Como parte da intensificação das ações de combate à dengue no Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) entregou, nesta sexta-feira (19), 115 bombas costais motorizadas para os 68 municípios capixabas onde ocorre a doença.

O investimento na aquisição das bombas é de aproximadamente R$ 253 mil. Os 115 equipamentos serão cedidos aos municípios considerando a quantidade já existente em cada, podendo variar de uma a oito máquinas. Para recebê-los nesta sexta (19), estiveram presentes prefeitos e secretários municipais de Saúde.

As bombas funcionam como um “minifumacê” e são utilizadas para o combate espacial, principalmente em locais de difícil acesso para eliminar a população do Aedes Aegypti num raio de até 300 metros do foco do mosquito, garantindo o bloqueio da transmissão.



A ação faz parte da Semana Nacional de Mobilização contra a Dengue, que será encerrada neste sábado (20) com o Dia D de Combate à Dengue, quando municípios de todo o País realizam ações conjuntas entre poder público e sociedade visando ao combate ao mosquito.

O secretário de Estado de Saúde, Anselmo Tozi, ressaltou a importância da intensificação das ações de combate nesta época do ano. Ele lembrou que o período pós-chuvas aliado à chegada do verão e calor deixam o mosquito da dengue mais apto a se reproduzir, o que requer um esforço conjunto de todos os setores, órgãos e sociedade no combate à doença.



“A utilização da bomba é importante, pois ela alcança locais de difícil acesso, como morros e becos. Com esse equipamento, conseguimos um bom trabalho de eliminação dos focos do mosquito”, destacou. O secretário lembrou que apesar dos números de notificações da doença neste ano serem menores do que no ano passado, as notificações da doença nesse período do ano foram maiores que do que em 2009.

Ações

Em setembro, a Sesa lançou o projeto “Espírito Santo Enfrentando a Dengue 2010/2011”, cujo propósito é fortalecer quatro grandes eixos do Programa Estadual de Controle da Dengue: controle ao vetor, assistência ao doente, educação em saúde e vigilância epidemiológica. Esse ano o tema do projeto, relançado anualmente desde 2008, é “Minha Cidade é Minha Casa”.



Para auxiliar os municípios em suas campanhas, a Sesa vem fornecendo material educativo e equipamentos de suporte ao combate. Os materiais disponibilizados incluem cartazes, fôlderes e adesivos sobre o manejo clínico e acolhimento com classificação de risco, cartão de prova do laço e fichas de acompanhamento do paciente. São fornecidos ainda materiais educativos como os jogos da dengue, que ensinam os meios de combater o mosquito, imãs de geladeira e adesivos.

Além das bombas costais, a Sesa disponibilizou esse ano 14 novos veículos equipados com máquinas de aspersão de inseticida (UBV) para combate espacial dos mosquitos adultos. Com o investimento de R$ 1,3 milhão, a frota de combate ao mosquito passou para 41 carros.



Foram também adquiridos quatro freezers para as Superintendências Regionais de Saúde de Vitória, Cachoeiro, Colatina e São Mateus, com o objetivo de facilitar o armazenamento e transporte de materiais para isolamento viral, visando conhecer o sorotipo circulante em cada município.

Capacitação

A Sesa tem investido nos últimos anos em treinamentos e oficinas para profissionais de saúde de todo o Estado. Somente esse ano, 470 médicos e enfermeiros de unidades de saúde, prontos-atendimentos e hospitais passaram por capacitação para o manejo clínico da doença.

Nesta semana, técnicos de 27 municípios participaram da Oficina de Mobilização e Educação em Saúde, que terá uma segunda turma treinada no próximo mês. Outra oficina realizada recentemente foi voltada a 60 técnicos municipais, que aprenderam a aplicar uma nova ferramenta do Ministério da Saúde que avalia os riscos de epidemias de dengue. De 06 a 10 de dezembro, será realizado o curso de Técnicas de Manejo para o Uso de inseticida, para 40 agentes de saúde municipais.



Desde setembro, vêm sendo realizadas oficinas com oito microrregiões do Estado para a construção do Plano de Contingência Municipal, que auxilia na definição das ações intersetoriais para o enfrentamento da epidemia da dengue no período 2010/2011.

Depósitos

Em 2010, os principais depósitos encontrados no Espírito Santo para a proliferação do mosquito foram, na ordem, os objetos inservíveis (pneus velhos, garrafas vazias etc), reservatórios de água e vasos de plantas. A maioria dos focos, cerca de 90%, ainda está presente nas residências.

Nos últimos dias, o Ministério da Saúde divulgou o novo mapa de infestação pelo mosquito da dengue. O resultado parcial mostrou que nenhum município capixaba encontra-se em risco de surto, mas cinco estão em situação de alerta: Vitória, Cachoeiro do Itapemirim, Guarapari, Serra e Vila Velha.



O resultado parcial é feito com base no Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2010. A metodologia permite identificar onde estão concentrados os focos e qual é o principal criadouro do mosquito em cada município.

Números da dengue

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu um total de 36.262 notificações de casos de dengue até esta quinta-feira (18). Do início do ano até agora, houve 1.682 notificações da forma grave da doença (dengue com complicação e dengue hemorrágica), incluindo 16 óbitos confirmados e quatro em investigação.



Municípios com maior incidência (novembro)



A incidência calcula o número de casos de uma doença em relação ao número de habitantes. Os números absolutos não levam o número de habitantes em consideração e, portanto, não mostram a situação real de determinada localidade.

Para o cálculo da incidência, divide-se o número de notificações pelo número da população do município e multiplica-se este valor por 100 mil.

O Ministério da Saúde considera três níveis de incidência de dengue: baixa (menos de 100 casos/100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos/100 mil habitantes) e alta (mais de 300 casos/100 mil habitantes).

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