/2015 13h35

Sesa dá dicas para uma gestação saudável

A descoberta da gravidez costuma trazer alegria, mas também muitas dúvidas e angústias para as mulheres. Afinal, durante nove meses, as gestantes passam por diversas mudanças em seu corpo e o período exige cuidados especiais com a saúde. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) destaca a importância do pré-natal para uma gestação tranquila e saudável.

Quem faz corretamente todas as consultas e exames médicos pode identificar precocemente e reduzir muitos problemas de saúde que costumam atingir mães e bebês. "O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e atividades educativas e preventivas,sendo o principal indicador do prognóstico ao nascimento o acesso à assistência pré-natal de qualidade”, ressalta o médico ginecologista e obstetra da Sesa, Ary Célio de Oliveira.

Segundo o médico é importante que seja feito um diagnóstico precoce da gravidez para que o acompanhamento comece cedo, nas primeiras 12 semanas, aumentando assim a possibilidade de alguma doença ser diagnosticada e as chances de tratar a tempo, antes de atingir o feto. Um exemplo é a sífilis que, se tratada no início da gravidez, dificilmente resultará num bebê nascido com sequelas.

Assim que a mulher identificar o atraso no ciclo menstrual, deve procurar a unidade básica de saúde para realizar o teste. Confirmada a gravidez, ela passará por uma consulta de avaliação do risco gestacional, na qual o médico avaliará histórico de saúde, doenças, hábitos de vida, peso, dentre outros fatores.



O ginecologista e obstetra explica que 85% das grávidas têm gestação de risco habitual, ou seja, sem intercorrências. Nestes casos, o pré-natal irá incluir aproximadamente seis ou mais consultas, conforme indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nas 28 primeiras semanas, a consulta será mensal. Até a 36ª semana de gravidez, passará a ser quinzenal e, próximo ao parto, deverá ser realizada semanalmente. Na rede SUS, a assistência pré-natal é realizada nas Unidades Básicas de Saúde.

Quanto aos exames, os recomendados pelo Ministério da Saúde são: hemograma (detecta anemias ou infecções), tipo sanguíneo (avalia se há incompatibilidade entre fatores RH da mãe e do bebê), glicemia (detecta a diabetes gestacional), urina (revela infecções urinárias), exames para diagnosticar sífilis, toxoplasmose, hepatite B e HIV. A rotina do MS estabelece ainda a realização de uma ultrassonografia, preferenciamente no primeiro semestre da gravidez.



Se a mulher apresentar qualquer sinal que aponte para risco na gravidez, ela será encaminhada para o hospital referência mais próximo. Na Grande Vitória, as referências são o Hucam, Dório Silva e Santa Casa de Misericódia. Nestes casos, o acompanhamento pré-natal terá consultas extras, inclusive com outras especialidades, e exames mais detalhados.

Alimentação

Durante a gravidez, as mulheres passam por alterações anatômicas e fisiológicas e, por isso, devem buscar uma alimentação equilibrada, deixando de lado mitos como o de que uma gestante deve comer por dois. É preciso estar atenta para não ganhar peso em excesso já que, durante a gravidez, a sensação de saciedade diminui muito. Durante o acompanhamento pré-natal o médico também avalia o estado nutricional e o peso, por meio do índice de massa corporal. O aumento brusco de peso (além do normal que é de 1,3 kg por mês) é um dos sinais que levam a predisposição para elevação da pressão arterial.

Algumas recomendações são manter uma dieta balanceada, rica em proteína, incluindo sempre dois tipos de vegetais crus e legumes, como a cenoura que é fonte de vitamina A, evitar excessos de sal e doces. Alguns suplementos nutricionais são essenciais, como o ácido fólico e o sulfato ferroso, ambos distribuídos nos postos de saúde.

Para a sensação de enjoo, algumas medidas devem ser observadas principalmente durante o início da gravidez, como alimentar-se a cada três horas, optar por alimentos secos e ingerir líquido no intervalo das refeições, porque quanto mais tempo o estômago fica vazio, maior é a sensação de enjoo.

Alguns medicamentos não são recomendados durante a gravidez. Ary recomenda que as gestantes só tomem remédios sob orientação médica. Outra recomendação é sobre o cuidado com tintura de cabelo, que não pode ser utilizada no período gestacional, devido aos metais pesados. Uma boa opção seria substituí-las pela henna.

Para diminuir a incidência de infecção no trato urinário, a recomendação é beber bastante líquido e fazer uma boa higiene, tudo associado ao pré-natal adequado. As complicações venosas podem ser atenuadas com atividades físicas leves, como caminhadas, hidroginástica, ioga e pilates.

Pré-concepção

Segundo o médico da Sesa, metade das mulheres engravida sem planejamento,quando o ideal e mais seguro seria realizar um aconselhamento pré-concepcional, disponível nas unidades de saúde. Durante a avaliação, a mulher se submeterá a uma bateria de exames como preventivo (para afastar infecções), testes para detectar Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s), consulta odontológica, exame de tipo sanguíneo, dentre outros. Também será orientada a fazer uso de medicamentos como o ácido fólico, que auxilia na redução da má formação do sistema nervoso central.

A incompatibilidade sanguínea entre mulher e marido, comum em 30% dos casos, também deve ser detectada cedo, pois pode indicar uma gravidez de alto risco e orientar a conduta médica para um acompanhamento mais detalhado.

Outra preocupação recorrente está relacionada às DST´s, como a sífilis. A doença deve ser tratada antes da mulher engravidar ou o quanto antes para evitar uma transmissão para o feto. Somente no ano passado, o Estado registrou 95 casos de sífilis congênita (passada de mãe para filho).

Bem nascer

Mais de 85% dos óbitos materno e infantil poderiam ser evitados por meio do acesso adequado aos serviços de saúde com qualidade garantida no pré-natal, no parto e no atendimento do recém-nascido.

Com o objetivo de diminuir, até 2015, o índice de mortalidade materno-infantil no Estado para níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Governo do Espírito Santo lançou recentemente a Rede Bem Nascer, iniciativa que tem o aporte de R$ 12 milhões em 20 maternidades regionais capixabas.

A Rede Bem Nascer é complementar a Rede Cegonha, do Governo Federal e prevê uma série de ações na assistência a esse público-alvo, abrangendo desde o pré-natal até os primeiros cinco anos de vida da criança. Para atingir essa meta, a Rede Bem Nascer organizará os serviços de forma integrada de acordo com os níveis de complexidade – desde a atenção básica até a terciária.

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