17/05/2007 05h44 - Atualizado em 23/09/2015 09h44

Sesa e ONG trabalham juntas para combater as hepatites virais

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a ONG Grupo Vitória para a Vida estão trabalhando juntas para conscientizar os cidadãos sobre a uma doença que atinge um em cada 30 brasileiros: a hepatite viral. Para isso, a ONG entrega, nesta quinta-feira (17), na Avenida Jerônimo Monteiro, em Vitória, a partir das 16 horas, folhetos informativos para orientar as pessoas a fazerem o teste da doença. No mesmo dia, a ação será realizada, simultaneamente, em Linhares e São Mateus. No próximo sábado (19), é o Dia Mundial das Hepatites Virais.

De acordo uma das coordenadoras do Grupo Vitória para a Vida, Eliane Cardoso Doyle Maia, essa atitude é importante porque estatísticas comprovam que cerca de 95% dos cidadãos têm hepatite mas não sabem, fato que contribui para a transmissão da moléstia. Por isso, quanto mais pessoas fizerem os testes, mais controle se terá sobre a doença, o que contribuirá para a sua prevenção.

Segundo o coordenador do Programa Estadual de Prevenção e Controle de Hepatite, Moacir Soprani, um dos agravantes da enfermidade é que alguns tipos dela demoram até 20 anos para se manifestar, como as hepatites ‘B’ e ‘C’, que são as mais graves. Nesse intervalo, o contaminado pode transmitir o vírus para outros sem saber. “É a mesma conotação do HIV, quanto antes descobrir, melhor, já que as conseqüências podem ser graves”, explica Moacir. Inclusive, estima-se que os portadores de hepatite ‘C’ sejam em número cinco vezes maior do que os infectados pela Aids.

O Espírito Santo é considerado uma área de risco médio a alto do tipo ‘B’ da doença, se comparado ao restante do Brasil, excluindo-se a Região Norte, mais precisamente a Amazônia Legal, onde é encontrada a espécie ‘D’. Em algumas cidades do Espírito Santo, o índice de contaminados pela hepatite ‘B’ chega atingir 7% dos moradores.

A ONG Grupo Vitória pela Vida surgiu em 2004 para divulgar mais informações sobre a hepatite e para ajudar outras pessoas portadoras no tratamento da moléstia. A organização espera, em pouco tempo, implantar o Projeto Sala de Espera, em que os participantes irão à sala de espera do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam) para dar apoio aos pacientes que tiverem interesse em conversar com os membros do grupo.

Mais sobre a Hepatite Viral

As hepatites são infecções do fígado (localizado em baixo da costela, ao lado direito) causadas por vírus que são representados por vários tipos: ‘A’, ‘B’, ‘C’, ‘D’ e ‘E’. A transmissão é feita por meio de água e alimentos contaminados (hepatites ‘A’ e ‘E’), sangue (‘B’ e ‘C’) e relação sexual (‘B’). O tipo ‘D’ da doença só é possível na presença do ‘B’ e não existe no Estado.

No entanto, apesar da diversidade, na fase aguda da moléstia os sintomas são indistinguíveis, podendo se manifestar por meio de cansaço, tontura, enjôo, febre, dor na região do fígado, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. As hepatites ‘B’ e ‘C’ podem evoluir para cirrose hepática e câncer do fígado e depois se espalhar pelo corpo inteiro. Para se detalhar qual é a espécie da Hepatite, é preciso fazer exames específicos.

Todas as hepatites têm tratamento e a eficácia da terapia está ligada à descoberta recente da doença. Os tipos ‘B’ e ‘C’ são os mais trabalhosos, entretanto já existem alguns casos de cura. Já as hepatites ‘A’ e ‘B’ têm vacina, sendo que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece somente para o tipo ‘B’, em três doses para pessoas com até 19 anos. A vacina para a manifestação ‘A’ ainda não está no calendário do SUS.

Estudos recentes comprovam a co-infecção de hepatites virais em pessoas com HIV/Aids. Pesquisas no Brasil indicam uma incidência em torno de 5% a 8% de contaminações conjuntas do tipo ‘B’ e o HIV e de 17% a 36% entre o ‘C’ e o HIV. Além disso, as hapatopatias (cirrose e insuficiência hepática) são importantes causas de internação e óbito de pacientes com HIV.

Como evitar?

Mulheres grávidas podem passar o vírus da hepatite ‘B’ para o bebê. É bom vacinar o recém-nascido nas primeiras 12 horas de nascimento;

Quem recebeu transfusão de sangue antes de 1993 pode ter hepatite ‘C’;

Não compartilhe agulhas nem seringas;

Exija material esterilizado ou descartável em serviços de saúde, salões de beleza, se fizer tatuagem ou se colocar piercieng;

Use camisinha.

Informações à Imprensa:
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Texto: Marco Bonn
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