30/12/2013 13h03 - Atualizado em
23/09/2015 13h39
Sesa investiga primeira morte suspeita por leptospirose após a chuva

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu a notificação da primeira morte suspeita por leptospirose, após as chuvas que caíram no Espírito Santo nas últimas duas semanas. O caso foi registrado na Grande Vitória e está sob investigação. Alguns exames serão realizados inclusive fora do Estado e a estimativa é que o resultado – confirmando ou não o caso – deverá ser divulgado em 30 dias. Diante do risco do aumento de casos de doenças causadas pelo contato com a água contaminada, a Sesa alerta a população a intensificar os cuidados de proteção.
Apesar de o tempo ter firmado um pouco mais no final de semana, muitos bairros e cidades ainda sofrem com áreas de alagamento. A gerente de Vigilância em Saúde do Estado, Gilsa Rodrigues, diz que é essencial estar com pés e mãos protegidos para evitar o contato com a água suja e a lama.
Se a pessoa não tiver bota, deve usar sapato fechado ou até colocar uma sacola plástica sobre o calçado e evitar que a pele entre em contato com a água que pode estar contaminada com urina de rato. O mesmo procedimento vale para as mãos e braços que devem estar envolvidos por luva ou sacola plástica para efetuar a limpeza das áreas.
Para Gilsa, o momento agora é de estar atento a sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo e náuseas – comuns à leptospirose, hepatite A, febre tifóide e diarréia, principalmente se você entrou em contato com a água suja. É preciso buscar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima de sua casa. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a eficácia do tratamento”, ressalta a gerente de Vigilância em Saúde.
Neste período de enchentes é importante alertar que não há vacina para doenças ocasionadas por estas águas. No entanto a Sesa recomenda que as pessoas que se acidentarem com pregos, vergalhões, madeira, cacos de vidros e outros devem procurar as unidades de saúde levando o seu cartão de vacina para reforço, se for o caso, da vacina contra o tétano.
Dengue
A gerente também reforça a necessidade da população aproveitar o momento de estiagem para fazer a limpeza dos quintais de suas casas e retirar entulhos e todos os depósitos com resíduos de água de chuva que podem servir de criadouros para o mosquito da dengue.
“Com a chuva intensa, a água está sendo sempre renovada, mas já neste período deve-se retirar do ambiente tudo o que pode guardar e acumular água”, avisa Gilsa
Ela reforça que o ideal é que as pessoas façam esse trabalho de limpeza uma vez por semana o ano inteiro para reduzir as chances de proliferação do mosquito transmissor da dengue.
Principais doenças
Leptospirose: doença infecciosa grave causada pela bactéria Leptospira, eliminada principalmente pela urina dos ratos. A transmissão acontece por meio de contato com água ou lama contaminada. Os sintomas são febre, dor de cabeça, dor na panturrilha, fraqueza, sangramentos na pele e mucosa e insuficiência renal. Em 2011 houve 115 casos e em 2012, 103. Neste ano, há 17 registros até o momento.
Diarreia: pode ser causada por vírus ou bactérias. Ingestão de água ou alimentos contaminados são os maiores vilões. Fezes moles, aumento do número de evacuações, dor de barriga, vômito, náuseas e febre podem indicar a doença.
Febre tifoide: causada por bactéria e está relacionada a condições ruins de saneamento básico e higiene pessoal. É transmitida por meio de água e alimentos contaminados com fezes e urina de pessoas com a doença. Febre alta, dor de cabeça, mal-estar, falta de apetite, intestino preso ou diarreia estão entre os principais sintomas.
Hepatite A: é uma doença que atinge o fígado, transmitida por meio de água ou alimentos contaminados. São sintomas da hepatite A: perda de apetite, febre, dores de cabeça, dor abdominal, mucosas e pele com cor amarelada e fezes brancas.
Limpeza em caso de alagamento
Cuidados com a água para o uso doméstico: Nos alagamentos, o sistema doméstico de armazenamento de água pode ser contaminado, sendo necessária sua desinfecção. A limpeza dos reservatórios é necessária, mesmo quando os mesmos não são atingidos diretamente pela água da enchente.
Para limpar e desinfetar o reservatório (caixa d’água) recomenda-se:
- Esvaziar a caixa d’água completamente e lavá-la, esfregando bem as paredes e o fundo. Retire toda a sujeira, utilizando pá, balde e panos. Não esquecer que se deve usar botas de borracha e luvas nesta atividade;
- Após concluída a limpeza, colocar 1 litro de água sanitária para cada 1 mil litros de água do reservatório;
- Abrir a entrada para encher a caixa com água limpa;
- Após 30 minutos, abrir as torneiras por alguns segundos, com vistas à entrada da água com solução na tubulação doméstica;
- Aguardar 4 horas para a desinfecção do reservatório e canalizações;
- Abrir as torneiras, podendo aproveitar a água para limpeza em geral de chão e paredes.
Cuidados na limpeza da lama residual
A lama dos alagamentos tem alto poder infectante e nestas ocasiões fica aderida aos móveis, paredes e chão. Recomenda-se então retirar essa lama (sempre se protegendo com luvas e botas de borracha) e lavar o local, desinfetando-o a seguir com uma solução de água sanitária na seguinte proporção: 400 ml de água sanitária para 20 litros de água.
Para tornar a água pronta para consumo humano deve-se colocar 02 gotas de hipoclorito de sódio (disponível nas unidades de saúde) em 01 litro de água, deixar repousar por 30 minutos e ela estará pronta para consumir, fervê-la também é uma solução; em ambos os casos, antes, a água deve ser filtrada ou coada.
Cuidados com os alimentos
É essencial a atenção aos alimentos que entraram em contato com as águas de alagamento, pois poderão ser contaminados. O ideal como prevenção é armazená-los em locais elevados, acima do nível das águas. Se isto não for possível, recomenda-se:
- Manter os alimentos devidamente acondicionados, fora do alcance de roedores, insetos ou outros animais;
- Lavar frequentemente as mãos com água tratada antes de manipular os alimentos;
- Frutas em geral, verduras, legumes, arroz, feijão, soja, ervilha, entre outros, devem ser inutilizados, pois sofrem transformações quando em contato com a água de enchente;
- Carnes, peixes, leite, ovos, pão, açúcar, café, manteiga, também devem ser inutilizados, pois se contaminam facilmente pelas águas, além da natureza de suas embalagens, que geralmente são de plástico ou papel; portanto, é perigosa qualquer tentativa de aproveitamento dos mesmos.
- Linguiça, mortadela, queijos, e derivados, deverão ser também inutilizados após o contato com a água, pois sua contaminação é total devido ao tipo de embalagem, geralmente de plástico ou papel;
- As latas que estiverem amassadas, enferrujadas ou semiabertas deverão ser inutilizadas, porém, as que permanecerem em bom estado e onde se tem certeza de que não houve contato da água com os alimentos nelas contidos, poderão ser lavadas com uma solução de água sanitária na proporção de 1/100, preparada do seguinte modo: 1 litro de água sanitária para 100 litros de água, ou ½ litro de água sanitária para 50 litros de água, ou ¼ litro de água sanitária para 25 litros de água.
Medidas de prevenção
- Não jogar lixo ou objetos nos rios. Isso represa as águas, e com a chuva pode causar enchentes;
- Evite contato com água e lama de enchentes e impeça que as crianças nadem ou brinquem nesses ambientes;
- Evitar contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;
- Colocar o lixo em sacos plásticos e em recipientes tampados, para evitar a proliferação de ratos e deixar para coleta pouco antes de o lixeiro passar;
- Todo alimento exposto à água contaminada deve ser jogado fora;
- Ferver e filtrar a água de beber;
- Manter os quintais sempre limpos, evitando acumular entulhos que favoreçam o esconderijo de ratos;
- Guardar os alimentos em lugares secos e dentro de recipientes fechados;
- Colocar telas nos ralos para evitar o acesso de roedores;
- Solicitar água da empresa distribuidora de água no caso de desabastecimento.
Informações à Imprensa:
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Dannielly Valory/Kárita Iana/Marcos Bonn/Maria Ângela Siqueira
Texto: Maria Angela Siqueira
mariaperini@saude.es.gov.br
Tels.: (27) 3345-8074/3345-8137/99969-8271/99943-2776/99983-3246
asscom@saude.es.gov.br
Apesar de o tempo ter firmado um pouco mais no final de semana, muitos bairros e cidades ainda sofrem com áreas de alagamento. A gerente de Vigilância em Saúde do Estado, Gilsa Rodrigues, diz que é essencial estar com pés e mãos protegidos para evitar o contato com a água suja e a lama.
Se a pessoa não tiver bota, deve usar sapato fechado ou até colocar uma sacola plástica sobre o calçado e evitar que a pele entre em contato com a água que pode estar contaminada com urina de rato. O mesmo procedimento vale para as mãos e braços que devem estar envolvidos por luva ou sacola plástica para efetuar a limpeza das áreas.
Para Gilsa, o momento agora é de estar atento a sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo e náuseas – comuns à leptospirose, hepatite A, febre tifóide e diarréia, principalmente se você entrou em contato com a água suja. É preciso buscar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima de sua casa. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a eficácia do tratamento”, ressalta a gerente de Vigilância em Saúde.
Neste período de enchentes é importante alertar que não há vacina para doenças ocasionadas por estas águas. No entanto a Sesa recomenda que as pessoas que se acidentarem com pregos, vergalhões, madeira, cacos de vidros e outros devem procurar as unidades de saúde levando o seu cartão de vacina para reforço, se for o caso, da vacina contra o tétano.
Dengue
A gerente também reforça a necessidade da população aproveitar o momento de estiagem para fazer a limpeza dos quintais de suas casas e retirar entulhos e todos os depósitos com resíduos de água de chuva que podem servir de criadouros para o mosquito da dengue.
“Com a chuva intensa, a água está sendo sempre renovada, mas já neste período deve-se retirar do ambiente tudo o que pode guardar e acumular água”, avisa Gilsa
Ela reforça que o ideal é que as pessoas façam esse trabalho de limpeza uma vez por semana o ano inteiro para reduzir as chances de proliferação do mosquito transmissor da dengue.
Principais doenças
Leptospirose: doença infecciosa grave causada pela bactéria Leptospira, eliminada principalmente pela urina dos ratos. A transmissão acontece por meio de contato com água ou lama contaminada. Os sintomas são febre, dor de cabeça, dor na panturrilha, fraqueza, sangramentos na pele e mucosa e insuficiência renal. Em 2011 houve 115 casos e em 2012, 103. Neste ano, há 17 registros até o momento.
Diarreia: pode ser causada por vírus ou bactérias. Ingestão de água ou alimentos contaminados são os maiores vilões. Fezes moles, aumento do número de evacuações, dor de barriga, vômito, náuseas e febre podem indicar a doença.
Febre tifoide: causada por bactéria e está relacionada a condições ruins de saneamento básico e higiene pessoal. É transmitida por meio de água e alimentos contaminados com fezes e urina de pessoas com a doença. Febre alta, dor de cabeça, mal-estar, falta de apetite, intestino preso ou diarreia estão entre os principais sintomas.
Hepatite A: é uma doença que atinge o fígado, transmitida por meio de água ou alimentos contaminados. São sintomas da hepatite A: perda de apetite, febre, dores de cabeça, dor abdominal, mucosas e pele com cor amarelada e fezes brancas.
Limpeza em caso de alagamento
Cuidados com a água para o uso doméstico: Nos alagamentos, o sistema doméstico de armazenamento de água pode ser contaminado, sendo necessária sua desinfecção. A limpeza dos reservatórios é necessária, mesmo quando os mesmos não são atingidos diretamente pela água da enchente.
Para limpar e desinfetar o reservatório (caixa d’água) recomenda-se:
- Esvaziar a caixa d’água completamente e lavá-la, esfregando bem as paredes e o fundo. Retire toda a sujeira, utilizando pá, balde e panos. Não esquecer que se deve usar botas de borracha e luvas nesta atividade;
- Após concluída a limpeza, colocar 1 litro de água sanitária para cada 1 mil litros de água do reservatório;
- Abrir a entrada para encher a caixa com água limpa;
- Após 30 minutos, abrir as torneiras por alguns segundos, com vistas à entrada da água com solução na tubulação doméstica;
- Aguardar 4 horas para a desinfecção do reservatório e canalizações;
- Abrir as torneiras, podendo aproveitar a água para limpeza em geral de chão e paredes.
Cuidados na limpeza da lama residual
A lama dos alagamentos tem alto poder infectante e nestas ocasiões fica aderida aos móveis, paredes e chão. Recomenda-se então retirar essa lama (sempre se protegendo com luvas e botas de borracha) e lavar o local, desinfetando-o a seguir com uma solução de água sanitária na seguinte proporção: 400 ml de água sanitária para 20 litros de água.
Para tornar a água pronta para consumo humano deve-se colocar 02 gotas de hipoclorito de sódio (disponível nas unidades de saúde) em 01 litro de água, deixar repousar por 30 minutos e ela estará pronta para consumir, fervê-la também é uma solução; em ambos os casos, antes, a água deve ser filtrada ou coada.
Cuidados com os alimentos
É essencial a atenção aos alimentos que entraram em contato com as águas de alagamento, pois poderão ser contaminados. O ideal como prevenção é armazená-los em locais elevados, acima do nível das águas. Se isto não for possível, recomenda-se:
- Manter os alimentos devidamente acondicionados, fora do alcance de roedores, insetos ou outros animais;
- Lavar frequentemente as mãos com água tratada antes de manipular os alimentos;
- Frutas em geral, verduras, legumes, arroz, feijão, soja, ervilha, entre outros, devem ser inutilizados, pois sofrem transformações quando em contato com a água de enchente;
- Carnes, peixes, leite, ovos, pão, açúcar, café, manteiga, também devem ser inutilizados, pois se contaminam facilmente pelas águas, além da natureza de suas embalagens, que geralmente são de plástico ou papel; portanto, é perigosa qualquer tentativa de aproveitamento dos mesmos.
- Linguiça, mortadela, queijos, e derivados, deverão ser também inutilizados após o contato com a água, pois sua contaminação é total devido ao tipo de embalagem, geralmente de plástico ou papel;
- As latas que estiverem amassadas, enferrujadas ou semiabertas deverão ser inutilizadas, porém, as que permanecerem em bom estado e onde se tem certeza de que não houve contato da água com os alimentos nelas contidos, poderão ser lavadas com uma solução de água sanitária na proporção de 1/100, preparada do seguinte modo: 1 litro de água sanitária para 100 litros de água, ou ½ litro de água sanitária para 50 litros de água, ou ¼ litro de água sanitária para 25 litros de água.
Medidas de prevenção
- Não jogar lixo ou objetos nos rios. Isso represa as águas, e com a chuva pode causar enchentes;
- Evite contato com água e lama de enchentes e impeça que as crianças nadem ou brinquem nesses ambientes;
- Evitar contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;
- Colocar o lixo em sacos plásticos e em recipientes tampados, para evitar a proliferação de ratos e deixar para coleta pouco antes de o lixeiro passar;
- Todo alimento exposto à água contaminada deve ser jogado fora;
- Ferver e filtrar a água de beber;
- Manter os quintais sempre limpos, evitando acumular entulhos que favoreçam o esconderijo de ratos;
- Guardar os alimentos em lugares secos e dentro de recipientes fechados;
- Colocar telas nos ralos para evitar o acesso de roedores;
- Solicitar água da empresa distribuidora de água no caso de desabastecimento.
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Assessoria de Comunicação da Sesa
Dannielly Valory/Kárita Iana/Marcos Bonn/Maria Ângela Siqueira
Texto: Maria Angela Siqueira
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