08/01/2009 10h14 - Atualizado em 23/09/2015 13h23

Sesa prepara ações para atender municípios do interior atingidos pelas chuvas

Diante das chuvas que têm atingido municípios do interior do Espírito Santo nos últimos dias, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vem realizando uma série de ações para prestar socorro às vítimas. Nesta quinta-feira (08), uma equipe multiprofissional composta por representantes da Vigilância em Saúde, da Assistência Farmacêutica e da Gerência de Regulação e Assistência, organizará uma Sala de Situação em Cachoeiro de Itapemirim.

O objetivo é atender as necessidades dos municípios em que a situação é mais crítica, como é o caso de Guacuí, Bom Jesus do Norte, São José do Calçado e Mimoso do Sul. Na Sala de Situação – ambiente em que profissionais avaliam e tomam decisões emergenciais sobre determinada crise – atuará um grupo de especialistas capacitados para monitorar os trabalhos frente aos alagamentos, por meio de um comitê intersetorial, formado pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, companhias de abastecimento e elétrica, além do Poder Legislativo.

Entre as ações a serem realizadas está o fornecimento de medicamentos básicos disponibilizados tanto pelo Ministério da Saúde (MS) – os chamados “kits” – quanto pela própria Sesa, que também enviará hipoclorito de sódio para fazer a descontaminação de água potável. Os profissionais da Sala de Situação também organizarão o fluxo de atendimento dos pacientes nos hospitais da região.

Nesta quarta-feira (07), a equipe da Sesa já havia visitado os municípios de Ibiraçu, João Neiva e Fundão para avaliar a situação epidemiológica e da assistência médica e farmacêutica. Também serão encaminhados a esses municípios kits de medicamentos e materiais hospitalares.

“Fundão recebeu 500 frascos de hipoclorito de sódio 2,5% para tratamento de água para consumo. Nesta quinta (08), será enviado um kit para João Neiva, com 250 frascos de hipoclorito, além de medicamentos e material hospitalar. Enviamos uma equipe para avaliar a necessidade dos municípios de Fundão, João Neiva e Ibiraçu”, disse o secretário de Estado da Saúde, Anselmo Tozi em reunião realizada nesta quarta (07), no Palácio Anchieta, durante a qual foram definidas estratégias emergenciais contra os danos causados pelas chuvas.

A Sesa também solicitará às prefeituras que informem as especialidades que têm condições de atender. A meta é possibilitar o atendimento mais eficiente possível para cada tipo de especialidade médica, em caso de isolamento de municípios ou de interrupção de rodovias, e para o tratamento de casos de doenças características em casos de alagamentos e enchentes.

Samu 192

Devido às fortes chuvas ocorridas na noite da última terça-feira (06), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) reforçou seu quadro em Fundão, adicionando um médico e um enfermeiro para ajudar no atendimento daquela região. A equipe será mantida no município até que a situação seja normalizada.

Orientações

A Sesa recomenda não utilizar ou ingerir água de poços, fontes ou minas, que foram alagados. Além disso, a água não deve ser usada sem um prévio tratamento por fervura ou com hipoclorito de sódio a 2,5%. As pessoas que tiveram suas casas inundadas devem desinfetar o ambiente, ou seja, todas as paredes, pisos e utensílios, com água sanitária.

“Quem entrou em contato com águas de alagamentos ou inundações e apresentou sintomas como dor de cabeça, dor no corpo e náuseas, deve procurar atendimento nas unidades de saúde dos municípios, isso porque doenças como leptospirose, hepatite A, dengue e diarréia podem ocorrer por conta dos alagamentos”, orienta Anselmo Tozi.

Saiba o que fazer em caso de alagamento

Nos alagamentos, o sistema doméstico de armazenamento de água pode ser contaminado, sendo necessária sua desinfecção. A limpeza dos reservatórios se faz necessária, mesmo quando os mesmos não são atingidos diretamente pela água da enchente.

Para limpar e desinfetar o reservatório (caixa d’água), recomenda-se:

- Esvaziar a caixa d’água e lavá-la, esfregando bem as paredes e o fundo. Não esquecer que é preciso usar botas de borracha e luvas nesta atividade;

- Esvaziar a caixa d’água completamente, retirando toda a sujeira, utilizando pá, balde e panos;

- Concluída a limpeza, colocar 1 litro de água sanitária para cada mil litros de água do reservatório;

- Abrir a entrada para encher a caixa com água limpa;

- Após 30 minutos, abrir as torneiras por alguns segundos, com vistas à entrada da água com solução na tubulação doméstica;

- Aguardar quatro horas para a desinfecção do reservatório e canalizações;
abrir as torneiras, podendo aproveitar a água para limpeza em geral de chão e paredes.

Cuidado com a água para consumo humano direto

Se o domicílio não estiver sendo abastecido com água do sistema público e esta água for proveniente de poço, cacimba, fonte, rio, riacho, açude, entre outras, deverá ser procedida a cloração no local utilizado para armazenamento (reservatório, tanque, tonel etc) utilizando-se o hipoclorito de sódio a 2,5%, nas seguintes dosagens:



Cuidados na limpeza da lama residual

A lama dos alagamentos tem alto poder infectante e nestas ocasiões fica aderida aos móveis, paredes e chão. Recomenda-se, então, retirá-la (sempre se protegendo com luvas e botas de borracha) e lavar o local que, a seguir, deve ser desinfetado com uma solução de água sanitária na seguinte proporção: para um balde de 20 litros de água, adicionar quatro xícaras de café (copinhos de 50ml) de água sanitária.

Cuidados com os alimentos

É essencial a atenção aos alimentos que entraram em contato com as águas de alagamento, pois poderão ser contaminados. O ideal como prevenção é armazená-los em locais elevados, acima do nível das águas. Mas se isto não for possível, recomenda-se:

- Manter os alimentos devidamente acondicionados, fora do alcance de roedores, insetos ou outros animais;

- Lavar freqüentemente as mãos com água tratada antes de manipular os alimentos;

Alimentos em estado natural:

- Itens como frutas em geral, verduras, legumes, arroz, feijão, soja e ervilha devem ser inutilizados, pois sofrem transformações quando em contato com as águas de enchente.

- Já produtos como carnes, peixes, leite, ovos, pão, açúcar, café e manteiga devem ser inutilizados, pois se contaminam facilmente pelas águas, além da natureza de suas embalagens, que geralmente são de plástico ou papel; portanto, é perigosa qualquer tentativa de aproveitamento dos mesmos.

Alimentos preparados:

- Lingüiça, mortadela, queijos e similares deverão ser também inutilizados após o contato com as águas, pois sua contaminação é total, devido ao tipo de embalagem, geralmente de plástico ou papel.

Alimentos enlatados:

- As latas que estiverem amassadas, enferrujadas ou semi-abertas deverão ser inutilizadas, porém, as que permanecerem em bom estado e que não tiveram contato com as águas, poderão ser lavadas com uma solução de água sanitária na proporção de 1/100, preparada do seguinte modo: 1 litro de água sanitária para 100 litros de água, ou ½ litro de água sanitária para 50 litros de água, ou ¼ litro de água sanitária para 25 litros de água.

Confira alguns cuidados necessários para evitar as doenças:

- Não jogue lixo ou objetos nos rios, pois eles represam as águas e, com a chuva, podem causar enchentes;

- Evite contato com água e lama de enchentes e impeça que as crianças nadem ou brinquem nesses ambientes;

- Evite contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;

- Mantenha os quintais sempre limpos, evitando o acúmulo de entulhos que favoreçam a presença de ratos;

- Coloque o lixo em sacos plásticos e em recipientes tampados, para evitar a proliferação de ratos. Além disso, envie-o para a coleta pouco antes de o lixeiro passar.

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Texto: Marcos Bonn/Jucilene Borges
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