18/05/2009 15h41 - Atualizado em 23/09/2015 13h24

Sesa, municípios e entidades comemoram Dia Nacional contra Hepatites Virais

Para comemorar o Dia Nacional da Luta contra Hepatites Virais nesta terça-feira (19), a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), municípios e outras instituições promovem ações para lembrar a importância da vacinação. Em todo o Estado serão realizados testes rápidos e também aplicação da vacina. O público mais visado, neste ano, são crianças e jovens entre 10 e 19 anos, onde a cobertura vacinal ainda é baixa.

A Sesa e a ONG Grupo Vitória para a Vida estarão trabalhando juntas para conscientizar os cidadãos sobre a doença que atinge um em cada 30 brasileiros: a hepatite viral. Para isso, nesta terça-feira (16), a ONG entrega folhetos informativos para orientar as pessoas, no pedágio da 3ª Ponte, em Vitória, a partir das 8 horas. Ainda na Capital, a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam) estarão realizando testes rápidos de Hepatite C.

Várias ações também acontecem, simultaneamente, em Linhares, São Mateus, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Vila Velha. Segundo o coordenador do Programa Estadual de Prevenção e Controle de Hepatite, Moacir Soprani, essa atitude é importante porque grande parte dos portadores dos vírus não sabem que estão com o vírus porque não apresentam seus sintomas, fato que contribui para a transmissão destes vírus. “Por isso, quanto mais pessoas fizerem os testes, mais controle se terá sobre a doença, o que contribuirá para a prevenção”, ressaltou.

A ONG Grupo Vitória pela Vida surgiu em 2004 para divulgar mais informações sobre a hepatite e para ajudar outras pessoas portadoras no tratamento da moléstia. A organização espera, em pouco tempo, implantar o Projeto Sala de Espera, em que os participantes irão à sala de espera do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam) para dar apoio aos pacientes que tiverem interesse em conversar com os membros do grupo.

Números da Hepatite

O Espírito Santo é considerado uma área de risco médio a alto do tipo ‘B’ da doença, se comparado ao restante do Brasil, excluindo-se a Região Norte, mais precisamente a Amazônia Legal, onde é encontrada a espécie ‘D’. Em algumas cidades do Espírito Santo, o índice de contaminados pela hepatite ‘B’ chega atingir 7% dos moradores.

Um dos agravantes da enfermidade é que alguns tipos dela demoram até 20 anos para se manifestar, como as hepatites ‘B’ e ‘C’, que são as mais graves. Nesse intervalo, o contaminado pode transmitir o vírus para outros sem saber. “É a mesma conotação do HIV, quanto antes descobrir, melhor, já que as consequências podem ser graves”, explica Moacir. Inclusive, estima-se que os portadores de hepatite ‘C’ sejam em número cinco vezes maior do que os infectados pela Aids.

De acordo com o Programa Estadual de Imunização (PEI), em 2008, foram notificados 1.917 casos de hepatites diversas. Só nos primeiros quatro meses deste ano, 653 casos foram notificados. A cobertura vacinal contra Hepatite B no Espírito Santo em menores de um ano de idade é total há mais de 10 anos. Um número bem acima da expectativa do Ministério da Saúde (MS) que é de 95%.

O mesmo quadro não descreve a situação da população entre um e 19 anos, onde a cobertura vacinal não chega a 45% em grande parte dos municípios. Para tentar reverter este quadro, a técnica responsável pelo PEI, Martha Casagrande, informou que, além de enviar mais vacinas contra a Hepatite B aos municípios, também cobrou deles um empenho maior para a divulgação da importância da imunização.

“A vacinação contra Hepatite B é uma prática de rotina nas unidades básicas de saúde municipais. Precisamos que essas cidades se mobilizem para imunizar os jovens, que sem a vacina, estão em risco de contaminação”, acrescentou Martha. Ela explicou que durante todo o ano a vacina está disponível para quem procurar.

Mais sobre a Hepatite Viral

As hepatites são infecções do fígado (localizado em baixo da costela, ao lado direito) causadas por vírus que são representados por vários tipos: ‘A’, ‘B’, ‘C’, ‘D’ e ‘E’. A transmissão ocorre por meio de água e alimentos contaminados (hepatites ‘A’ e ‘E’); sangue (‘B’ e ‘C’) e relação sexual (‘B’). O tipo ‘D’ da doença só é possível na presença do ‘B’ e não existe no Estado.

No entanto, apesar da diversidade, na fase aguda da moléstia os sintomas são indistinguíveis, podendo se manifestar por meio de cansaço, tontura, enjôo, febre, dor na região do fígado, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. As hepatites ‘B’ e ‘C’ podem evoluir para cirrose hepática e câncer do fígado e depois se espalhar pelo corpo inteiro. Para se detalhar qual é a espécie da Hepatite, é preciso fazer exames específicos.

Todas as hepatites têm tratamento e a eficácia da terapia está ligada à descoberta recente da doença. Os tipos ‘B’ e ‘C’ são os mais trabalhosos, entretanto já existem alguns casos de cura. Já as hepatites ‘A’ e ‘B’ têm vacina, sendo que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece somente para o tipo ‘B’, em três doses para pessoas com até 19 anos. A vacina para a manifestação ‘A’ ainda não está no calendário do SUS.

Estudos recentes comprovam a co-infecção de hepatites virais em pessoas com HIV/Aids. Pesquisas no Brasil indicam uma incidência em torno de 5 a 8% de contaminações conjuntas do tipo ‘B’ e o HIV e de 17 a 36% entre o ‘C’ e o HIV. Além disso, as hapatopatias (cirrose e insuficiência hepática) são importantes causas de internação e óbito de pacientes com HIV.

Como evitar?

- Mulheres grávidas podem passar o vírus da Hepatite ‘B’ para o bebê. É bom vacinar o recém-nascido nas primeiras 12 horas de nascimento;
- Quem recebeu transfusão de sangue antes de 1993 pode ter Hepatite ‘C’;
- Não compartilhe agulhas nem seringas;
- Exija material esterilizado ou descartável em serviços de saúde, salões de beleza, se fizer tatuagem ou se colocar piercieng;
- Use camisinha.

Centros de Referência
Grande Vitória:
- Santa Casa de Misericórdia, Vitória
- Hospital das Clínicas (Hucam), Vitória
- Hospital Infantil de Vitória
Estado:
- Superintendências Regionais de Estado da Saúde de Colatina, São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim
- Centro de Referência para DST/Aids de Linhares
- Cada município também tem um local para atender esses pacientes

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