03/03/2006 08h50 - Atualizado em 23/09/2015 09h35

Sesa participa de monitoramento dos portadores de hepatite em Vitória

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizará, até julho, um estudo para levantar a quantidade de portadores de hepatites A, B e C em Vitória. O trabalho é organizado pelo Ministério da Saúde e conta com as parcerias da Prefeitura de Vitória e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A cidade foi escolhida por ser referência no tratamento da doença e por fazer parte do plano do Ministério em obter as amostragens apenas das capitais. As regiões Nordeste e Centro-oeste já concluíram seus levantamentos e estão em fase de consolidação dos dados. O Sudeste inicia o inquérito no primeiro semestre e o restante das regiões deve finalizar o estudo até o final de 2006.

Para Nazaré Prarbach, coordenadora do monitoramento pela Sesa, “é importante a realização deste estudo, pois acreditamos que os casos de hepatite são subnotificados. Nas ocorrências mais brandas, o organismo reage e pode se curar. Mas, nos avançados, a doença pode durar 20 anos e causar a morte do portador. A amostragem servirá para a elaboração de um plano de combate à doença”.

A escolha dos participantes da pesquisa será feita da seguinte forma: por meio de um sorteio serão selecionadas 38 pessoas, entre 5 e 19 anos, para a testagem da hepatite A.

Para as hepatites B e C, dois grupos distintos serão formados para analisar cada prevalência. Um com 33 pessoas de 10 a 19 anos e outro com mais 33 pessoas de 20 a 69 anos, com grupo de trabalho composto por 170 cidadãos.

Atualmente, os casos suspeitos no Estado são confirmados no Laboratório Central (Lacen), pertencente à Sesa, e pelo Núcleo de Doenças Infecciosas (NDI), de responsabilidade da Ufes.

O que é hepatite


Qualquer inflamação do fígado é considerada uma hepatite. Pode ser causada por infecções (vírus, bactérias), álcool, medicamentos, drogas, doenças hereditárias (depósitos anormais de ferro, cobre) e doenças autoimunes.
Transmissão


Hepatite viral A: via fecal-oral, ou seja, fezes de pacientes contaminam a água de consumo e os alimentos quando há condições sanitárias insatisfatórias;

Hepatite viral B: as relações sexuais e a injeção de drogas ilícitas são as principais preocupações atuais. A aquisição pela transfusão sanguínea e derivados deixou de ser o principal motivo, desde a implantação dos rigorosos cuidados vigentes nos bancos de sangue e a extinção de pagamento a doadores. O bebê pode adquirir hepatite na hora do parto quando a mãe tiver o vírus;

Hepatite viral C: a transfusão de sangue e derivados, a injeção de drogas ilícitas, o contato desprotegido com sangue ou secreções contaminadas são as principais vias. Ocorrem casos de transmissão mãe-bebê na hora do parto. Suspeita-se da via sexual e da aspiração nasal de drogas para explicar uma parte dos 20 a 30% de casos nos quais não se conhece a forma de contaminação.

Sintomas


No caso das hepatites infecciosas, há um período sem sintomas, chamado de incubação. A duração dessa fase depende do agente causador. Depois, aparecem sintomas semelhantes, por exemplo, a uma gripe, com febre, dores articulares (nas juntas) e de cabeça, náuseas (enjôo), vômitos, falta de apetite e de forças.

É comum que a melhora dessas queixas gerais dê lugar ao aparecimento dos sintomas típicos da doença, que são a coloração amarelada da pele e mucosas (icterícia), urina escura (cor de Coca-Cola) e fezes claras. Pode-se notar o aumento do tamanho do fígado, com dor quando se palpa a região abaixo das costelas do lado direito. A duração dessa fase varia de 1 até 4 meses.

De forma geral, a hepatite A costuma ter evolução benigna, não deixando seqüelas. A hepatite B torna-se crônica em até 5% dos casos e a hepatite C em mais de 80%.

Dos indivíduos com hepatite B crônica, 25 a 40% evoluem para cirrose e/ou câncer de fígado, enquanto que na hepatite crônica C, isso ocorre em cerca de 20%.
Para as hepatites agudas causadas por vírus não há tratamento específico, à exceção dos poucos casos de hepatite C descobertos na fase aguda, na qual o tratamento específico pode prevenir a evolução para a doença crônica.

O repouso total prolongado e a restrição de certos tipos de alimentos, nas hepatites, não ajudam na recuperação do doente e também não diminuem a gravidade da doença.

De forma geral, recomenda-se repouso relativo conforme a capacidade e bem-estar do paciente, bem como alimentação, de acordo com a tolerância.

Como se previne


As hepatites A e B podem ser prevenidas pelo uso de vacina. Para prevenção da hepatite A é importante o uso de água tratada ou fervida, além de seguir recomendações quanto à proibição de banhos em locais com água contaminada e o uso de desinfetantes em piscinas.

A hepatite B também é prevenida da mesma forma que a Aids, ou seja, usando preservativo nas relações sexuais e não tendo contato com sangue ou secreções de pessoas contaminadas (transfusões de sangue, uso de agulhas e seringas descartáveis não reutilizadas).

A hepatite C é prevenida da mesma forma, porém o risco de contágio sexual ainda não está bem estabelecido.

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